13.05.2013 Views

a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...

a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...

a morte e as mortes na obra de juan rulfo - Universidade Federal de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

como possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remissão <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos pecados, sob cert<strong>as</strong> condições, após a <strong>morte</strong>.<br />

Vale salientar que isso implica reconhecer que a justiça divi<strong>na</strong> é diferente da justiça huma<strong>na</strong>.<br />

Nesse sentido lê-se: “nuestra justicia viene <strong>de</strong> Cristo y <strong>de</strong> sus méritos, pero es realmente<br />

distinta <strong>de</strong> la justicia que Cristo tiene y por la que El es infinitamente justo 37 ”.<br />

Os Concílios <strong>de</strong> Florença (1439) e Trento (1546) ocuparam-se <strong>de</strong>ssa doutri<strong>na</strong>. O <strong>de</strong><br />

Florença afirma que os fiéis que não conseguirem morrer em estado <strong>de</strong> graça irão para o<br />

purgatório purificar-se por meio d<strong>as</strong> orações e obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> carida<strong>de</strong> dos vivos; o Concílio <strong>de</strong><br />

Trento reafirma essa doutri<strong>na</strong>. O Concílio Vaticano II, <strong>na</strong> Constituição Dogmática Lumen<br />

Gentium, retoma também o tema. Na profissão <strong>de</strong> fé <strong>de</strong> Paulo VI, reza-se: “Creemos que l<strong>as</strong><br />

alm<strong>as</strong> <strong>de</strong> todos aquellos que mueren en la gracia <strong>de</strong> Cristo – sean aquell<strong>as</strong> que todavía han <strong>de</strong><br />

ser purificad<strong>as</strong> por el fuego <strong>de</strong>l purgatorio (...) 38 ”. Dentre os textos bíblicos que fundamentam<br />

essa doutri<strong>na</strong> está 2ª Mac (12,43ss).<br />

Orar, fazer penitência e carida<strong>de</strong>, jejuar pelos mortos é um costume antigo e<br />

propagado pela Igreja, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros séculos do cristianismo. Porém, o núcleo essencial<br />

sobre a doutri<strong>na</strong> do purgatório está em 1Cor (3,12-15) pois cada um receberá a recompensa<br />

por su<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.<br />

1.4 SINCRETISMO RELEGIOSO<br />

Sincretismo é a fusão <strong>de</strong> religiões com seus ritos, crenç<strong>as</strong> e outr<strong>as</strong> particularida<strong>de</strong>s. No<br />

entanto, se a fusão não se dá no âmbito doutrinário, ocorre <strong>na</strong> sua prática. É possível <strong>de</strong>fini-lo<br />

também como uma tolerância, uma tentativa <strong>de</strong> aproximação <strong>de</strong> doutrin<strong>as</strong> que será expressa<br />

<strong>na</strong> prática. São elementos doutrinários que vão se juntando uns nos outros, formando um todo<br />

diferente e amalgamado que busca harmonizar tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> concepções religios<strong>as</strong>. É um<br />

fenômeno antigo universal e <strong>na</strong>tural 39 . No entanto, a Igreja Católica, em conformida<strong>de</strong> com<br />

sua doutri<strong>na</strong>, foi historicamente intransigente com tudo o que era novo e/ou aparentemente<br />

37 POZO, Candido et. al. Teología <strong>de</strong>l Más Allá. 3ª ed. Madri: Editorial Biblioteca <strong>de</strong> Autores Cristianos, 1992,<br />

p.519. “Nossa justiça vem <strong>de</strong> Cristo e <strong>de</strong> seus méritos, porém é realmente diferente da justiça que Cristo tem e<br />

pela qual é infinitamente justo”.<br />

38 I<strong>de</strong>m p 523. “Cremos que <strong>as</strong> alm<strong>as</strong> <strong>de</strong> todos aqueles que morrem <strong>na</strong> graça <strong>de</strong> Cristo sejam aquel<strong>as</strong> que serão<br />

purificad<strong>as</strong> pelo fogo do purgatório, em seguida, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> serem separad<strong>as</strong> do corpo, serão recebid<strong>as</strong>, como o<br />

Bom Ladrão, por Jesus no Paraíso (...)”.<br />

39 SCHLESINGER, H. H. Porto. Dicionário enciclopédico d<strong>as</strong> religiões. V. II K-Z. Petrópolis: Vozes, 1995.<br />

27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!