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Gênero e Diversidade na Escola - Portal do Professor - Ministério da ...

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. 212<br />

grantes. Na déca<strong>da</strong> de 70, surgiu um novo movimento negro, marca<strong>do</strong> pela idéia de afirmação<br />

e valorização <strong>da</strong>s diferenças e contra o preconceito de cor e raça, assumin<strong>do</strong> assim um caráter<br />

destaca<strong>da</strong>mente cultural e político. Diante disso, os objetivos de valorização <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> negro<br />

e de destruição <strong>do</strong>s mitos racistas existentes <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira destacaram-se. Foi nesse<br />

contexto que emergiram os debates em torno <strong>do</strong> 13 de maio e <strong>do</strong> 20 de novembro, assim como a<br />

respeito <strong>do</strong>s quilombos e de Zumbi <strong>do</strong>s Palmares, promoven<strong>do</strong> avanços <strong>na</strong> revisão <strong>da</strong> ideologia<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Depois <strong>do</strong>s anos 80, Zumbi foi erigi<strong>do</strong> o herói <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e, em 1995, o dia de sua morte,<br />

a partir <strong>do</strong> slogan Zumbi está vivo, foi transforma<strong>do</strong> em Dia Nacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> Consciência Negra.<br />

Um marco fun<strong>da</strong>mental de tais mu<strong>da</strong>nças ideológicas e institucio<strong>na</strong>is<br />

no Brasil foi a Constituição Federal de 1988, que<br />

após forte mobilização popular e sensibilização de parlamentares,<br />

a exemplo de outros direitos, reconheceu a diversi<strong>da</strong>de<br />

étnica, racial e cultural de sua população, ain<strong>da</strong> que se tenha<br />

resisti<strong>do</strong> a incluir a diversi<strong>da</strong>de de orientação sexual. Falan<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong>s conquistas, isto significou o fim <strong>da</strong> tutela estatal sobre os<br />

grupos indíge<strong>na</strong>s, que passaram a ter direito à representação<br />

própria <strong>na</strong> Justiça e acesso a uma educação diferencia<strong>da</strong>. Da<br />

mesma forma, houve o reconhecimento <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des remanescentes<br />

de quilombos, assim como o seu direito a terra.<br />

Tais comuni<strong>da</strong>des, <strong>da</strong>s quais até pouco tempo nem mesmo se<br />

falava, tiveram seus direitos aceitos <strong>na</strong> Colômbia e no Brasil,<br />

entre outros países. Por aqui, até 1995 elas perfaziam uma lista<br />

de ape<strong>na</strong>s 50, mas hoje o movimento quilombola já fala em<br />

mais de 3 mil.<br />

Para saber mais sobre quilombos,<br />

veja o site <strong>do</strong> Observatório Quilombola:<br />

www.koinonia.org.br/oq .<br />

Nesse site, você pode ouvir os depoimentos<br />

de mulheres e jovens<br />

quilombolas sobre temas como<br />

terra, religião, gênero e juventude.<br />

Para ter acesso à legislação sobre<br />

o tema, assim como à relação <strong>do</strong>s<br />

processos jurídicos e administrativos<br />

em curso nos diferentes esta<strong>do</strong>s,<br />

ver o site <strong>da</strong> Comissão Pró-<br />

Índio de São Paulo: http://www.<br />

cpisp.org.br/comuni<strong>da</strong>des/ .<br />

Para uma visão <strong>da</strong> própria militância<br />

quilombola sobre o tema,<br />

consulte o site <strong>da</strong> CONAQ: http://<br />

www.co<strong>na</strong>q.org.br/.<br />

Depois de 1988, houve o reconhecimento, por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> brasileiro, de ser o racismo<br />

um problema real <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira, precisan<strong>do</strong> ser combati<strong>do</strong> por meio de programas<br />

específicos e de instituições próprias. Assim, ain<strong>da</strong> no fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s anos 80, foi cria<strong>da</strong> a Fun<strong>da</strong>ção<br />

Cultural Palmares, com a atribuição de mover ações e apoiar iniciativas de valorização <strong>da</strong> população,<br />

<strong>da</strong> memória e <strong>da</strong> cultura negra no Brasil.<br />

Os governos brasileiros passaram a ser sig<strong>na</strong>tários de várias Convenções e Conferências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

dedica<strong>da</strong>s especificamente ao combate à discrimi<strong>na</strong>ção e à promoção <strong>do</strong>s direitos<br />

de populações até então desrespeita<strong>da</strong>s. Dessa forma, o Esta<strong>do</strong> brasileiro assinou a Convenção<br />

169 <strong>da</strong> Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> Trabalho, ratifica<strong>da</strong> e tor<strong>na</strong><strong>da</strong> legislação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em<br />

2004, que estabelece um padrão de relacio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is com seus grupos<br />

autóctones, tribais e étnicos, não mais pauta<strong>do</strong> pela assimilação, mas pelo reconhecimento e<br />

respeito à diferença e à autonomia desses grupos. Em 2001, o Brasil – em especial a militân-

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