a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...
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intimida<strong>de</strong>. No que concerne à <strong>obra</strong>, diz não importar o volume, m<strong>as</strong> a qualida<strong>de</strong> da <strong>na</strong>rrativa<br />
<strong>na</strong> opinião dos leitores e críticos. Porém, há certo lamento pel<strong>as</strong> pouc<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.<br />
Y es que Rulfo escribe poco. Todos se lo hemos reprochado - absurdamente,<br />
estúpidamente - algu<strong>na</strong> vez (...). Es lento, tien<strong>de</strong> al perfeccionismo, p<strong>as</strong>a por larg<strong>as</strong><br />
temporad<strong>as</strong> <strong>de</strong> esterilidad (...)”. Porém, um conjunto <strong>de</strong> du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> “es más que<br />
suficiente para colocar a su autor en un indiscutido primer plano en la literatura<br />
mexica<strong>na</strong> 6 .<br />
É imprescindível que uma crítica aconteça para que uma <strong>obra</strong> se divulgue. Contudo<br />
sua própria qualida<strong>de</strong> é a força motriz que fará com que “levante vôo”. Rulfo é um dos<br />
melhores escritores do mundo. “(...) es justamente la conciência e la esencia <strong>de</strong> u<strong>na</strong> ética<br />
literária (...) 7 ”. O crítico citado afirma, ainda, ser esta a b<strong>as</strong>e do sucesso <strong>de</strong> Rulfo, pois o<br />
artista literário escrevia para se dizer, como forma <strong>de</strong> se comunicar. Um jeito <strong>de</strong> se livrar <strong>de</strong><br />
remorsos e, <strong>as</strong>sim, purificar-se pela palavra. Durán escreve que “toda <strong>obra</strong> profunda ejerce<br />
sobre el crítico un influjo, u<strong>na</strong> atracción; el crítico sabe que es <strong>obra</strong> que necesita <strong>de</strong> su<br />
colaboración (...)” 8 . E muitos foram os que se interessaram pela <strong>obra</strong> rulfia<strong>na</strong>. Sua gran<strong>de</strong>za<br />
<strong>de</strong>spertou nos críticos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, profunda admiração. Campbell afirma ainda que: “Ése<br />
es el hombre sobre cuya <strong>obra</strong> se han escrito miles y miles <strong>de</strong> págin<strong>as</strong> (...). El hombre a que su<br />
<strong>obra</strong>, no la crítica, ha llevado a la inmortalidad como el máximo exponente <strong>de</strong> la literatura<br />
latinoamerica<strong>na</strong> mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong> 9 .”<br />
Neste sentido, também Davi Arrigucci Júnior afirma em entrevista que Rulfo “(...)<br />
teve uma intuição fundamental <strong>de</strong> como tratar o mundo, o mundo que ele sentiu e, fez seu<br />
livro, que é <strong>de</strong> fato un mundo único, fant<strong>as</strong>magórico e real em sua complexida<strong>de</strong>. Tudo o<br />
mais seria repetição inútil; só mereceu o seu silêncio 10 ”.<br />
Assim é como justifica Arrigucci a peque<strong>na</strong> gran<strong>de</strong> <strong>obra</strong> <strong>de</strong> Rulfo, ao afirmar que ela é<br />
suficiente, que não necessita <strong>de</strong> continuação, pois ele já havia escrito tudo o que queria.<br />
6<br />
DURÁN, Manuel. Juan <strong>rulfo</strong>: la máscara y la voz. In: CARRIZALES, M. Leo<strong>na</strong>rdo. Juan Rulfo, Los<br />
Caminos <strong>de</strong> la Fama Pública. México, D. F.: F. C. E, 1998, p. 148. “É que Rulfo escreve pouco. Todos o<br />
censuramos – absurdamente, estupidamente – alguma vez (...). É lento, com tendência ao perfeccionismo, no<br />
entanto p<strong>as</strong>sa por vári<strong>as</strong> temporad<strong>as</strong> <strong>de</strong> esterilida<strong>de</strong> (...) (Porém, um conjunto <strong>de</strong> du<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>) é mais que<br />
suficiente para colocá-lo em um indiscutível primeiro plano <strong>na</strong> literatura mexica<strong>na</strong>”.<br />
7<br />
Peña Sonia In: Fragmentos. nº 27, p. 149. “É justamente a consciência e a essência <strong>de</strong> uma ética literária.”<br />
8<br />
DURÁN, Manuel. In: Carrizales L. M. Juan Rulfo, los caminos <strong>de</strong> la fama pública. México: FCE, 1998, p.<br />
153. “Toda <strong>obra</strong> profunda exerce sobre o crítico uma influência, uma atração; o crítico sabe que é a <strong>obra</strong> que<br />
necessita <strong>de</strong> sua colaboração.”<br />
9<br />
PEÑA, Sônia. La ficción <strong>de</strong> la memria. Juan Rulfo ante la crítica, selección y prólogo <strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>rico Campbell.<br />
In: Fragmentos. Florianópolis, nº 27, ed. da UFSC, 2005, p. 51. “Esse é o homem cuja <strong>obra</strong>, não a crítica levouo<br />
à imortalida<strong>de</strong> como o máximo expoente da literatura latino-america<strong>na</strong> mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>.”<br />
10<br />
CAMORLINGA, A. Rarael COSTA, Walter Carlos. Entrevista com Davi Arrigucci Jr. In: Fragmentos,<br />
Florianópolis, v. 1 n. 27, p. 139.<br />
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