VOLUME 19, NÚMERO 4 • OUTUBRO, NOVEMBRO ... - SBNPE
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Rev Bras Nutr Clin 2004; <strong>19</strong>(4):216-223<br />
tente en pacientes exclusivamente con nutrición enteral, fue observado que el reflujo era la causa principal de la interrupción de nutrición.<br />
En la presente revisión, se mostró los volúmenes residuales diferentes considerados como señal de intolerancia a la dieta enteral administrada<br />
así como otros factores interferentes. Sin embargo, aunque no hay un consenso en la literatura sobre este asunto, y es necesario realizar<br />
más estudios que puedan originar un protocolo eficaz en caso de reflujo en la nutrición enteral, esta revisión recoge recomendaciones a<br />
ser seguidas en estos casos. (Rev Bras Nutr Clin 2004; <strong>19</strong>(4):216-223)<br />
UNITÉRMINOS: nutrición enteral, terapia intensiva, complicaciones<br />
Introdução<br />
A importância da terapia nutricional no paciente grave<br />
deve-se ao quadro de intenso catabolismo promovido pelas<br />
citocinas. O suporte nutricional não irá prevenir ou reverter<br />
as alterações metabólicas no paciente crítico (como o<br />
hipermetabolismo, lipólise aumentada e catabolismo<br />
protéico, decorrentes das alterações do quadro de sepse, que<br />
é presente em grande número de pacientes críticos), mas<br />
minimizará o desgaste das reservas corporais protéicas 1 .<br />
A nutrição enteral é a melhor opção para pacientes críticos<br />
que necessitem de suporte nutricional especializado 1 ,<br />
uma vez que a nutrição parenteral deve ser reservada para os<br />
pacientes, para os quais a terapia nutricional enteral (TNE)<br />
não é possível 1 .<br />
A TNE é mais acessível economicamente e mais fisiológica,<br />
quando comparada à nutrição parenteral 2,3,4 .<br />
A nutrição por via nasoenteral ou por ostomias não é<br />
isenta de complicações que, uma vez conhecidas, podem ser<br />
tratadas ou prevenidas, monitorizando-se de forma adequada<br />
os pacientes 5 . Essas complicações podem ser agrupadas em<br />
quatro principais categorias: infecciosas, gastrointestinais,<br />
mecânicas e metabólicas 6 (Tabela 1).<br />
Tabela 1 - Complicações em terapia nutricional enteral<br />
Categoria das complicações Problemas observados<br />
Infecciosas aspiração<br />
colonização gástrica<br />
contaminação de fórmulas enterais<br />
Gastrointestinais diarréia<br />
náuseas<br />
distensão abdominal<br />
resíduos gástricos elevados/refluxo<br />
vômitos<br />
retardo do esvaziamento gástrico<br />
obstipação<br />
Mecânicas erosão nasal<br />
abcesso septonasal<br />
sinusite aguda, otite, rouquidão<br />
obstrução da sonda<br />
saída ou migração acidental da sonda<br />
ruptura de varizes esofágicas<br />
faringite<br />
Metabólicas hipocalemia<br />
hiponatremia<br />
hiperglicemia<br />
hipofosfatemia<br />
interações medicamentosas<br />
Fonte: adaptado de Coppini & Waitzberg 5 , Janu et al. 6<br />
Um levantamento prospectivo realizado durante 44 dias,<br />
em 2002, no Hospital Universitário (HU) da Universidade<br />
de São Paulo (USP), com o objetivo de coletar dados sobre<br />
o suporte nutricional enteral na Unidade de Terapia Intensiva<br />
(UTI) de adultos e as dificuldades em alcançar as metas<br />
nutricionais, analisou 22 pacientes com dieta enteral exclusiva,<br />
sendo que a maior parte tinha como diagnóstico principal<br />
as doenças neurológicas, principalmente representadas<br />
pelo acidente vascular cerebral (AVC) (Tabela 2). A população<br />
analisada era predominantemente idosa (59,1% dos<br />
pacientes com idade ≥ 65 anos).<br />
Tabela 2 - Diagnóstico dos pacientes analisados no levantamento na<br />
UTI de adultos do HU-USP<br />
Diagnósticos % Pacientes<br />
Neurológico 23,0<br />
Respiratório 18,0<br />
Respiratório + Neurológico 18,0<br />
Renal 14,0<br />
Respiratório + ICC 9,0<br />
Neoplasias 4,5<br />
Hepatopatia 4,5<br />
Coma Hiperosmolar 4,5<br />
TEP 4,5<br />
Total 100,0<br />
ICC- Insuficiência Cardíaca Congestiva; TEP- Tromboembolismo Pulmonar<br />
A administração da dieta enteral na UTI do HU foi feita<br />
através do método de infusão intermitente, com sete horários<br />
ao dia e com pausa noturna de cinco horas. Em relação ao<br />
volume administrado da dieta enteral dos pacientes analisados,<br />
27,3% recebeu volume menor que 70% do proposto. A<br />
principal causa observada pelo não recebimento da dieta<br />
enteral foram as complicações gastrointestinais devido a<br />
nutrição enteral, representadas principalmente pelo refluxo.<br />
A segunda causa do não recebimento da dieta enteral foi o<br />
jejum para exames, que é fato constante no atendimento ao<br />
paciente internado em uma UTI.<br />
Os pacientes estudados permaneceram em média 10,17<br />
dias recebendo dieta exclusivamente enteral, e a média de<br />
permanência observada foi de 11,58 dias na UTI. A partir<br />
disto, foi possível concluir que é de grande importância o<br />
acompanhamento adequado das complicações observadas<br />
nestes pacientes, devido à dieta enteral, visto que estes permanecem<br />
o maior tempo da internação na UTI com nutrição<br />
enteral.<br />
Refluxo em nutrição enteral<br />
Complicações na terapia nutricional enteral dos<br />
pacientes graves<br />
Pacientes graves que recebem dieta enteral necessitam de<br />
acompanhamento clínico e metabólico da mesma forma<br />
daqueles que recebem dieta via parenteral 11 .<br />
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