16.06.2013 Views

VOLUME 19, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO ... - SBNPE

VOLUME 19, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO ... - SBNPE

VOLUME 19, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO ... - SBNPE

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Rev Bras Nutr Clin 2004; <strong>19</strong>(4):209-215<br />

avaliação seletiva para crianças a partir de dois anos, não se<br />

recomendando antes desta idade, pois não se conhecem os<br />

riscos da restrição de gorduras para crianças pequenas.<br />

A avaliação seletiva é feita baseada na história familiar<br />

e nos fatores de risco individuais É recomendada para crianças<br />

com história familiar de doença coronariana prematura<br />

(menos de 55 anos em pais ou avós), hiperlipidemia<br />

(TC>240mg/dl em um dos pais), morte súbita ou xantomas,<br />

ou ainda, história familiar incompleta ou impossível de ser<br />

obtida 30,59 . Crianças e adolescentes com fatores de risco individual<br />

tais como, obesidade, hipertensão, diabetes mellitus, ou<br />

história de doença de Kawasaki, também devem ser investigados.<br />

A proposta da avaliação seletiva se baseia nos altos<br />

custos de uma avaliação generalizada e na falta de padronização<br />

dos testes, que podem gerar interpretações errôneas 30 .<br />

A avaliação generalizada de colesterol pode ter ainda<br />

conseqüências adversas, tais como déficits nutricionais,<br />

advindos de uma dieta restritiva. Há registros de evidências<br />

de desenvolvimento inadequado devido a restrições alimentares,<br />

impostas em razão de nível de colesterol elevado encontrado<br />

em exames de rotina. O retardo do crescimento se deve<br />

a uma aplicação não supervisionada de dieta baixa em gordura<br />

e baixa em colesterol. Crianças que ingerem menos de<br />

30% das calorias provindas de gorduras consomem dietas<br />

inadequadas com aumento de ingestão de carboidratos e<br />

sacarose e diminuição de vitaminas e sais minerais, tais como,<br />

ácido fólico e ferro 59 .<br />

Baker et al. 30 recomendam usar, inicialmente, o nível de<br />

colesterol total para crianças que têm pelo menos um dos pais<br />

com colesterol sangüíneo alto, apesar de que uma avaliação<br />

inicial do colesterol e do HDL-c (como recomendado para<br />

adultos), evita um novo exame de sangue caso o colesterol<br />

alto seja devido a um HDL-c alto. Se o colesterol total da<br />

criança for maior de 200 mg/dl deve ser exigido um exame<br />

mais detalhado. Se a criança tiver uma história familiar de<br />

doença aterosclerótica prematura, o teste inicial deverá ser<br />

completo.<br />

1.WHO MONICA Project: risk factores. Int J Epidemiol <strong>19</strong>89; 18 suppl.<br />

1: S46-S55.<br />

2.Damiani D, Carvalho DP, Oliveira RG. Obesidade na infância – um<br />

grande desafio. Pediatria Moderna. 2000; XXXVI(8);489528.<br />

3.Van Itallie TB. Health implications of overweight and obesity in the<br />

United States. Ann Intern Med <strong>19</strong>85; 103: 983-8.<br />

4.Bouchard C, Tremblay A, Després JP. The response to long-term<br />

overfeeding in identical twins. N Engl J Med <strong>19</strong>90; 322: 1477-82.<br />

5.Callaway CW, Forey JP, Nuckolls JG, Van ltallie TB. Obesity: a quartet of<br />

approaches. Patient Care <strong>19</strong>92; 15:157-99.<br />

6.Bouchard C, Tremblay A, Nadeau A.. Genetic effect in resting and<br />

exercise metabolic rates. Metabolism <strong>19</strong>89; 38: 364-70.<br />

7.Bouchard C, Pérusse L. Genetics of obesity. Annu Rev Nutr <strong>19</strong>93; 13:<br />

337-54.<br />

8.Robert WJ, French SA. Epidemic obesity in the United States: are fast food<br />

and television viewing contributing? Am J Public Health <strong>19</strong>98; 88: 277-80.<br />

9.Blundell JE. Food intake and appetite control: from energy intake to<br />

dietary patterns. [Paper presented at European Congress on Obesity;<br />

<strong>19</strong>95 May 31 - Jun 3; Copenhagen.]<br />

10.Pi-Sunyer FX. Medical hazards of obesity. Ann Intern Med <strong>19</strong>93; 1<strong>19</strong>:<br />

655 -60.<br />

214<br />

Referências bibliográficas<br />

Alguns estudos sugerem que a dieta do bebê pode levar<br />

a uma alteração do metabolismo de lipídios de forma diferente<br />

para os sexos e que, a associação entre esta dieta e a concentração<br />

do nível de colesterol no sangue, parece independente<br />

da colesterolemia dos pais e talvez, embora sem confirmação,<br />

até da dieta atual da criança 60 .<br />

Crianças com história familiar de síndromes hiperlipidêmicas,<br />

colocadas em dietas altamente restritas em gorduras,<br />

podem ter aumento na variação e no paladar dos alimentos<br />

utilizando substitutos de gordura. Estudos em adultos<br />

mostraram que a ingestão de olestra pode reduzir os<br />

triglicérides séricos, o colesterol total, e as lipoproteínas de<br />

baixa densidade 52 .<br />

Washino et al. 61 , em estudos realizados no Japão, concluíram<br />

que a combinação do índice aterogênico e de porcentagem<br />

de gordura corporal são bons indicadores para avaliação<br />

do risco de obesidade, hiperlipidemia e de doença<br />

coronariana cardíaca no futuro.<br />

Considerações finais<br />

A importância da dieta na etiologia das enfermidades<br />

crônicas não transmissíveis está bem reconhecida, mas, em<br />

estudos epidemiológicos, esbarra na confiabilidade das medidas<br />

de consumo nutricional 62 .<br />

Medidas acuradas de consumo de alimentos são o prérequisito<br />

mais importante para o estudo do metabolismo de<br />

nutrientes no organismo e sua correlação com os efeitos na<br />

saúde 63 .<br />

Os pais têm influência na formação dos padrões de hábitos<br />

de alimentação 64,65 e de atividade física na infância 66 . Seu<br />

envolvimento é fundamental para o sucesso da prevenção da<br />

obesidade e das dislipidemias na idade pré-escolar, pois, nesta<br />

fase, estes ainda têm o controle sobre a disponibilidade dos<br />

alimentos e sobre a atividade física 21 , sendo que a consolidação<br />

desses hábitos durante a infância será fundamental para<br />

a formação do estilo de vida na idade adulta.<br />

11.Troiano RP, Briefel RR, Carroll MD, Bialostosky K. Energy and fat<br />

intakes of children and adolescents in the United states: data from the<br />

National Health and Nutrition Examination Surveys. Am J Clin Nutr<br />

2000; 72(suppl):1343S-53S.<br />

12.Reilly JJ, Dorosty AR, Emmett PM. Prevalence of overweight and<br />

obesity in British children: cohort study. BMJ <strong>19</strong>99; 3<strong>19</strong>:1039.<br />

13. Zimmermann MB, Hess SY, Hurrell RF. A national study of the prevalence<br />

of overweight and obesity in 6-12 y-old Swiss children: body mass index,<br />

body-weight perceptions and goals. Eur J Clin Nutr 2000; 54:568-72.<br />

14.Guillaume M. Defining obesity in childhood: current practice. Am J<br />

Clin Nutr <strong>19</strong>99; 70(Suppl):126S-30S.<br />

15.Santos EC, Cardoso AL.. Obesidade na criança e no adolescente.<br />

Pediatria (São Paulo) <strong>19</strong>96; 18(3):155-6.<br />

16.Charles MA. L’obésité dans l’enfance a-t-elle des conséquences à<br />

l’âge adulte? Cah Nutr Diét 2001; 36(2):113-15.<br />

17.Troiano RP, Flegal KM, Kuczmarski RJ, Campbell SM, Johnson CL..<br />

Overweight prevalence and trends for children and adolescents. Arch<br />

Pediatr Adolesc Med<strong>19</strong>95; 149:1085-91.<br />

18.Guo SS, Roche AF, Chumlea WC, Gardner JC, Siervogel RM. The<br />

predictive value of childhood body mass index values for overweight at<br />

age 35. Am J Clin Nutr. <strong>19</strong>94; 59:810-9.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!