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Itaú Cultural

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imagem: Cia de Foto<br />

Cidade do México: cultura, política e clientelismo<br />

A exposição de Eduardo Nivón Bolán, professor do Departamento de<br />

Antropologia da Universidade Autônoma Metropolitana do México,<br />

procurou descrever os principais aspectos que a política cultural do<br />

México assumiu nos últimos dez anos e propor algumas linhas para<br />

torná-la mais profissionalizada e menos dependente das instâncias<br />

político-partidárias.<br />

A área metropolitana do México inclui o Distrito Federal,<br />

municípios conurbados e 9, milhões de habitantes. Desde 997,<br />

elege seu governo municipal, que é autônomo, mas tem algumas<br />

limitações: a segurança pública é responsabilidade do presidente da<br />

República, e o orçamento e a capacidade de endividamento devem<br />

ser aprovados pela Câmara Federal. Mesmo com essas restrições, a<br />

prefeitura da Cidade do México é o segundo cargo em importância<br />

política do país, logo abaixo da presidência da República.<br />

O Distrito Federal conta com a maior infra-estrutura cultural do país,<br />

gerida pelo Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (Conaculta),<br />

por alguns ministérios e instituições nacionais, pela maioria das<br />

fundações mexicanas e das indústrias culturais do país e por<br />

numerosas organizações do terceiro setor, caracterizando um setor<br />

cultural diversificado, mas muito concentrado na capital do país.<br />

Nos dez anos de autonomia política da região, ensaiaram-se diversos<br />

modelos de institucionalidade cultural: o Instituto de Cultura, de<br />

998 a 00 , a Secretaria de Cultura, a partir de 00 , e a Secretaria de<br />

Cultura acompanhada da Fundação <strong>Cultural</strong> da Cidade do México,<br />

a partir de 008. As mudanças foram feitas na direção de ampliar o<br />

domínio da política cultural apoiada em instrumentos institucionais<br />

e normativos mais claros, que pudessem diminuir as influências<br />

do paternalismo e do partidarismo que caracterizaram as políticas<br />

públicas mexicanas até os anos 990.<br />

Para Nivón Bolán, a Fundação foi, sem dúvida, um passo avante na<br />

institucionalização da política cultural. Sem suplantar a Secretaria de<br />

Cultura, compartilha com ela o cumprimento de suas atribuições.<br />

As duas instituições têm a mesma direção, mas são regidas por<br />

normas diferentes. A Secretaria é a responsável pela execução<br />

da política cultural, recebendo o conjunto de encargos sociais<br />

definidos pela Lei de Fomento <strong>Cultural</strong> e funcionando com base nos<br />

equipamentos que deve coordenar: museus, escolas de formação<br />

artística, centros culturais. A Fundação nasce com a intenção de<br />

incorporar os mais amplos agentes culturais. Para isso recebe uma<br />

contribuição financeira do governo municipal, mas empenha-se em<br />

se tornar auto-suficiente. A Secretaria tem seu orçamento aprovado<br />

pela Assembléia Legislativa e se envolve na dinâmica operacional e<br />

organizativa; a Fundação produz espaços de reflexão e avaliação.<br />

Eduardo Nivón Bolán acredita que a Cidade do México demonstrou,<br />

nos últimos anos, ter um efetivo interesse em transformar as políticas<br />

culturais do velho estilo autoritário em um modelo que inclua maior<br />

participação dos agentes culturais e da população. No entanto, dois<br />

fatores têm impedido uma transição plena para o novo modelo: a<br />

resistência das práticas clientelistas e a obsolescência do modelo da<br />

política cultural. “Podemos dizer que estamos transitando na cultura<br />

(e na educação) de modelos rígidos, centrados nos equipamentos,<br />

para modelos flexíveis, centrados nos sujeitos. Mais do que uma nova<br />

institucionalidade, trata-se de novos estilos: flexíveis, participativos e<br />

multidimensionais.”<br />

Ibiza: reinventar a cidade com a cultura<br />

Famoso destino turístico europeu do Mediterrâneo, Ibiza ou Eivissa,<br />

é o nome da maior cidade da ilha de mesmo nome, que integra<br />

o arquipélago Baleares, no sudeste da Espanha. Ibiza tem área de<br />

0 km , mil habitantes permanentes e recebe mais de milhões<br />

de turistas por ano, que construíram a fama contemporânea da ilha<br />

como destino de praia, sol, festas, boates e baladas.<br />

A partir de 999, foram criadas alternativas de desenvolvimento para<br />

Ibiza. Naquele ano, a ilha foi declarada Patrimônio da Humanidade<br />

pela Unesco, com a denominação “Eivissa, biodiversidade e cultura”.<br />

A entidade selecionou quatro elementos naturais e históricos da<br />

ilha:<br />

• o recinto murado de Dalt Vila (século XVI), na cidade de Ibiza;<br />

• a necrópole fenício-púnica de Puig des Molins, em Ibiza;<br />

• o povoado fenício de Sa Caleta (século VIII a.C.), na cidade de Sant<br />

Josep de Sa Talaia;<br />

• as Praderas de Posidonia Oceânica (áreas de plantas marinhas e<br />

fundos marinhos entre Ibiza e a ilha de Fomentera, no Parque Natural<br />

de Ses Salines).<br />

Em seguida, o governo espanhol preparou um Plano de Excelência<br />

Turística para Ibiza, tendo a cultura como eixo orientador. Os planos<br />

de excelência turística do governo espanhol pretendem, em geral,<br />

ampliar e melhorar a oferta de destinos turísticos, sobretudo de<br />

cidades com alto valor histórico, melhorando a infra-estrutura<br />

turística e diversificando a oferta de serviços para os turistas.<br />

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