VOLUME 19, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO ... - SBNPE
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Os doentes foram orientados para o preenchimento do<br />
registro alimentar de três dias, que podia ser feito pelo próprio<br />
paciente ou por algum acompanhante da refeição. A avaliação<br />
do registro alimentar foi feita de modo semi-qualitativo,<br />
tendo sido considerados os alimentos em três grandes grupos,<br />
sendo eles energéticos, construtores e reguladores. Para<br />
tanto se estabeleceu que açúcares, gorduras, farinhas, cereais<br />
seriam alimentos energéticos; carnes, leite e ovos seriam construtores<br />
enquanto que frutas e hortaliças seriam alimentos<br />
reguladores. Os alimentos como refrescos e infusos, nos quais<br />
foram adicionados quantidades de açúcar, foram incluídos no<br />
grupo dos energéticos. A escolha desta classificação foi para<br />
melhor ilustrar os desvios alimentares dos pacientes, apontando<br />
o papel de cada grupo no tratamento dietético orientado.<br />
Resultados<br />
A amostra foi composta por 40 pacientes, sendo 18<br />
(45%) do sexo feminino e 22 (55%) do sexo masculino, que<br />
faziam tratamento contínuo no Hospital Militar do Rio de<br />
Janeiro (Tabela I).<br />
Tabela I - Distribuição da amostra por sexo e faixa etária<br />
Idade Masculino Feminino<br />
N % n %<br />
20 a 29 4 10 2 5<br />
30 a 49 4 10 4 10<br />
50 a 69 11 27,5 7 17,5<br />
> 70 3 7,5 5 12,5<br />
Entre os homens, o câncer de próstata foi mais freqüente,<br />
presente em 11 (28%) pacientes, enquanto que nas mulheres<br />
a prevalência maior foi de câncer de mama, acometendo<br />
nove (23%) mulheres (Figura 2).<br />
Figura 2 - Localização do câncer<br />
Quanto ao componente calórico da dieta, 29 (72%)<br />
pacientes ingeriram menos que 70% do recomendado e apenas<br />
nove (23%) apresentaram percentual de adequação<br />
satisfatório (Figura 3).<br />
Em relação às proteínas, oito (20%) pacientes ultrapassaram<br />
suas necessidades protéicas; apenas seis (15%) apresentavam<br />
percentual de adequação satisfatório e 26 (65%) pacientes<br />
faziam ingestão menor que 70% do recomendado em<br />
proteína. Foi observado também que 13 (32%) pacientes não<br />
comiam nenhum tipo de carne (Figura 4).<br />
O estudo apresentou a média das porções dos alimentos<br />
usados pelos doentes conforme os resultados dos diários alimentares<br />
de três dias. A ingestão de alimentos construtores foi<br />
insatisfatória em todas as refeições, apesar de apresentar fre-<br />
Figura 3 - Adequação da ingestão calórica<br />
Figura 4 - Adequação da ingestão protéica<br />
Rev Bras Nutr Clin 2004; <strong>19</strong>(4):165-169<br />
qüência maior no desjejum. Os alimentos reguladores foram<br />
ingeridos com maior freqüência no almoço, sendo que nas<br />
outras refeições, o consumo não foi satisfatório. Os energéticos<br />
foram ingeridos adequadamente na maioria das refeições. Foi<br />
observada baixa freqüência no consumo dos grupos de alimentos<br />
na colação e ceia, o que pode ser explicado através da<br />
ausência dessas refeições para a maioria dos pacientes (Figura<br />
5,6 e7).<br />
Verificou-se também a preferência da consistência da<br />
dieta e observou-se que 23 (57%) pacientes adotavam a<br />
consistência normal, dez (25%) consistência branda, enquanto<br />
que sete (18%) apresentavam dificuldade para mastigação<br />
ou deglutição, preferindo a consistência pastosa (Figura 8).<br />
Figura 5 - Ingestão de alimentos reguladores<br />
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