30.04.2013 Views

BH, um canteiro de obras BH, um canteiro de obras - Fato Relevante

BH, um canteiro de obras BH, um canteiro de obras - Fato Relevante

BH, um canteiro de obras BH, um canteiro de obras - Fato Relevante

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

igentes Lojistas <strong>de</strong> Belo Horizonte (CDL-<br />

<strong>BH</strong>), José Luciano S. Furtado, esse é o tipo <strong>de</strong><br />

cliente que dá prejuízo: “Pessoas com esse<br />

perfil só compram quando o estabelecimento<br />

es tá liquidando esto que, operando com a<br />

margem <strong>de</strong> lucro baixa ou até zerada. Sabem<br />

precisamente o ca len dário <strong>de</strong> remarcação <strong>de</strong><br />

todas as lojas, além <strong>de</strong> acompanharem as li -<br />

qui dações pelos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

É o tipo <strong>de</strong> cliente que<br />

nunca será seu. Ele se<br />

ven<strong>de</strong> para aquele que<br />

oferece o maior <strong>de</strong>s -<br />

conto”.<br />

Furtado alerta<br />

que a prática <strong>de</strong>senfreada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> s -<br />

con tos ao pe chin -<br />

cheiro po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>um</strong> “tiro no<br />

pé” do lojista.<br />

Quand o o comerciante<br />

quiser inverter<br />

essa jogada,<br />

observa, es se cliente<br />

vai ficar <strong>de</strong>sagradado<br />

com o corte dos <strong>de</strong>scontos, pois<br />

está viciado nesse tipo <strong>de</strong> negociação:<br />

“É o pior vício que existe, pois<br />

não tem cura. O pior é que foi o<br />

próprio lojista quem o viciou,<br />

com a sua inconsequente<br />

busca <strong>de</strong> fa tu -<br />

ramento em curto<br />

prazo. Não pensou nas<br />

consequências em longo<br />

prazo”.<br />

O especialista sugere<br />

transformar <strong>de</strong>scontos em<br />

benefícios. Isso quer dizer que,<br />

em vez <strong>de</strong> dar 10% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto<br />

em <strong>um</strong> almoço, dar<br />

<strong>um</strong> almoço grátis, <strong>de</strong>pois do<br />

cliente carimbar 10 refeições<br />

cons<strong>um</strong>idas no seu restaurante.<br />

“Dessa forma você estará se relacionando<br />

com o cliente e fazendo<br />

com que ele fique frequente no seu<br />

estabelecimento. Normalmente<br />

essa técnica é bem aceita pelos<br />

clientes menos viciados, que encaram<br />

este tratamento sem<br />

perceber”, <strong>de</strong>staca.<br />

Furtado acredita que o<br />

cliente pechinchador só dá<br />

lucro para aquelas empresas<br />

que se posicionaram no<br />

mercado com estratégia <strong>de</strong> posicionamento focada<br />

em preço, ou seja: àquelas empresas que<br />

têm estrutura <strong>de</strong> custos baixa e elevada escala<br />

(alta rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estoque), o que confere a<br />

elas <strong>um</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra diferenciado. “Mas<br />

o que temos visto são empresas com estratégias<br />

focadas em especialização e di ferencia ção,<br />

entrando na bri ga por pre ços, o que fa talmente<br />

as levará a prejuízos e até à falência”.<br />

Já os mais pessi mis tas não pensam assim<br />

e, cada vez mais, se tornam a<strong>de</strong>ptos ao<br />

lema: “Nem sempre o cliente tem razão.<br />

Especialistas apontam que muitas empresas<br />

engros sam sua base <strong>de</strong> clientes<br />

e aca bam atraindo ina dimplentes e<br />

con quistando u su ários cujo custo <strong>de</strong><br />

transação é maior que o benefício<br />

gerado. Há empresas que<br />

dimi-nuem a rentabilida<strong>de</strong> à<br />

medida que a<strong>um</strong>entam o<br />

número <strong>de</strong> clientes.<br />

Pesquisas revelam<br />

que há pe -<br />

chin cheiros e<br />

pes soas que<br />

fa zem o lojis -<br />

ta per<strong>de</strong>r o<br />

tempo que<br />

p o d e r i a<br />

ser <strong>de</strong>di -<br />

cado a<br />

clientes<br />

mais sau -<br />

dáveis pa ra o<br />

futuro. “Alguns<br />

tratam o<br />

ven <strong>de</strong>dor como<br />

me ro fornecedor.<br />

Outros <strong>de</strong>ixam vo cê<br />

esperando <strong>um</strong> tempão<br />

e alguns nem<br />

valorizam o que<br />

você tem a oferecer.<br />

Quando se<br />

<strong>de</strong>frontar com<br />

clientes assim, e<br />

se você tiver outras<br />

opções, não<br />

he site: tente <strong>um</strong>a, duas ou<br />

até três vezes, mas não<br />

perca outras oportunida<strong>de</strong>s<br />

para tentar<br />

agradar a <strong>um</strong> cliente<br />

que não me rece seu<br />

esforço”, opina o<br />

consultor Nelson<br />

Ma cha do.<br />

A dica que<br />

Machado dá para o ven<strong>de</strong>dor é não estragar o<br />

dia por causa <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> cliente: “Concentre-se<br />

naqueles que valorizam o que você faz<br />

e que trazem retorno positivo para sua empresa.<br />

Não é só o cliente que tem <strong>de</strong> escolher<br />

a sua empresa. Empresas vencedoras são<br />

aquelas que também escolhem seus clientes e<br />

dão o melhor <strong>de</strong> si para os escolhidos”.<br />

O lojista também<br />

precisa pechinchar<br />

Do outro lado do balcão, também existe<br />

pechincha. Afinal o preço baixo para o cons<strong>um</strong>idor<br />

final exige <strong>um</strong>a negociação pelo <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> compra das empresas. Exemplo<br />

disso é a Ricardo Eletro, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo <strong>de</strong><br />

eletrodomésticos e móveis posicionada entre as<br />

cinco maiores do segmento, cujo slogan “Preço<br />

se faz assim” é <strong>um</strong>a verda<strong>de</strong>ira busca pela<br />

oferta do menor preço ao cons<strong>um</strong>idor final.<br />

A diretora <strong>de</strong> Compras e <strong>de</strong> Marketing da<br />

re<strong>de</strong> varejista, Sônia Trinda<strong>de</strong>, informa que no<br />

ato da compra já se pensa no cons<strong>um</strong>idor final.<br />

“A equipe sempre negocia com o fornecedor<br />

pensando em criar oportunida<strong>de</strong>s para os<br />

clientes. De cada <strong>de</strong>z produtos, cerca <strong>de</strong> dois<br />

ou três já são negociados pensando nos <strong>de</strong>s -<br />

contos”, revela.<br />

Há <strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> profissionalização da<br />

compra. “Quando vamos contratar <strong>um</strong> ven<strong>de</strong>dor,<br />

avaliamos o perfil <strong>de</strong> <strong>um</strong> comprador. Já<br />

negociamos a promoção no ato da compra.<br />

Queremos <strong>um</strong> comprador ven<strong>de</strong>dor e não apenas<br />

repositor. A responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas<br />

está em comprar bem e garantir a venda do<br />

mês”, <strong>de</strong>talhou Sônia.<br />

A Ricardo Eletro possui <strong>um</strong>a “central do<br />

preço”, on<strong>de</strong> os preços do mercado e da concorrência<br />

são registrados. O preço praticado,<br />

conta Sônia, tem que ser ou igual ou menor.<br />

Prova disso é que a empresa oferece o preço<br />

protegido, consi<strong>de</strong>rada pela diretoria do grupo<br />

como a maior aposta para o Natal recente: <strong>de</strong>pois<br />

da compra, se a indústria ou a concorrência<br />

baixarem o preço, em ofertas divulgadas<br />

em anúncios, o cliente terá sete dias para levar<br />

a nota fiscal a qualquer loja, que o Ricardo <strong>de</strong>volve<br />

a diferença na hora. Mas a oferta é válida<br />

somente para as compras feitas à vista.<br />

O professor da Fatec Comércio, José Luciano<br />

S. Furtado, acredita que saber comprar<br />

também é <strong>um</strong>a ciência. Segundo ele, <strong>um</strong>a empresa<br />

que <strong>de</strong>seja se posicionar estrategicamente<br />

no mercado precisa negociar bem com<br />

as indústrias, a fim que o preço final para o<br />

cliente possa ser o mais baixo possível.<br />

ACIR GALVÃO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!