a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...
a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...
a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A doutri<strong>na</strong> sobre o pecado supõe a crença em um único Deus, soberano, justo, <strong>na</strong> vida<br />
do além-túmulo e <strong>na</strong> imortalida<strong>de</strong> da alma. E que Deus, <strong>na</strong> sua misericórdia, perdoará o<br />
pecador arrependido. Além <strong>de</strong> pagar pela <strong>de</strong>sobediência com sua <strong>morte</strong>, o homem também<br />
terá que trabalhar duro para viver. Em Gn (3,19) lê-se: “com o suor <strong>de</strong> teu rosto comerás teu<br />
pão até que retornes ao solo, pois <strong>de</strong>le foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tor<strong>na</strong>rás”. Sofre-se a<br />
<strong>morte</strong> dos seres queridos Gn (50,1: 2); a <strong>morte</strong> do outro faz pensar a própria <strong>morte</strong> Sl (49)<br />
pensar <strong>na</strong> <strong>morte</strong> é amargo para quem tem riquez<strong>as</strong>. A <strong>morte</strong> angustia o homem. Por vezes o<br />
<strong>de</strong>funto aparece apen<strong>as</strong> como uma sombra no Xeol. Aqui estaria representada uma idéia<br />
rudimentar sobre o inferno – um profundo poço – Sl (115,17) lugar escuro e miserável. Assim<br />
se lê em Is. (14,9s): N<strong>as</strong> profun<strong>de</strong>z<strong>as</strong>, o Xeol se agita por causa <strong>de</strong> ti, para vir ao teu encontro;<br />
para receber-te <strong>de</strong>spertou os mortos (...). Enquanto que a vida aparece como um sonho no Sl<br />
(13,4) lê-se: atenta Iahweh, meu Deus! Respon<strong>de</strong>-me! Ilumi<strong>na</strong> meus olhos, para que eu não<br />
adormeça <strong>na</strong> <strong>morte</strong>. É como se Deus esquecesse os mortos Sl (88, 4-6:16.17). O homem<br />
reconhece sua pequenez. “Pois minha alma está cheia <strong>de</strong> males, e minha vida está à beira do<br />
Xeol; sou visto como os que baixam à cova; tornei-me um homem sem forç<strong>as</strong>: <strong>de</strong>spedido<br />
entre os mortos, como <strong>as</strong> vítim<strong>as</strong> que jazem no sepulcro, d<strong>as</strong> quais já não te lembr<strong>as</strong> porque<br />
foram separad<strong>as</strong> da tua mão”.<br />
Por vezes a vida parece ser apen<strong>as</strong> uma vaida<strong>de</strong>, <strong>as</strong>sim apresenta Ecl (3). “Tudo tem<br />
seu tempo, o momento oportuno para todo propósito <strong>de</strong>baixo do sol. Tempo <strong>de</strong> n<strong>as</strong>cer, tempo<br />
<strong>de</strong> morrer (...). Tempo <strong>de</strong> matar, tempo <strong>de</strong> sarar; tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir, tempo <strong>de</strong> construir (...)”.<br />
Pois quem lhe dará a conhecer o que acontecerá <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>le? No entanto, a aceitação da<br />
<strong>morte</strong> também aparece como sabedoria, pois é um <strong>de</strong>creto divino Ecl (41,1-4), como sendo a<br />
condição huma<strong>na</strong> frente a Deus. Todavia, a <strong>morte</strong> será sempre uma força inimiga Sl (49), é<br />
como um anjo extermi<strong>na</strong>dor. Sua presença <strong>na</strong> terra é entendida como resultado do pecado do<br />
primeiro c<strong>as</strong>al. Portanto, quem segue o mal caminha para a <strong>morte</strong>. Pr (11). Quem estabelece a<br />
justiça viverá, e aquele que procura o mal morrerá.<br />
Os profet<strong>as</strong> anunciam a soberania <strong>de</strong> Deus sobre a <strong>morte</strong> no rei<strong>na</strong>do escatológico Sl<br />
(16,10). Com a <strong>morte</strong> e ressurreição <strong>de</strong> Cristo, todos os homens são libertos da escravidão do<br />
pecado Mc (10,38). Assim, Jesus fez a vonta<strong>de</strong> do Pai Mc (14,36), obe<strong>de</strong>ceu até a <strong>morte</strong> Fl<br />
(2,8). O c<strong>as</strong>tigo merecido pelo pecado, Cristo o <strong>as</strong>sumiu Rm (6,10). E por isso, restituiu a vida<br />
1Pd (3,19;4,6). Porque Ele sofreu a <strong>morte</strong>, Deus o coroou <strong>de</strong> glória Hb (2,9).<br />
João Batista - o precursor - por sua vez, também anuncia o juízo. Jesus vai se<br />
apresentando entre os ju<strong>de</strong>us, como síntese <strong>de</strong>ssa Revelação. Ele, Novo Adão, aos poucos, vai<br />
manifestando ser aquele que vence a <strong>morte</strong> 1Cor (15,22). Além da perspectiva do fim dos<br />
24