CLIPPING DEPUTADOS - Alesc
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Blog Ivan Exxtra<br />
Bastidores da política em SC<br />
Por Ivan Lopes da Silva<br />
Governo Dilma mostra fragilidade<br />
política<br />
A presidenta Dilma Rousseff não teve alternativa a<br />
ser se livrar de Antonio Palocci, mas a fratura<br />
política ficou exposta. O ex-ministro é um mestre<br />
em articulação no e representava o elo confiável<br />
entre a classe política e o empresariado. A nova<br />
inquilina, Gleisi Hoffmann, assume a Casa Civil,<br />
com maior poder de articulação com o Congresso,<br />
mas no primeiro dia no exercício do cargo já<br />
percebeu que o PMDB está de cara feia, apesar de<br />
o partido ter aumentado a bancada com mais uma<br />
cadeira no Senado, com a posse do suplente Sérgio Souza. Por outro lado, a cara do seu<br />
partido, o PT, também não está para sorriso. Uma ala ficou incomodada com a queda de<br />
Palocci. A primeira grande batalha no Congresso, na votação do projeto do Código<br />
Florestal, ficou clara as fissuras.<br />
É verdade, mas não toda a verdade, que uma parcela ponderável da chamada base aliada<br />
na Câmara dos Deputados dissentiu do Planalto na votação deste projeto por<br />
descontentamento com a demora da presidente Dilma Rousseff em contemplá-la, a<br />
expensas do PT, com os ambicionados cargos do segundo escalão federal ainda a<br />
preencher. Do mesmo modo, é verdade, mas não toda a verdade, que o dissenso espelha<br />
a sujeição de bom número de deputados a interesses outros que não os do governo ao<br />
qual deveriam ser leais - no caso, aos interesses do agronegócio que ajudou a financiar<br />
as suas campanhas. Eles formam a infantaria da bancada ruralista, recrutada em<br />
praticamente todos os partidos.<br />
A verdade maior é que a base se assenta em solo movediço. Ela é intrinsecamente frágil<br />
por ser artificial, um aglomerado unido pelos costumeiros cálculos de conveniência do<br />
estamento político, mas de todo destituído de consistência programática, para não dizer<br />
ideológica. Daí o paradoxo: um governo que se pauta em linhas gerais por uma<br />
ideologia, sem prejuízo das frequentes barretadas ao pragmatismo, depende no<br />
Congresso de uma maioria tão relativa quanto a "democracia relativa" de que falava o<br />
general-presidente Ernesto Geisel, dourando a pílula, para caracterizar o País sob a<br />
ordem autoritária. São raras as votações no Legislativo em que a ideologia é um divisor<br />
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