Itaú Cultural
Itaú Cultural
Itaú Cultural
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
imagem: Cia de Foto<br />
Ver texto integral na<br />
Revista Observatório <strong>Itaú</strong><br />
<strong>Cultural</strong> número .<br />
Para mais informações sobre<br />
o º Congresso da CGLU, ver<br />
http://uclg 007jeju.org/eng.<br />
Declaração final do º<br />
Congresso da CGLU, Jeju,<br />
de outubro de 007.<br />
espaços dedicados à cultura. Num setor em que, segundo ele,<br />
“é a oferta que induz a procura e não o contrário” cabe ao poder<br />
público municipal ampliar a oferta de bens e serviços culturais aos<br />
cidadãos, redefinindo a alocação dos recursos orçamentários, que<br />
correspondem hoje a aproximadamente , % do orçamento da<br />
Prefeitura de São Paulo.<br />
A exposição de Carlos Calil centrou-se no detalhamento dos<br />
projetos da atual gestão municipal, que combinam a revitalização<br />
de equipamentos culturais tradicionais da cidade, muitos deles<br />
localizados nas áreas centrais, com a ampliação da oferta de serviços<br />
para outras regiões até então pouco ou mal atendidas. Esse é o caso<br />
do Projeto Tiradentes, na zona leste da cidade, que irá criar salas<br />
de cinema e de teatro, além de cursos técnicos na área de cultura,<br />
aproveitando uma das características mais positivas do setor cultural:<br />
a grande capacidade de gerar emprego e renda. Calil defendeu ainda<br />
as mudanças promovidas na aplicação da Lei Mendonça, principal<br />
instrumento municipal de incentivo à cultura que, segundo ele, não<br />
vinha sendo aplicada em projetos de real interesse público.<br />
Agenda 21 da Cultura e governança local<br />
A centralidade da cultura nos processos de gestão local e regional<br />
fica bem demonstrada com o surgimento, nos últimos quatro anos,<br />
de iniciativas como a Agenda da Cultura e o movimento Cidades<br />
e Governos Locais Unidos (CGLU). A Agenda da Cultura foi<br />
aprovada em 00 por cidades e governos locais de todo o mundo<br />
comprometidos com os direitos humanos, a diversidade cultural, a<br />
sustentabilidade, a democracia participativa e a criação de condições<br />
para a paz. É o primeiro documento com vocação mundial que se<br />
propõe estabelecer as bases de um compromisso das cidades e dos<br />
governos locais para o desenvolvimento cultural.<br />
O movimento mundial Cidades e Governos Locais Unidos, por sua<br />
vez, que reúne representantes de governo e da sociedade civil de<br />
cidades da Europa, da Ásia e das Américas, também criado em 00 ,<br />
vem se transformando na principal organização de representação<br />
de governos locais, regionais e de suas organizações. Realizou seu<br />
segundo congresso mundial na cidade de Jeju, Coréia, em outubro<br />
de 007, quando definiu expressamente a “promoção da diversidade<br />
cultural e do diálogo intercultural” como uma de suas prioridades<br />
estratégicas para o período 007- 0 0.<br />
A CGLU adotou a Agenda da Cultura como documento de<br />
referência dos seus programas em cultura e assumiu o papel de<br />
coordenação do processo posterior à sua aprovação. Para a CGLU, “a<br />
cultura é um dos aspectos cruciais da globalização, especialmente<br />
no que se refere à diversidade cultural, ao diálogo intercultural e à<br />
criatividade”, e a Agenda da Cultura se caracteriza como uma das<br />
principais contribuições para a governança cultural mundial, “por<br />
seu caráter inovador e sua pertinência aos processos multilaterais<br />
de cooperação”.<br />
A possibilidade de um instrumento de<br />
abrangência mundial, como a Agenda ,<br />
ser ao mesmo tempo capaz de orientar a<br />
formulação de políticas culturais locais foi<br />
desenvolvida no seminário A Cultura pela<br />
Cidade por Jordi Pascual i Ruiz, diretor do<br />
Comitê de Cultura da CGLU e responsável<br />
pela promoção da Agenda mundialmente.<br />
A partir de sua sede em Barcelona, Jordi<br />
Pascual tem procurado desenvolver os<br />
conceitos e as recomendações previstas<br />
naquele documento, tanto para sua cidade<br />
quanto para outras ao redor do mundo que<br />
buscam estender para suas realidades o<br />
programa da Agenda.<br />
Em sua exposição, Jordi Pascual fez um breve<br />
histórico das organizações de cidades e de<br />
governos locais que antecederam o CGLU e<br />
defendeu a inclusão do vetor “cultura” entre<br />
os três que até há pouco tempo definiam o<br />
ciclo virtuoso do desenvolvimento. Para ele,<br />
além do vetor econômico, tradicionalmente<br />
apontado como o primeiro e indispensável<br />
para o crescimento, devem se agregar o<br />
imagem: Cia de Foto<br />
vetor social, como garantia da equidade<br />
dos processos de crescimento, o vetor<br />
ambiental, responsável pela sustentabilidade<br />
do desenvolvimento e, finalmente, o<br />
vetor cultural, que permite incorporar<br />
ao desenvolvimento a criatividade, o<br />
respeito à diversidade e a promoção do<br />
diálogo intercultural.<br />
Jordi Pascual i Ruiz chamou atenção<br />
também para dois documentos elaborados<br />
pela CGLU e aprovados na primeira reunião<br />
do grupo de trabalho em cultura da<br />
organização, em de outubro de 006. O<br />
primeiro, Indicadores Culturais e a Agenda<br />
da Cultura, procura atender a uma das<br />
recomendações da própria Agenda ,<br />
que em um de seus artigos recomenda<br />
a criação de um sistema de indicadores<br />
culturais que possa permitir a mensuração e<br />
a comparação entre realidades de cidades e<br />
países diversos. O segundo, Conselhos para a<br />
Implantação Local da Agenda da Cultura,<br />
uma espécie de guia prático de implantação<br />
das recomendações da Agenda para<br />
. .