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CAPÍTULO II - Escola de Química / UFRJ

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Disciplina - Engenharia do Meio Ambiente/ EQ/ <strong>UFRJ</strong><br />

Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

Co-processamento, à princípio, po<strong>de</strong> ser realizado em qualquer indústria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esta prática seja<br />

capaz <strong>de</strong> aproveitar os compostos inorgânicos dos rejeitos e <strong>de</strong>struir os orgânicos, <strong>de</strong>tendo as<br />

condições operacionais para o processo e seu controle sem alterar a qualida<strong>de</strong> do produto final.<br />

No Brasil, o co-processamento <strong>de</strong> resíduos vem sendo praticado, principalmente em fornos<br />

cimenteiros nos Estados do Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.<br />

O Co-processamento tem se apresentado como uma das alternativas tecnológicas mais viáveis no<br />

gerenciamento <strong>de</strong> resíduos, por ser um processo fechado, custo relativamente baixo, <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

resíduos e retenção <strong>de</strong> cinzas na matriz do clínquer.<br />

A legislação específica para controle <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> resíduos perigosos em fornos <strong>de</strong> cimento tem sua<br />

importância face à sensibilida<strong>de</strong> do processo a variações na matéria-prima, <strong>de</strong> modo que as indústrias<br />

fabricantes <strong>de</strong> cimento não po<strong>de</strong>m utilizar resíduos que possam causar variações na qualida<strong>de</strong> do<br />

clinquer. Se o fizessem, o cimento não conseguiria ser enquadrado nos rigorosos padrões<br />

especificados pelo ASTM (American Society of Testing Materials), que especifica testes e<br />

procedimentos para assegurar a uniformida<strong>de</strong> o cimento produzido no mundo todo. Antes que o<br />

produto possa ser <strong>de</strong>nominado “Cimento Portland”, é necessária a comprovação <strong>de</strong> que sua<br />

composição química esteja <strong>de</strong>ntro das especificações, além <strong>de</strong> ser submetido a testes físicos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

e granulometria, comprovando <strong>de</strong>ssa forma, a qualida<strong>de</strong> do cimento produzido, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

das matérias e combustíveis utilizados.<br />

A ativida<strong>de</strong> é regulamentada no País através da Resolução CONAMA nº 264, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1999,<br />

em vigor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, on<strong>de</strong> são <strong>de</strong>finidos os procedimentos, critérios e aspectos técnicos<br />

específicos <strong>de</strong> licenciamento ambiental para o co-processamento <strong>de</strong> resíduos em fornos rotativos <strong>de</strong><br />

clinquer, para a fabricação <strong>de</strong> cimento.<br />

A Resolução Conama 264/99 não permite que os resíduos domiciliares brutos e certos resíduos<br />

perigosos venham a ser processados em cimenteiras, tais como os provenientes dos serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, os rejeitos radioativos, os explosivos, os organoclorados, os agrotóxicos e afins.<br />

Caracterização dos fornos <strong>de</strong> cimento<br />

Os fornos <strong>de</strong> cimento reúnem algumas características que os recomendam como possíveis instalações<br />

para a eliminação <strong>de</strong> resíduos perigosos, principalmente se esses resíduos forem combustíveis e<br />

pu<strong>de</strong>rem ser <strong>de</strong>struídos por reação com o oxigênio atmosférico. Dado o seu caráter perigoso a queima<br />

<strong>de</strong>stes resíduos tem <strong>de</strong> ser realizada <strong>de</strong> modo que a sua remoção e <strong>de</strong>struição (DRE- Destruction and<br />

Removal Efficiency) seja elevada. Usualmente as Normas para o tratamento térmico <strong>de</strong> resíduos<br />

perigosos impõem DRE melhores que 99,99% (ou 99,9999% para dioxinas/furanos).<br />

Fig.– Sistema <strong>de</strong> filtração<br />

Fonte: CIMPOR Brasil

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