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VOLUME 19, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO ... - SBNPE

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Figura 4 - Comparação do tempo médio de internação.<br />

Os recém-nascidos que foram submetidos ao protocolo<br />

experimental apresentavam no mínimo 32 semanas de idade<br />

gestacional e peso superior a 1500 gramas, além de estado clínico<br />

geral bom, sendo estes fatores fundamentais para se iniciar<br />

a estimulação.<br />

No decorrer das intervenções, observou-se que os RNs<br />

apresentaram boa aceitação das estimulações. No que diz respeito<br />

à sucção, todos os RNs estimulados apresentavam melhora<br />

significante a cada estimulação (maior força de sucção<br />

e ritmo). Notou-se que, durante as estimulações, os neonatos<br />

que apresentavam tônus e postura oral hipotônicas passavam,<br />

após as estimulações, a ter musculatura e postura mais adequadas.<br />

Outros estudos 10,11 também demonstraram que a<br />

estimulação sensório motor oral normaliza reflexos orais<br />

diminuindo os sinais de sucção inadequada e aumentando o<br />

volume de leite ingerido.<br />

Em relação à variação de peso entre os grupos, observouse<br />

que o GC teve, em média, perda de peso de 14 gramas e os<br />

RNs submetidos ao protocolo experimental tiveram, em<br />

média, 106 gramas de aumento de peso. Desta forma, podese<br />

destacar que a estimulação fonoaudiológia é fundamental<br />

na aquisição e manutenção do peso. Verificou-se, portanto,<br />

nesta pesquisa, que existe diferença significante em relação<br />

a variação de peso nos grupos analisados, demostrando a<br />

efetividade da intervenção fonoaudiológica. Caetano et al. 12<br />

demonstraram que programas de estimulação resultam em alta<br />

precoce e aumento de peso em neonatos.<br />

Com relação ao tempo de internação, observa-se que não<br />

há diferença significante quanto aos resultados entre o GC e<br />

o GE, destacando-se que foi considerado para ambos os grupos<br />

tempo de internação de até 12 dias.<br />

Uma pesquisa semelhante ao estudo foi realizada por<br />

Bernbaum et al. 13 , que estudaram o efeito da sucção não nutritiva<br />

em 30 neonatos com peso de nascimento inferior a<br />

1.Xavier C. Assistência à alimentação de bebês hospitalizados. In: Bassetto<br />

MCA., Brock R, Wajnsztenj R, eds. Neonatologia – Um convite à atuação<br />

fonoaudiológica. São Paulo: Ed. Lovise, <strong>19</strong>98; 255-75.<br />

2.Friche AL. A Importância da intervenção fonoaudiológica em neonatos<br />

de alto risco. Rev. Fonoaud. Belo Horizonte <strong>19</strong>95, 2: 17-25.<br />

3.Santos WA. O terapeuta ocupacional e o trabalho junto a neonatos<br />

Referências bibliográficas<br />

Rev Bras Nutr Clin 2004; <strong>19</strong>(4):184-188<br />

1.500g. Concluíram que a sonda nasogástrica e a estimulação<br />

da sucção aceleram a maturação do reflexo de sucção, facilitam<br />

a transição de alimentação por gavagem para via oral,<br />

levam a um maior ganho de peso e diminuem o tempo de<br />

estadia hospitalar.<br />

Resultados divergentes aparecem na literatura 12,13,14<br />

quanto a alta hospitalar de neonatos submetidos ou não a<br />

estimulação oral sendo necessários estudos mais detalhados<br />

quanto a este aspecto.<br />

Os resultados desta pesquisa demonstram que a intervenção<br />

fonoaudiológica é efetiva em relação à variação de peso,<br />

mas não se pôde observar influência quanto à diminuição do<br />

tempo de internação hospitalar. Acredita-se que este último<br />

dado não tenha apresentado diferença significante devido a<br />

outros fatores que podem interferir e que não foram analisados<br />

nesta pesquisa.<br />

Vale aqui mencionar que publicações nesta área são<br />

bastante restritas sendo absolutamente necessário novos estudos<br />

para realizar estudos comparativos.<br />

Com a realização deste tipo de trabalho dentro da UTI<br />

neonatal, existe a possibilidade de conscientizar os profissionais<br />

atuantes no hospital da importância do encaminhamento<br />

dos recém-nascidos de risco para o fonoaudiólogo e, desta<br />

forma, difundir a intervenção fonoaudiológica em recémnascidos<br />

prematuros, proporcionando uma melhor qualidade<br />

de vida a estes neonatos e suas famílias. Os riscos de desnutrição<br />

do neonato podem ser minimizados com a estimulação<br />

fonoaudiológica garantindo o ganho de peso.<br />

Visando que a saúde não é só ausência de doenças, mas<br />

também o bem estar, justifica-se assim a detecção e prevenção<br />

de desordens e a estimulação precoce. A fonoaudiologia atuante<br />

dentro da UTI neonatal busca proporcionar ao neonato<br />

melhor qualidade de vida. Além disso, a intervenção<br />

fonoaudiológica esta ligada diretamente a nutrição que tem<br />

papel vital e relevante na vida destas crianças.<br />

Conclusão<br />

Nas condições do presente trabalho pode-se concluir que<br />

os neonatos que receberam estimulação fonoaudiológica<br />

apresentaram melhora quanto a sucção, tônus e postura oral,<br />

aquisição e manutenção de peso, diminuindo assim os riscos<br />

da desnutrição e desta forma proporcionando uma melhora<br />

na qualidade de vida.<br />

Não foi encontrada diferença estatisticamente<br />

significante quanto ao período de internação para os dois<br />

grupos estudados, sendo necessários novos estudos que possam<br />

analisar fatores que interferem neste processo.<br />

de alto risco. In: Bassetto MCA., Brock R, Wajnsztenj R, eds. Neonatologia<br />

– Um convite à atuação fonoaudiológica. São Paulo, Ed. Lovise <strong>19</strong>98:<br />

347-51.<br />

4.Simonek C, Esmeraldo M. Ampliação para os critérios de risco para<br />

perdas auditivas em neonatos. Lug. Fonoaud. <strong>19</strong>92, 7: 20-2.<br />

5.Hernandez AM. Atuação fonoaudiológica em neonatologia: Uma<br />

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