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Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência ...

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de avaliação tecnológica em saúde, bem como <strong>da</strong>s metodologias de<br />

planejamento e programação, podem ser imputa<strong>da</strong>s como parcialmente<br />

responsáveis por esse déficit conceitual.<br />

As tentativas anteriores de utilização <strong>da</strong> epidemiologia já foram realiza<strong>da</strong>s,<br />

podendo-se tomar como <strong>para</strong>digma clássico o Método CEN-<br />

DES-OPS (1965). Esta abor<strong>da</strong>gem de planejamento escolheu como<br />

sua função utili<strong>da</strong>de, na qual se baseia to<strong>da</strong> a lógica do método, o<br />

cálculo epidemiológico do número de “mortes evitáveis” e os “anos<br />

de vi<strong>da</strong> perdidos” (a “transcendência” dos agravos) que vão consubstanciar<br />

a lógica economicista <strong>da</strong> metodologia proposta. Parte-se<br />

<strong>para</strong> o cálculo do custo de ca<strong>da</strong> morte evitável e assim elabora-se a<br />

sua fórmula clássica de priorização <strong>da</strong>s ações. A experiência do uso<br />

<strong>da</strong> epidemiologia pelo CENDES-OPS nos ensina que o planejamento<br />

não isenta o método, <strong>da</strong>s escolhas de valores, fugindo assim <strong>da</strong> pretensa<br />

neutrali<strong>da</strong>de e objetivi<strong>da</strong>de científica. A questão que se coloca<br />

quando se aceita a premissa de planejar com base nas necessi<strong>da</strong>des<br />

de saúde pode ser então formula<strong>da</strong> a partir de quem estabelece tais<br />

necessi<strong>da</strong>des.<br />

As aproximações às ditas necessi<strong>da</strong>des só podem ser intenta<strong>da</strong>s se<br />

adota<strong>da</strong>s várias abor<strong>da</strong>gens e enfoques que integram diversas dimensões,<br />

sempre de caráter precário e fruto de consensos sociais (entre<br />

epidemiólogos, planejadores, gestores e, não por último, de representantes<br />

<strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des científicas e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil).<br />

A conformação do próprio setor saúde é determina<strong>da</strong> por acumulações<br />

históricas de deman<strong>da</strong>s sociais que são alça<strong>da</strong>s ao nível de<br />

questões sociais, geralmente como resultantes de prolongados e<br />

complexos jogos de reivindicação e de pressão política, que transformam<br />

necessi<strong>da</strong>des percebi<strong>da</strong>s por indivíduos ou grupos restritos,<br />

em políticas adota<strong>da</strong>s pelos Estados Nacionais. Assumem, assim,<br />

status de conquistas sociais institucionaliza<strong>da</strong>s na forma de políticas<br />

públicas permanentes. As necessi<strong>da</strong>des de legitimação dos Estados<br />

nacionais forçam, por outro lado, a permeabili<strong>da</strong>de dos mesmos às<br />

deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e sua crescente incorporação às suas agen<strong>da</strong>s<br />

de políticas. As políticas de Bem-Estar Social são típicos produtos<br />

de processos históricos desse tipo, nos quais as políticas de saúde se<br />

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