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Gênero e Diversidade na Escola - Portal do Professor - Ministério da ...

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Assim como existe uma homofobia geral, existem formas<br />

específicas de hostili<strong>da</strong>de contra as diversas orientações sexuais<br />

e expressões de gênero. No caso <strong>da</strong> lesbofobia, tratase<br />

de uma forma de discrimi<strong>na</strong>ção dupla, que articula a intolerância<br />

<strong>da</strong> orientação sexual à subordi<strong>na</strong>ção de gênero.<br />

É produzi<strong>do</strong>, de um la<strong>do</strong>, um efeito social de invisibili<strong>da</strong>de<br />

e negação de uma voz própria. É por isso que as feministas<br />

são freqüentemente acusa<strong>da</strong>s de violentar a “<strong>na</strong>tureza<br />

mansa” <strong>da</strong> feminili<strong>da</strong>de. Ao mesmo tempo, é exerci<strong>da</strong> uma<br />

violência específica, associa<strong>da</strong> à lesbiani<strong>da</strong>de.<br />

A transfobia representa uma <strong>da</strong>s expressões mais violentas<br />

e nocivas <strong>da</strong> hostili<strong>da</strong>de por preconceito sexual. Enquanto<br />

os homens e as mulheres homossexuais têm a<br />

possibili<strong>da</strong>de de manter sua orientação em segre<strong>do</strong> – o<br />

que é freqüentemente vivi<strong>do</strong> como uma conde<strong>na</strong>ção ao<br />

silêncio – no caso <strong>da</strong>s travestis (e, em certa medi<strong>da</strong>, <strong>do</strong>s<br />

e <strong>da</strong>s transexuais), acontece o inverso: pela sua expressão<br />

de gênero, elas estão permanentemente expostas a agressões.<br />

A carência de oportuni<strong>da</strong>des é marca<strong>da</strong> em muitos<br />

casos pelo aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> escola. A situação de margi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de<br />

em geral se aprofun<strong>da</strong> no fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> infância, quan<strong>do</strong><br />

a escolha <strong>do</strong> gênero se apresenta como uma afirmação já<br />

clara, desencadean<strong>do</strong> muitas vezes a expulsão <strong>da</strong> família e<br />

a entra<strong>da</strong> <strong>na</strong> prostituição.<br />

A informação disponível sobre violência,<br />

incluin<strong>do</strong> violência letal, contra<br />

pessoas trans (especialmente travestis<br />

profissio<strong>na</strong>is <strong>do</strong> sexo) é realmente<br />

alarmante. As son<strong>da</strong>gens mostram que<br />

quase 50% reportaram haver sofri<strong>do</strong><br />

violência física por sua identi<strong>da</strong>de<br />

de gênero. Entre os homens gays, a<br />

proporção <strong>do</strong>s que já foram agredi<strong>do</strong>s<br />

fisicamente é muito menor: 20.3%. As<br />

ameaças e o abuso verbal são experiências<br />

generaliza<strong>da</strong>s entre as pessoas<br />

trans: foram reporta<strong>da</strong>s por 71.2% <strong>da</strong>s<br />

que foram entrevista<strong>da</strong>s. No Brasil,<br />

travestis e transexuais costumam<br />

ser vítimas mais freqüentes de abuso<br />

sexual, fato muito mais comum entre<br />

as pessoas trans <strong>do</strong> que no resto <strong>da</strong><br />

população LGBT <strong>do</strong> Brasil. Por exemplo,<br />

22.5% <strong>da</strong>s travestis e transexuais<br />

entrevista<strong>da</strong>s relataram ter sofri<strong>do</strong><br />

este tipo de agressão, enquanto 6.6%<br />

<strong>do</strong>s homens gays passaram por esse<br />

tipo de experiência.<br />

As pesquisas realiza<strong>da</strong>s pelo CLAM <strong>na</strong>s para<strong>da</strong>s LGBT<br />

brasileiras indicam que 34.4% <strong>da</strong>s pessoas trans entrevista<strong>da</strong>s sofreram discrimi<strong>na</strong>ção e abusos<br />

perpetra<strong>do</strong>s <strong>na</strong> escola por colegas ou professoras/es. Por esta razão, não surpreende que<br />

as pessoas trans possuam o menor nível de educação formal, se compara<strong>do</strong> com os de outras<br />

minorias sexuais. No Brasil, 17.8% <strong>do</strong>s gays entrevista<strong>do</strong>s não completaram o Ensino Médio,<br />

enquanto entre as pessoas trans esse índice se eleva a 42.4%. Quase a metade (46.2%) <strong>da</strong>s lésbicas<br />

entrevista<strong>da</strong>s fez estu<strong>do</strong>s universitários, enquanto só 21.4% <strong>da</strong>s pessoas trans freqüentaram<br />

a universi<strong>da</strong>de.<br />

No caso <strong>do</strong>s assassi<strong>na</strong>tos, tanto no Brasil como no resto <strong>da</strong> América Lati<strong>na</strong>, a polícia não<br />

parece muito preocupa<strong>da</strong> em investigá-los. De uma amostra de 12 assassi<strong>na</strong>tos de travestis<br />

aconteci<strong>do</strong>s no Rio de Janeiro <strong>do</strong>s anos 80 até o início <strong>do</strong>s 90, a polícia ape<strong>na</strong>s solucionou<br />

<strong>do</strong>is casos, e só um <strong>do</strong>s assassinos foi conde<strong>na</strong><strong>do</strong>. De fato, a polícia constitui uma importante<br />

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