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A economia dos ecossistemas e da biodiversidade - TEEB

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Com a biodiversi<strong>da</strong>de, não estamos apenas considerando<br />

horizontes de longo prazo como é o caso <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas. A degra<strong>da</strong>ção <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong> já é extensiva<br />

e observável e alguns de seus efeitos são dramáticos,<br />

como a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> água doce que já está causando tensão<br />

internacional. Per<strong>da</strong>s significativas <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e<br />

extinções de espécies estão acontecendo no presente e<br />

espécies emblemáticas como o tigre-de-bengala-real na<br />

Índia estão sob ameaça. Uma taxa de desconto maior ou<br />

menor pode mu<strong>da</strong>r a quantificação do custo social de<br />

per<strong>da</strong>s iminentes, mas não mu<strong>da</strong>ria a natureza do resultado,<br />

per<strong>da</strong> de serviços ecossistêmicos vitais e <strong>da</strong> valiosa<br />

biodiversi<strong>da</strong>de.<br />

Nos documentos complementares <strong>da</strong> Fase I (IUCN, 2008),<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 200 estu<strong>dos</strong> de valoração de florestas<br />

foram examina<strong>dos</strong>. Muitos deles incluíram o desconto de<br />

fluxos anuais para poder calcular o valor agregado para o<br />

capital natural. Vimos que a maioria <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> usou taxas<br />

de desconto de pelo menos 3-5% e nenhum abaixo<br />

de 3%. A nossa intenção na Fase II é não descartar este<br />

trabalho, mas recalcular seus resulta<strong>dos</strong> com diferentes<br />

pressupostos de desconto.<br />

Portanto, na Fase II vamos propor um marco conceitual<br />

para a <strong>economia</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong><br />

que inclui avaliações de sensibili<strong>da</strong>de <strong>dos</strong><br />

valores <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong> para escolhas éticas. A<br />

nossa intenção é apresentar uma gama discreta de<br />

escolhas de descontos vincula<strong>dos</strong> com pontos de<br />

vista éticos diferentes, possibilitando que o usuário<br />

final faça uma escolha consciente.<br />

O DESAFIO DA AVALIAÇÃo<br />

A avaliação econômica pode esclarecer os trade-offs por<br />

meio <strong>da</strong> comparação de benefícios e custos levando em<br />

consideração os riscos. Isto pode ser aplicado para usos<br />

alternativos <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong>. Mas existem muitas dificul<strong>da</strong>des<br />

menciona<strong>da</strong>s nesta seção e que serão abor<strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

na Fase II.<br />

Antes que a valoração econômica possa ser aplica<strong>da</strong> é<br />

necessário avaliar as mu<strong>da</strong>nças do ecossistema em termos<br />

biofísicos. A maioria <strong>dos</strong> benefícios forneci<strong>dos</strong> pelos<br />

<strong>ecossistemas</strong> é indireta e resulta de um processo ecológico<br />

que com frequência envolve longos perío<strong>dos</strong> de<br />

defasagem, assim como mu<strong>da</strong>nças não lineares (veja figura<br />

3.1). As pressões podem aumentar gra<strong>da</strong>tivamente<br />

até que certo limite seja alcançado, levando ao colapso<br />

de certas funções. Um exemplo típico é o “dieback” <strong>da</strong><br />

floresta (redução <strong>da</strong> biomassa <strong>da</strong> floresta) causado pela<br />

acidificação. Os impactos <strong>da</strong>s pressões nos <strong>ecossistemas</strong>,<br />

incluindo o papel <strong>da</strong>s espécies, a importância de<br />

to<strong>dos</strong> os níveis de biodiversi<strong>da</strong>de, o relacionamento entre<br />

os componentes biológicos e físicos do ecossistema e as<br />

consequências com relação ao fornecimento de serviços<br />

são difíceis de prever.<br />

Figura 3.1: A Conexão entre a biodiversi<strong>da</strong>de e o resultado de serviços ecossistêmicos<br />

Manutenção e<br />

custo de restauração<br />

Valores econômicos<br />

e sociais (às vezes<br />

valores de mercado)<br />

Estrutura biológica<br />

ou processo<br />

(ex. floresta<br />

habitat ou produtivi<strong>da</strong>de<br />

líqui<strong>da</strong> primária)<br />

Pressões de conexão<br />

via ação de política?<br />

Pressões<br />

Função<br />

(ex. lenta passagem<br />

<strong>da</strong> água, ou<br />

biomassa)<br />

Serviço<br />

(ex. proteção do alimento,<br />

ou produtos<br />

cultiva<strong>dos</strong>)<br />

Benefício (valor)<br />

(ex. disposição<br />

para pagar pela<br />

proteção <strong>da</strong> floresta<br />

ou por mais florestas<br />

ou por produtos<br />

cultiva<strong>dos</strong>)<br />

Produtos Intermediários<br />

Produtos finais<br />

Fonte: Roy Haines-Young, apresentado por J-L Weber, the Global Loss of Biological Diversity, 5-6 março de 2008, Bruxelas<br />

A caminho de um marco de valoração 35

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