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a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...

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4 CONCLUSÃO<br />

No percurso traçado para esta pesquisa, seguimos por trilh<strong>as</strong> em que seres humanos<br />

foram <strong>de</strong>ixando p<strong>as</strong>sos e r<strong>as</strong>tros <strong>de</strong> su<strong>as</strong> sensações e concepções <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> vida-não-vida, <strong>de</strong><br />

vida-<strong>morte</strong>. De vida-além-<strong>morte</strong>.<br />

Vida mal-vivida dos que morreram à mingua - subjugados pela tirania, à miséria, à<br />

ignorância, à mesquinhez do ser-<strong>de</strong>sumano que habita a alma <strong>de</strong> tantos caciques Pedro “<strong>de</strong><br />

Pedra” Páramo - que mandam e <strong>de</strong>smandam n<strong>as</strong> Comal<strong>as</strong> do mundo.<br />

Vida-<strong>morte</strong> <strong>de</strong> Dolores “d<strong>as</strong> Dores” e <strong>de</strong> Juan <strong>de</strong>s-Preciado. Vida-sem-vida dos que<br />

renunciaram ao direito <strong>de</strong> viver o céu da existência terre<strong>na</strong>. Como a viveram Dorotea e<br />

também Eduviges e outros perso<strong>na</strong>gens - que existiram acorrentados, pela culpa. Que<br />

pa<strong>de</strong>ceram aprisio<strong>na</strong>dos pela ambição e pelo egoísmo dos <strong>de</strong>mônios humanos que<br />

transformaram su<strong>as</strong> vid<strong>as</strong> num verda<strong>de</strong>iro inferno.<br />

Vid<strong>as</strong> que pensam a partir da Filosofia, que rezam <strong>na</strong> Teologia. M<strong>as</strong> também vida-viva<br />

que livremente sonha, protesta, contesta, dança, faz poesia e reescreve a própria vida <strong>na</strong> Arte<br />

– porque a Arte tudo po<strong>de</strong> e tudo permite. Nela não há culpa.<br />

E <strong>as</strong>sim n<strong>as</strong> fontes d<strong>as</strong> Ciênci<strong>as</strong> e da Arte, nos ilumi<strong>na</strong>mos com teori<strong>as</strong>, com a<br />

sabedoria dos que antes <strong>de</strong> nós buscaram compreen<strong>de</strong>r a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser ser-humanofinito<br />

e infinito.<br />

Provamos do amargo gosto d<strong>as</strong> angústi<strong>as</strong>, dos <strong>de</strong>sgostos <strong>de</strong> vid<strong>as</strong>-não-vid<strong>as</strong> e vid<strong>as</strong><strong>morte</strong>.<br />

Vid<strong>as</strong> <strong>de</strong>vorad<strong>as</strong> pelo homem, lobo do homem.<br />

Na <strong>obra</strong> <strong>de</strong> Juan Rulfo, conhecemos outr<strong>as</strong> faces da <strong>morte</strong>. Morte: coisa ou não-coisa.<br />

Morte: um ser ou um não-ser. Morte, misteriosa. Espantosa. Maldita como a <strong>de</strong> Juvêncio<br />

Nava – que suplicava pela vida. Ou bem-vinda - como foi a <strong>de</strong> Dorotea e Susa<strong>na</strong> San Juan e a<br />

<strong>morte</strong> <strong>de</strong> todos aqueles que a quiseram para libertar-se da dor-<strong>de</strong>-viver ou da doença-vida <strong>de</strong><br />

(Tanilo santos).<br />

Assim a <strong>morte</strong> segue sua trilha, ceifando vid<strong>as</strong>. E o homem <strong>de</strong> todos os tempos - o que<br />

vive a angústia <strong>de</strong> não entendê-la, o que vive o medo ou f<strong>as</strong>cínio que ela <strong>de</strong>sperta e, também,<br />

aquele que tão pouco com ela se importa busca respost<strong>as</strong> que a <strong>de</strong>sven<strong>de</strong>, antes que ela o<br />

encontre.<br />

Ao longo dos tempos, muitos autores e artist<strong>as</strong> abordaram o tema da <strong>morte</strong> em su<strong>as</strong><br />

obr<strong>as</strong>. Também, tão bem e singularmente, o fez Juan Rulfo. E também nos ocupamos nós,<br />

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