A economia dos ecossistemas e da biodiversidade - TEEB
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Ain<strong>da</strong> que existam evidências crescentes do valor de alguns<br />
serviços de regulação, muitos outros, como a regulação<br />
<strong>da</strong> saúde, têm sido pouco explora<strong>dos</strong> até agora,<br />
embora haja indícios que eles sejam significativos (Pattanayak<br />
e Wendland, 2007).<br />
A importância econômica <strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de<br />
agrega<strong>da</strong> para a resiliência do ecossistema (a capaci<strong>da</strong>de<br />
de um ecossistema em absorver choques e<br />
estresses de formas construtivas) é provavelmente muito<br />
alta, mas ain<strong>da</strong> não bem quantifica<strong>da</strong>, apesar de estu<strong>dos</strong><br />
terem analisado aspectos como a contribuição <strong>da</strong><br />
diversi<strong>da</strong>de de culturas à produção agrícola e geração de<br />
ren<strong>da</strong> (Di Falco and Perrings, 2005, Birol et al. 2005). Esta<br />
importante lacuna no conhecimento reflete a dificul<strong>da</strong>de<br />
de quantificar os riscos do colapso de um sistema desde<br />
uma perspectiva ecológica e medir a disposição a pagar<br />
<strong>da</strong>s pessoas pela redução de riscos que ain<strong>da</strong> não estão<br />
bem compreendi<strong>dos</strong>.<br />
O custo real <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>ecossistemas</strong><br />
também inclui valores de opção. Embora sejam difíceis<br />
de medir, esses valores, atribuí<strong>dos</strong> à conservação <strong>dos</strong><br />
recursos para possíveis usos futuros, são relevantes, pois<br />
o conhecimento tende a aumentar e também porque<br />
parte <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>dos</strong> serviços por ela<br />
sustenta<strong>dos</strong> são irreversíveis. A metodologia preferencial<br />
para medir valores de opção (especialmente valores de<br />
bioprospecção) foi prepara<strong>da</strong> como parte do trabalho<br />
preparatório <strong>da</strong> Fase I (Gundime<strong>da</strong>, 2008). Na Fase II<br />
propomos aprofun<strong>da</strong>r esta abor<strong>da</strong>gem.<br />
O CUSTO DA CONSERVAÇÃO<br />
DA BIODIVERSIDADE<br />
Perder biodiversi<strong>da</strong>de e serviços ecossistêmicos pode<br />
causar um custo tremendo para a socie<strong>da</strong>de devido à<br />
per<strong>da</strong> subsequente de vários serviços regulatórios e de<br />
abastecimento como a produção de alimentos, regulação<br />
<strong>da</strong> água e resiliência <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas. Tudo<br />
isto cria os argumentos necessários para a proteção <strong>da</strong><br />
biodiversi<strong>da</strong>de, apesar <strong>da</strong> taxa de per<strong>da</strong> deman<strong>da</strong>r ações<br />
urgentes. Mas a conservação também tem seu custo, que<br />
precisa ser incluído na toma<strong>da</strong> de decisão. É importante<br />
saber que estes custos fornecem a base para determinar<br />
o relacionamento entre custo e benefício e identificar as<br />
opções mais custo-efetivas para a conservação.<br />
Uma avaliação abrangente de custo precisa incluir vários<br />
tipos de custo: a conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de pode requerer<br />
o uso de restrições que levam a custos de oportuni<strong>da</strong>de<br />
de não se ter alcançado desenvolvimento econômico;<br />
custos de gestão surgem para medi<strong>da</strong>s como, por exemplo,<br />
programas de criação e reprodução; e os custos de<br />
Tabela 3.4: Resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> sobre custos de conservação<br />
Fonte Objeto Custos<br />
Levanta<strong>dos</strong><br />
Frazee et al.<br />
2003<br />
Chomitz et al.<br />
2005<br />
Wilson et al.<br />
2005<br />
Ninan et al.<br />
2007<br />
Sinden 2004<br />
Comissão<br />
Europeia 2004<br />
Bruner et al.<br />
2004<br />
Conserving the Cape Floristic Region<br />
(África do Sul)<br />
Rede <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong><br />
protegi<strong>dos</strong> (Bahia, Brasil)<br />
Preservação <strong>da</strong> floresta tropical (certas<br />
regiões)<br />
Benefícios de floresta de produto não madeireiro<br />
(Nagarhole National Park, India)<br />
Proteção <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de (Brigalow<br />
Belt, New South Wales)<br />
Proteção <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de dentro <strong>da</strong><br />
rede Natura 2000 (cobrindo 18% do território<br />
<strong>da</strong> União Europeia-25)<br />
Expansão <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> floresta<br />
para to<strong>da</strong>s as áreas prioritárias (mundo<br />
todo)<br />
OC + MC<br />
OC<br />
Estimativas<br />
Inicial de US$ 522 milhões e despesas<br />
anuais de US$ 24.4 milhões<br />
OC 10.000 ha<br />
OC Sumatra: US$ 0.95/ha/ano<br />
Borneo: US$ 1.10/ha/ano<br />
Sulawesi: US$ 0.76/ha/ano<br />
Java/Bali: US$ 7.82/ha/ano<br />
Malásia: US$ 27.46/ha/ano<br />
OC Valor presente líquido US$ 28.23<br />
por domicílio anual<br />
OC US$ 148.5 milhões<br />
MC + TC<br />
OC MC<br />
EUR 6.1 bilhões anuais durante<br />
um período de 10 anos<br />
US$ 5.75/ha/ano por 10 anos<br />
OC= custos de oportuni<strong>da</strong>de TC= custos de transação MC= custos de manejo<br />
40 A <strong>economia</strong> <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong> e <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de