Itaú Cultural
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9 Para mais informações,<br />
visite o portal<br />
www.laconditionpublique.com.<br />
0 Ver http://www.mairie-lille.<br />
fr/sections/site-fr/Menu_horizontal_<br />
haut/Culture/maisons-folie-tri-postal<br />
• C Doku Production – Espaço destinado à pós-produção de filmes,<br />
à edição e à produção de DVDs, com equipe local qualificada e<br />
preços baixos.<br />
• Redeemadesign – Laboratório de design e reciclagem.<br />
• Circus World Wild – Oficinas de circo.<br />
• Radio Patapoe – Rádio livre.<br />
• Youth Program Overtoom 0 – Programas voltados para os jovens.<br />
O centro é autogerido e se mantém sem verbas públicas.<br />
Experiência diferente de planificação de novas instalações culturais é<br />
apresentada pelas maisons folie, encontradas na França e na Bélgica.<br />
O nome carrega enorme simbolismo, já que se refere às casas de<br />
diversão e lazer da aristocracia do século XVIII, precursoras das casas<br />
de veraneio burguesas. As maisons folie, criadas e geridas pela gestão<br />
municipal, ocupam prédios históricos abandonados – conventos,<br />
hospícios, fábricas de fiação -, imensas edificações esvaziadas<br />
que, ressignificadas, passam a abrigar novas experimentações. Os<br />
indivíduos, moradores das redondezas, participam do processo de<br />
instalação desses novos centros culturais em seu bairro por meio<br />
de reuniões, assembléias e oficinas, onde são identificados os seus<br />
desejos. Residências artísticas, oficinas, shows e representações<br />
permitem intercâmbios entre diferentes indivíduos e a possibilidade<br />
de novas experimentações.<br />
Em Roubaix, norte da França, a La Condition Publique é uma maison<br />
folie instalada em um edifício do século XIX originalmente destinado<br />
ao armazenamento e ao comércio de lã, atividade que entrou em<br />
decadência na região com a nova geografia do capitalismo global. O<br />
prédio ocupa uma área de cerca de hectares e abriga dois galpões<br />
de mais de mil metros quadrados cada, com uma rua interna<br />
envidraçada de 0 metros de extensão por metros de largura.<br />
Nele é possível reservar espaço para apresentações, para o uso<br />
de uma sala de cinema, cultivar jardim e organizar festas, além de<br />
participar das atividades que lá acontecem. Indivíduos podem<br />
propor projetos dos mais diferentes. 9 A base de ação do espaço<br />
é que artistas interajam com o bairro e seus habitantes: Não são<br />
templos sagrados da cultura: aqui se pratica ao mesmo tempo a<br />
experimentação e o convívio. Por sua própria natureza, são lugares<br />
abertos tanto ao bairro quanto ao mundo. 0<br />
A maison folie de Wazemmes, também localizada em Lille, abriga<br />
um hamman (banho turco) e uma casa de chá, por solicitação dos<br />
moradores do bairro, além de uma série de espaços com atividades<br />
das mais diversas linguagens artísticas, bem como aqueles<br />
destinados ao simples encontro e convivência. A gestão do espaço<br />
é da municipalidade, com participação ativa dos moradores dos<br />
distritos onde estão circunscritos. Uma característica a diferenciála<br />
dos equipamentos culturais tradicionais é que lá se pode fazer<br />
uso do espaço para propostas individuais. Espaço público para uso<br />
comum em que o indivíduo atua em perspectiva coletiva.<br />
Em Montreal, no Canadá, a organização independente e sem fins<br />
lucrativos chamada Culture Montreal foi criada em 00 , visando<br />
a promoção da cultura, em todas as suas formas, como elemento<br />
essencial do desenvolvimento da cidade. Pretende-se um espaço de<br />
reflexão, diálogo e ação voltado para a comunidade cultural, política e<br />
de negócios e para os cidadãos de maneira geral. Tem como principais<br />
objetivos promover a participação e o direito de acesso à cultura<br />
para todos os cidadãos de Montreal; afirmar o papel da cultura no<br />
desenvolvimento da cidade, especialmente por meio da participação<br />
ativa da comunidade cultural na vida da cidade; e contribuir para o<br />
fortalecimento da posição de Montreal como metrópole cultural, pela<br />
afirmação de sua criatividade e diversidade cultural.<br />
A organização promove encontros, oficinas, reuniões, debates<br />
e seminários, atuando de forma participativa na esfera pública,<br />
criando redes de cooperação com outras cidades culturais do<br />
mundo e desempenhando um papel consultivo na formulação da<br />
primeira política cultural da cidade de Montreal. O papel pró-ativo<br />
da organização – de mobilização dos cidadãos de Montreal para<br />
pressão e intercâmbio com as instâncias públicas na formulação<br />
de políticas para a cidade, tendo a cultura como eixo fundamental<br />
de desenvolvimento – é emblema do papel que a sociedade civil<br />
vem assumindo na relação com o Estado, de instância decisória<br />
conjunta. Práticas participativas, deliberativas, convivem com práticas<br />
independentes, de criação de espaços alheios aos poderes públicos.<br />
No Brasil, o Edifício Prestes Maia, em São Paulo, foi ocupado por<br />
86 famílias do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), em 00 ;<br />
fechado por anos e em sério estado de deterioração, foi limpo,<br />
reorganizado e deu origem a um grande laboratório de experiências<br />
coletivas, com a criação de uma biblioteca livre, de oficinas, seminários<br />
e debates, atividades educativas e culturais abertas à participação<br />
pública. Inúmeras intervenções artísticas e culturais foram realizadas,<br />
e coletivos artísticos propuseram ações no local com base na idéia<br />
das trocas colaborativas entre diferentes agentes. A ocupação trouxe<br />
a questão da moradia para o debate público, além de mostrar as<br />
inúmeras possibilidades de aproveitamento de áreas e prédios<br />
abandonados de forma inusitada. “Tirar o movimento das páginas<br />
policiais e colocá-lo no caderno de cultura”, dizia-se. Os moradores,<br />
vizinhos da Pinacoteca do Estado, passaram a integrar o programa<br />
de inclusão sociocultural da instituição, freqüentando várias de suas<br />
Informações retiradas do portal<br />
www.culturemontreal.ca<br />
O imóvel, de propriedade<br />
do vereador Jorge Hamuche<br />
e de Eduardo Amorim,<br />
não possui escritura, foi<br />
abandonado por anos e a<br />
dívida dos proprietários com<br />
o governo municipal é de R$<br />
milhões em IPTU.<br />
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