A economia dos ecossistemas e da biodiversidade - TEEB
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sos necessários para a proteção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e a<br />
prestação de serviços ecossistêmicos.<br />
O que a <strong>economia</strong> DOS ECOSSISTEMAS<br />
e <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de pode oferecer<br />
às áreas protegi<strong>da</strong>s<br />
Uma melhor compreensão <strong>da</strong> <strong>economia</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de<br />
contribuirá para:<br />
• Criar fluxo de caixa: a crônica escassez de financiamento<br />
para áreas protegi<strong>da</strong>s totalizou US$ 38,5 bilhões<br />
em 2001 (Balmford et al. 2002). Quantificar os<br />
benefícios financeiros e não-financeiros <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong><br />
é a chave para obtenção de financiamento privado<br />
e geração de ren<strong>da</strong> para as áreas protegi<strong>da</strong>s por<br />
meio de pagamentos por serviços ecossistêmicos.<br />
• Obter apoio político: a clareza sobre os benefícios<br />
econômicos <strong>da</strong> manutenção <strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos<br />
pode aumentar o apoio político até o ponto<br />
normalmente alcançado em setores como agricultura,<br />
desenvolvimento industrial e planejamento regional.<br />
• Melhorar a formulação de políticas: o estabelecimento<br />
de valores para a biodiversi<strong>da</strong>de e serviços ecossistêmicos<br />
será uma ferramenta de apoio à formulação<br />
de políticas sobre o uso <strong>da</strong> terra, com base na<br />
quantificação <strong>dos</strong> efeitos <strong>da</strong>s decisões e permitindo<br />
a comparação <strong>da</strong>s opções como níveis de pastagem<br />
ou extração de madeira.<br />
• Melhorar as estruturas de governança: as áreas protegi<strong>da</strong>s<br />
são muitas vezes geri<strong>da</strong>s de acordo com<br />
modelos que não levam em conta a distribuição de<br />
competências relevantes e as preocupações <strong>dos</strong> mais<br />
afeta<strong>dos</strong> pela proteção. Uma melhor compreensão<br />
<strong>dos</strong> custos e benefícios <strong>da</strong> conservação e do uso <strong>da</strong><br />
biodiversi<strong>da</strong>de pode aju<strong>da</strong>r a melhorar a distribuição de<br />
responsabili<strong>da</strong>des na gestão (Birner e Wittmer 2004).<br />
MENSURAR O QUE GERIMOS: MÉTRICA<br />
PARA A SUSTENTABILIDADE<br />
“Como as Contas Nacionais se baseiam em transações<br />
financeiras, elas não levam em conta a Natureza,<br />
para a qual não devemos na<strong>da</strong> em termos de<br />
pagamentos, mas à qual devemos tudo em termos<br />
de meios de subsistência.”<br />
Bertrand de Jouvenel 1968<br />
Nossa bússola econômica está com defeito devido a externali<strong>da</strong>des<br />
não contabiliza<strong>da</strong>s em to<strong>dos</strong> os níveis – nacional,<br />
corporativo e individual. A seguir, resumiremos os<br />
trabalhos em curso para corrigir esta falha e descreveremos<br />
como podemos contribuir na Fase II.<br />
A inadequação <strong>da</strong> contabili<strong>da</strong>de nacional é reconheci<strong>da</strong><br />
há pelo menos 40 anos. Hoje, é fun<strong>da</strong>mental ir<br />
“além do PIB”, já que métricas inadequa<strong>da</strong>s nos custaram<br />
muito caro em termos de crescimento não sustentável,<br />
<strong>ecossistemas</strong> degra<strong>da</strong><strong>dos</strong>, per<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de, e<br />
até mesmo em redução do bem-estar humano per capita,<br />
especialmente nos países em desenvolvimento.<br />
Aditi Halder, Confederation of Indian Industry<br />
Courtesy of European Parliament<br />
Em novembro de 2007, a Comissão Europeia, o Parlamento<br />
Europeu, o Clube de Roma, a WWF e a OCDE<br />
organizaram uma importante conferência em Bruxelas,<br />
com o título Além do PIB. Estiveram presentes 650 formuladores<br />
de políticas e formadores de opinião de todo o<br />
mundo. A conferência enfocou a necessi<strong>da</strong>de de outros<br />
parâmetros além do PIB como medi<strong>da</strong> do que a socie<strong>da</strong>de<br />
valoriza, evidencia<strong>da</strong> pelo fato de que a devastação<br />
resultante de eventos como o furacão Katrina e o tsunami<br />
na Ásia aparecem como aumento do PIB, apesar <strong>da</strong>s tragédias<br />
humanas e per<strong>da</strong>s materiais.<br />
O consenso <strong>da</strong> conferência é de que precisamos adicionar<br />
medi<strong>da</strong>s ambientais e sociais à atual métrica do PIB<br />
(Além do PIB 2007). Estabelecer exclusivamente o clássico<br />
crescimento do PIB como meta pode não ser de<br />
grande aju<strong>da</strong> para muitos <strong>dos</strong> nossos problemas mais<br />
urgentes. Por exemplo, pode não ser capaz de resolver a<br />
pobreza persistente na África e na Ásia, nem nos equipar<br />
58 A <strong>economia</strong> <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong> e <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de