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Itaú Cultural

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imagem: Cia de Foto<br />

O entendimento da cultura simultaneamente como valor, como direito<br />

individual e coletivo e como recurso (social, político e econômico)<br />

permitiu o desenvolvimento de oito linhas estratégicas:<br />

. Melhoria e modernização dos serviços culturais (cultura e tecnologia).<br />

. Economia da cultura (a cultura como recurso, as indústrias culturais).<br />

. Fomento à criação (inovação e criatividade).<br />

. Políticas de promoção cultural (difusão, produção, comunicação).<br />

. Identidade e modernidade (patrimônio construído e não construído<br />

– paisagem).<br />

6. Cooperação e participação cultural (em um mundo globalizado).<br />

7. Modelos de gestão cultural (instituições culturais e profissionais<br />

de cultura).<br />

8. Interculturalidade e diversidade cultural (reconhecimento dos<br />

direitos culturais).<br />

Essas oito estratégias resultaram em 8 linhas de ação, 79<br />

programas e . 67 medidas, com orçamentos anuais que vão de<br />

aproximadamente 0 milhões de euros em 008, primeiro ano do<br />

plano, aos mais de 00 milhões de euros previstos para 0 , último<br />

ano do Plano Estratégico para a Cultura de Andaluzia.<br />

Reinventar a cidade: urbanismo, cultura e governança – o caso<br />

de Bilbao<br />

O Museu Guggenheim de Bilbao, projetado pelo arquiteto Frank<br />

Gehry, é hoje um dos pontos de maior visitação turística da Espanha<br />

e da Europa. O arrojo do projeto, com a superfície externa de titânio<br />

curvada em vários pontos e uma forma geral que lembra um barco,<br />

transformou-o em um dos ícones globais contemporâneos e ajudou<br />

a construir a nova imagem de Bilbao, antigo centro urbano fabril da<br />

região basca, ao norte da Espanha.<br />

O sucesso midiático e turístico do museu, entretanto, acabou por<br />

encobrir as profundas transformações urbanas que renovaram<br />

o panorama da cidade a partir dos anos 990. Para observadores<br />

menos cuidadosos, o museu seria o centro da revitalização<br />

urbana de Bilbao, enquanto para Arantxa<br />

Rodriguez, professora titular de economia<br />

urbana e regional da Universidade do País<br />

Basco, ele na verdade deve ser entendido<br />

como um elemento a mais do processo de<br />

desenvolvimento de Bilbao, e jamais como o<br />

seu motor, o que muitas vezes o sucesso do<br />

museu parece indicar.<br />

Arantxa Rodriguez localiza no período de<br />

97 a 989 o auge da crise do modelo<br />

de crescimento urbano da “Bilbao fordista”,<br />

que teve sua economia baseada no setor<br />

industrial. Nesse período, a cidade e a região<br />

conheceram o desemprego massivo, o<br />

aumento da pobreza, a fraqueza do setor de<br />

serviços e o colapso da produção industrial.<br />

A situação de virtual falência da cidade<br />

levou o setor público a liderar um profundo<br />

processo de recuperação que se estendeu<br />

por cerca de anos ( 989- 00 ) e que iria<br />

transformar Bilbao em um bem-sucedido<br />

exemplo de revitalização urbana. A nova<br />

face da cidade pode ser resumida em quatro<br />

pontos-chave:<br />

• a recuperação do emprego e dos<br />

investimentos produtivos;<br />

• o estabelecimento de uma nova base<br />

produtiva urbana, não mais apoiada no setor<br />

industrial;<br />

• a transformação da cidade em destino<br />

turístico e cultural;<br />

• o modelo de renascimento urbano<br />

transformado em referência internacional.<br />

Bilbao, com cerca de milhão de habitantes,<br />

é a quinta maior área metropolitana da<br />

Espanha. O objetivo fundamental de toda<br />

a sua revitalização urbana foi converter a<br />

cidade em centro econômico e financeiro<br />

regional e torná-la conhecida como “capital<br />

do eixo do Atlântico” e “cidade de serviços<br />

avançados”.<br />

A estratégia de recuperação urbana baseouse<br />

em modelos de referência claros como<br />

os de Pittsburgh e Baltimore, nos Estados<br />

Unidos, e Glasgow, na Escócia, e adotou o<br />

enfoque urbanístico e territorial que define a<br />

reconversão física como condição necessária<br />

para a recuperação socioeconômica. Ou<br />

seja, reconverter os espaços abandonados,<br />

ou ocupados por atividades obsoletas, de<br />

modo a gerar o suporte físico necessário para<br />

o estabelecimento de uma base econômica<br />

pós-industrial e lançar uma nova fase de<br />

crescimento urbano.<br />

O aproveitamento dos espaços liberados<br />

de seus usos anteriores e os altos valores de<br />

investimentos públicos permitiram formular<br />

quatro grandes linhas de intervenções urbanas,<br />

denominados Grandes Projetos Urbanos<br />

(GPU). Os GPUs foram formulados para áreas<br />

de infra-estrutura de transportes (metrô, porto,<br />

aeroporto, estação intermodal), infra-estrutura<br />

ambiental (saneamento, tratamento e<br />

reciclagem de lixo), infra-estrutura econômica<br />

(centro de exposições, parques industriais e<br />

zoneamento industrial), e os grandes projetos<br />

. 0 .<br />

imagem: Cia de Foto

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