CLIPPING DEPUTADOS - Alesc
CLIPPING DEPUTADOS - Alesc
CLIPPING DEPUTADOS - Alesc
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Até ele<br />
Sérgio da Costa Ramos<br />
Não bastassem todos os gastos, perdulários, que a Assembleia prodigaliza com<br />
aposentadorias postiças e ―auxílios‖ enganchados no holerite, ainda mais essa:<br />
empregou, entre os seus ―comissionados‖, o animador de fanfarras e festinhas Gilberto<br />
Orsi.<br />
O ―assessor‖ para assuntos sexuais do ex-deputado Nelson Goetten de Lima recebeu<br />
dinheiro público para atuar como ―fã‖ de farras. O que fazer quando o dinheiro do<br />
Tesouro emprega agentes de ilícitos penais tão graves quanto a pedofilia?<br />
É rezar para que suas excelências não se habituem a contratar assessores fichas sujas.<br />
DESVIOS DENTRO DA LEI<br />
EDITORIAIS<br />
Às vésperas de o poder público intensificar a liberação de um total estimado em R$ 24<br />
bilhões para obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014, um relatório da Polícia<br />
Federal conseguiu demonstrar, finalmente, como empreiteiras conseguem se locupletar<br />
com montantes consideráveis de dinheiro oficial, que poderiam ser canalizados para<br />
áreas carentes de verbas oficiais. O aspecto mais grave e mais preocupante é que o<br />
esquema de enriquecimento é montado de forma a parecer legal perante os órgãos de<br />
fiscalização, dificultando tanto a comprovação das fraudes quanto uma eventual punição<br />
dos responsáveis. Diante da comprovação do plano, porém, os mecanismos de controle<br />
precisam aperfeiçoar suas rotinas, com o objetivo de evitar a continuidade de práticas<br />
claramente lesivas aos cofres públicos.<br />
Basicamente, o esquema idealizado por empreiteiras para embolsar dinheiro a mais do<br />
que o previsto pelo setor público se baseava numa espécie de superfaturamento<br />
respaldado na lei, como demonstra reportagem publicada na última edição da revista<br />
Veja. A prática se tornou possível a partir de uma elevação irreal até mesmo nas tabelas<br />
oficiais de referência de preços, nas quais o governo se baseia para fazer seus<br />
pagamentos. Desde 2003, a Lei de Diretrizes Orçamentárias exige que órgãos públicos<br />
adotem como teto dos desembolsos efetuados os valores médios do Sistema Nacional de<br />
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) e do Sistema de Custos<br />
Rodoviários (Sicro). Os sobrepreços em relação aos custos tomados como parâmetros,<br />
porém, chegam a alcançar 145%. Ainda assim, constatada a possibilidade de a<br />
descoberta da Polícia Federal vir a acabar com a festa, a primeira reação de muitas<br />
empresas foi justamente correr para tentar elevar ainda mais os preços tomados como<br />
referência.<br />
Apesar de comprarem em escala, prestadores de serviço do setor público, de maneira<br />
geral, não costumam repassar prováveis descontos obtidos e ainda costumam receber<br />
9