BH, um canteiro de obras BH, um canteiro de obras - Fato Relevante
BH, um canteiro de obras BH, um canteiro de obras - Fato Relevante
BH, um canteiro de obras BH, um canteiro de obras - Fato Relevante
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
AUTOMÓVEIS<br />
Na onda dos coreanos<br />
Hyundai, Kia e Ssangyong ganham mercado no Brasil<br />
competindo com preço e carros mais equipados<br />
DEZEMBRO DE 2009<br />
TÉO SCALIONI<br />
No Brasil, primeiro foram os tradicionais<br />
veículos alemães e norteamericanos,<br />
com a Volkswagen, a<br />
Ford e GM. Depois, vieram os italianos com<br />
a Fiat. Mais tar<strong>de</strong> os franceses, com a Peugeot,<br />
Renault e Citroen e, em seguida, os<br />
japoneses, com a Honda, Toyota e Nissan.<br />
Agora, basta ficar atento nas ruas para observar<br />
que a bola da vez são os carros coreanos.<br />
Empresas como Hyundai, Kia e<br />
Ssangyong têm conquistado o público<br />
brasileiro e observam suas vendas crescerem<br />
a cada dia. O segredo: qualida<strong>de</strong> por <strong>um</strong><br />
preço menor e torcer para que essa onda não<br />
seja apenas <strong>um</strong>a marolinha que possa ser atropelada<br />
pelo tsunami, que, segundo especialistas<br />
do segmento, chegará em <strong>um</strong> futuro<br />
próximo com os carros chineses e indianos.<br />
Essa tática <strong>de</strong> unir preço e qualida<strong>de</strong>, utilizada<br />
pelas montadoras coreanas, é a mes -<br />
ma usada pelos japoneses quando chegaram<br />
ao Brasil em busca do <strong>um</strong> novo mercado.<br />
Um exemplo é do recém-lançado I-30 da<br />
Hyundai, que entrou para competir no mercado<br />
dos hatches médios. A estratégia da<br />
montadora coreana foi utilizar <strong>um</strong> preço<br />
médio da categoria, com <strong>um</strong> conteúdo bem<br />
acima. Com preços a partir <strong>de</strong> R$ 54 mil<br />
(manual) e R$ 58 mil (automático) o I-30<br />
possui controle <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, seis airbags,<br />
sensor <strong>de</strong> estacionamento, retrovisores externos<br />
com rebatimento elétrico e freios<br />
‘ABS’, itens dignos <strong>de</strong> <strong>um</strong> carro <strong>de</strong> luxo.<br />
Tanto que em <strong>um</strong> teste-drive feito pela revista<br />
especializada Quatro Rodas, ela comparou<br />
o I-30 com a BMW 118I. A diferença<br />
é que o alemão custa cerca <strong>de</strong> R$ 95 mil.<br />
Uma outra estratégia que as montadoras<br />
coreanas também utilizam é a penetração<br />
em <strong>um</strong> segmento <strong>de</strong> automóveis ainda<br />
pouco explorado. É o caso do Tucson, também<br />
da Hyundai, e do Sportage, da Kia.<br />
Ambos foram lançados com vários utensílios<br />
<strong>de</strong> série em <strong>um</strong> nicho em que não possuem<br />
concorrentes em seus preços. Pois,<br />
enquanto <strong>um</strong> Tucson po<strong>de</strong> ser adquirido a<br />
partir <strong>de</strong> R$ 67 mil, veículos como Land<br />
Hover, Pajero ou a Hilux não custam menos<br />
<strong>de</strong> R$ 100 mil. Tanto que, atualmente, das<br />
vendas <strong>de</strong> SUVs (veículos fabricados a partir<br />
<strong>de</strong> chassis <strong>de</strong> caminhonetes) no Brasil,<br />
aproximadamente 30% correspon<strong>de</strong>m a carros<br />
coreanos.<br />
A comprovação da invasão dos coreanos<br />
po<strong>de</strong> ser verificada pelo a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> suas<br />
importações, que foi <strong>de</strong> 820% em novembro,<br />
se comparado com o mesmo mês <strong>de</strong><br />
2008. E, em 2009, segundos dados da Fe <strong>de</strong> -<br />
ração Nacional da Distribuição <strong>de</strong> Veículos<br />
Automotores (Fenabrave), até novembro<br />
apenas a Hyundai tinha vendido cerca <strong>de</strong> 55<br />
mil automóveis, e a previsão era <strong>de</strong> fechar<br />
2009 com cerca <strong>de</strong> 70 mil.<br />
Segundo o gerente <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a das<br />
concessionárias Hyundai, em Belo Horizonte,<br />
a Pacific Motors, Renato Bittencourt,<br />
o crescimento pela procura dos carros coreanos<br />
é explícito. Ele cita como exemplo os<br />
primeiros anos da Pacific (2006 e 2007)<br />
quando a média <strong>de</strong> vendas variava <strong>de</strong> 15 a<br />
30 carros por mês e hoje são cerca <strong>de</strong> 120.<br />
“Acredito que esse a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>ve-se a consolidação<br />
das marca tanto lá fora quanto no<br />
Brasil. Quem viaja ao exterior confere a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hyundai que tem por lá e logo<br />
pensa que esse carro <strong>de</strong>ve ser bom”, observa.<br />
Bittencourt salienta também a propa-<br />
HYUNDAI/DIVULGAÇÃO<br />
Mo<strong>de</strong>los coreanos se encaixaram bem no perfil do cons<strong>um</strong>idor brasileiro<br />
As importações <strong>de</strong><br />
carros coreanos<br />
cresceu<br />
820%<br />
em novembro <strong>de</strong><br />
2009, comparadas<br />
com o mesmo mês<br />
<strong>de</strong> 2008<br />
ganda boca a boca. “As pessoas vão falando<br />
<strong>um</strong>as às outras sobre a qualida<strong>de</strong> dos nossos<br />
carros”, orgulha-se.<br />
Sobre a dificulda<strong>de</strong> em se conseguir assistência<br />
técnica especializada no Brasil, por<br />
se tratar <strong>de</strong> carros importados, o gerente <strong>de</strong><br />
vendas garante que isso é coisa do passado.<br />
Ele observa que a Hyundai, está há 17 anos<br />
no Brasil, possui toda sua logística formada.<br />
“Se por acaso não tiver <strong>um</strong>a peça aqui, no<br />
outro dia ela chega da central em São<br />
Paulo”, garante Bittencourt, salientando que<br />
agora também há <strong>um</strong>a fábrica da Hyundai<br />
em Anápolis (GO), on<strong>de</strong> já se monta o mo -<br />
<strong>de</strong> lo Tucson.<br />
35