Itaú Cultural
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imagem: Cia de Foto<br />
AOS LEITORES<br />
Estimular a cooperação entre agentes<br />
culturais qualificados do Brasil e do exterior<br />
é uma das formas permanentes de atuação<br />
do Observatório <strong>Itaú</strong> <strong>Cultural</strong>. Desde o<br />
início de seu processo de instalação, nos<br />
primeiros meses de 006, o conhecimento<br />
das experiências internacionais e a<br />
colaboração de especialistas brasileiros vêm<br />
sendo utilizados como forma de buscar a<br />
excelência nas atividades do Observatório.<br />
Esse foi o caso do seminário internacional<br />
A Cultura pela Cidade – Uma Nova Gestão<br />
<strong>Cultural</strong> da Cidade, realizado no último mês<br />
de abril pelo Observatório <strong>Itaú</strong> <strong>Cultural</strong> e pelo<br />
Centro <strong>Cultural</strong> da Espanha em São Paulo e<br />
AECID/Agência Espanhola de Cooperação<br />
Internacional para o Desenvolvimento.<br />
Nesta quinta edição da revista, as matérias e<br />
os artigos centram-se no exame das experi-<br />
ências culturais nas cidades contemporâneas,<br />
tema que também orientou a<br />
formulação do seminário. A matéria de<br />
abertura da revista procura apresentar um<br />
panorama das exposições e dos debates<br />
realizados entre os dias 9 e de abril na<br />
sede do Observatório por gestores culturais<br />
e pesquisadores do Brasil, da Espanha, do<br />
México, do Canadá, da Alemanha e da<br />
Escócia. As apresentações dos três dias<br />
reuniram relatos de experiências concretas de<br />
cidades tão diversas quanto Toronto e Ibiza,<br />
São Paulo e Berlim, ou México e Belém, além<br />
de reflexões conceituais como as expostas<br />
na conferência de abertura do encontro pelo<br />
antropólogo argentino radicado no México<br />
há muitos anos Néstor García Canclini.<br />
O seminário foi também uma oportunidade<br />
de refletir sobre o crescente protagonismo<br />
das cidades e das organizações locais<br />
na formulação de políticas públicas, e<br />
evidenciar a importância da cultura no<br />
equacionamento de soluções para os<br />
problemas urbanos contemporâneos.<br />
Na segunda matéria, são sumariados alguns<br />
dos principais tópicos da conferência<br />
de encerramento do seminário: Políticas<br />
Locais de Cultura e Desenvolvimento, que<br />
ficou a cargo de Alfons Martinell Sempere,<br />
professor da Universidade de Girona e<br />
diretor da AECID. Em entrevista à revista,<br />
Martinell Sempere enfatizou sua crença<br />
na autonomia e na sustentabilidade da<br />
cultura como um dos eixos fundamentais<br />
para a promoção de um verdadeiro<br />
desenvolvimento social e apresentou<br />
informações sobre a atuação da agência<br />
espanhola de cooperação internacional.<br />
Segundo os dados do suplemento de cultura<br />
da Munic (Pesquisa de Informações Básicas<br />
Municipais), do IBGE, as bibliotecas de uso<br />
público são os equipamentos culturais mais<br />
disseminados pelos municípios brasileiros,<br />
estando presentes em praticamente 90%<br />
deles. Para refletir sobre essa informação e<br />
conhecer um pouco mais as experiências<br />
brasileiras com bibliotecas públicas e<br />
comunitárias e a formação de leitores,<br />
entrevistamos a professora universitária Maria<br />
Christina Barbosa de Almeida, ex-diretora da<br />
biblioteca da Escola de Comunicações e Artes<br />
da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Os<br />
principais tópicos da entrevista podem ser<br />
lidos na terceira matéria desta publicação.<br />
Neste número, a revista inaugura uma seção<br />
dedicada a resenhas críticas com o livro O<br />
Direito à Cidade, de Henri Lefebvre. Carmen<br />
Beatriz Silveira, arquiteta, urbanista, doutora<br />
em planejamento urbano e regional pela<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />
(UFRJ) e pesquisadora visitante da Fundação<br />
Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresenta uma<br />
reflexão sobre a obra e as referências<br />
conceituais e metodológicas de seu autor.<br />
Ainda no campo da sugestão de leituras,<br />
a doutora em história pela Universidade<br />
Federal Fluminense (UFF) e professora<br />
de políticas culturais da Universidade<br />
Candido Mendes, Lia Calabre, selecionou,<br />
a pedido da revista, oito títulos que, em<br />
sua visão, podem iniciar ou aprofundar o<br />
conhecimento sobre política cultural. São<br />
indicações de leituras que incorporam sua<br />
experiência como professora universitária<br />
e pesquisadora de temas culturais na<br />
Fundação Casa de Rui Barbosa.<br />
.6 .7<br />
Artigos<br />
A segunda parte da revista apresenta<br />
quatro artigos, que sob diferentes<br />
perspectivas abordam as relações entre<br />
cultura, cidades e gestão local. Paola<br />
Berestein Jacques, professora da Faculdade<br />
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade<br />
Federal da Bahia e vice-coordenadora do<br />
Programa de Pós-graduação em Arquitetura<br />
e Urbanismo da mesma universidade,<br />
apresenta uma crítica à espetacularização<br />
das cidades, que chama de cenografia, e<br />
defende a experiência corporal das cidades,<br />
as corpografias, que podem ser entendidas<br />
como forma de microrresistência à<br />
espetacularização da cultura, das cidades e<br />
dos próprios corpos.<br />
Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira, doutora<br />
em cultura e informação, professora da<br />
(ECA) e pesquisadora do Observatório <strong>Itaú</strong><br />
<strong>Cultural</strong>, discute os novos conceitos que<br />
vêm sendo associados à cidade em textos<br />
e encontros internacionais: cidade como<br />
experimentação, cidade como projeto<br />
cultural, cidade como teatro do encontro,<br />
cidade como espaço da criatividade. Para<br />
ela, esses conceitos refletem a “idéia de que<br />
a cidade, hoje, é pensada como o espaço a<br />
ser construído e vivenciado pelos indivíduos