Impacto de Episódios El Niño e La Niña sobre a Freqüência de ...
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8. CONCLUSÕES<br />
Os padrões espaciais da chuva média durante eventos extremos indicam<br />
que os limiares <strong>de</strong> precipitação <strong>de</strong>sses eventos, em partes diferentes da América do<br />
Sul e em diferentes períodos do ciclo anual, seguem a evolução dos regimes <strong>de</strong><br />
precipitação que prevalecem <strong>sobre</strong> esse continente: baixos valores no outono e no<br />
inverno e altos valores na primavera e no verão.<br />
A freqüência média <strong>de</strong> eventos extremos para cada mês, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada<br />
categoria <strong>de</strong> ano, e a diferença entre estas freqüências médias para anos EN e<br />
normais, e para anos LN e normais mostram que os episódios EN e LN influenciam<br />
significativamente a freqüência <strong>de</strong> eventos extremos em diversas regiões da<br />
América do Sul durante <strong>de</strong>terminados períodos do ciclo ENOS.<br />
O comportamento da freqüência <strong>de</strong> eventos extremos <strong>de</strong> precipitação tem<br />
certa consistência com o comportamento <strong>de</strong> totais mensais e sazonais <strong>de</strong><br />
precipitação, embora nem sempre um aumento (diminuição) significativo <strong>de</strong>stes<br />
totais coincida com um aumento (diminuição) significativo da freqüência <strong>de</strong> eventos<br />
extremos. Na realida<strong>de</strong>, parece haver maior impacto <strong>de</strong> ENOS <strong>sobre</strong> o extremo<br />
superior da distribuição <strong>de</strong> chuva diária e, portanto, <strong>sobre</strong> os eventos extremos, do<br />
que <strong>sobre</strong> os totais mensais e sazonais <strong>de</strong> precipitação. Há semelhança na reversão<br />
do comportamento entre primavera (novembro (0)) e verão (janeiro (+)) no<br />
Centro/Su<strong>de</strong>ste, Noroeste e parte do Sul do Brasil, em relação à variação das<br />
chuvas mensais <strong>de</strong>scrita em Grimm (2003, 2004). O aumento <strong>de</strong> eventos severos<br />
em meses do outono/inverno do ano seguinte a <strong>El</strong> Niño no Sul do Brasil também tem<br />
consistência com variação <strong>de</strong> chuvas sazonais (GRIMM; BARROS; DOYLE, 2000) e<br />
é coerente com enchentes ocorridas nestas épocas.<br />
Há, como no caso <strong>de</strong> anomalias <strong>de</strong> chuvas mensais e sazonais, tendência a<br />
comportamentos opostos durante eventos <strong>El</strong> Niño e <strong>La</strong> Niña, o que <strong>de</strong>monstra o<br />
forte componente <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> no impacto <strong>de</strong>stes eventos <strong>sobre</strong> a precipitação.<br />
Contudo, há também efeitos que não são exatamente opostos, como ocorre com a<br />
variação <strong>de</strong> eventos extremos no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil (principalmente no outono (+)) e<br />
no Norte do Brasil (principalmente em novembro (0) e outono/inverno (+). Há,<br />
também, algum <strong>de</strong>slocamento das áreas <strong>de</strong> maior impacto, como no caso <strong>de</strong> janeiro<br />
(+) no Centro/Su<strong>de</strong>ste do Brasil.