A economia dos ecossistemas e da biodiversidade - TEEB
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Figura 3.2: Valoração de serviços ecossistêmicos<br />
Não-especificado<br />
Monetário: ex. custo de purificação <strong>da</strong> água<br />
evitado, valor do fornecimento de água, valor<br />
do armazenamento do carbono<br />
Valoração monetária<br />
Quantitativo: ex. metros cúbicos de água purifica<strong>da</strong>,<br />
tonela<strong>da</strong>s de carbono armazenado, parcela <strong>da</strong> população<br />
afeta<strong>da</strong> pela per<strong>da</strong> do fornecimento de alimento<br />
Avaliação quantitativa<br />
Revisão qualitativa<br />
Qualitativo: gama e materiali<strong>da</strong>de de vários<br />
<strong>ecossistemas</strong> e benefícios de biodiversi<strong>da</strong>de<br />
fornecido pela instância do ecossistema<br />
avaliado e lacunas de conhecimento<br />
Gama completa de serviços ecossistêmicos<br />
sustenta<strong>dos</strong> pela biodiversi<strong>da</strong>de<br />
Fonte: P. ten Brink, Workshop sobre a Economia <strong>da</strong> Per<strong>da</strong> Global <strong>da</strong> Diversi<strong>da</strong>de Biológica, 5-6 março de 2008, Bruxelas<br />
A valoração econômica agrega a compreensão biofísica<br />
e tem como objetivo medir as preferências <strong>da</strong>s pessoas<br />
para os benefícios <strong>dos</strong> processos do ecossistema. Estes<br />
benefícios podem incorrer em diferentes categorias <strong>da</strong><br />
população em diferentes escalas geográficas e temporais.<br />
A nossa habili<strong>da</strong>de de avaliar os benefícios forneci<strong>dos</strong><br />
pelos <strong>ecossistemas</strong> ou os custos de sua per<strong>da</strong> é limita<strong>da</strong><br />
pela falta de informação em vários níveis. Provavelmente,<br />
existem benefícios que ain<strong>da</strong> não identificamos, e então<br />
podemos avaliar, até mesmo em termos quantitativos,<br />
apenas parte <strong>da</strong> gama total <strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos.<br />
Será possível fazer uma avaliação quantitativa em termos<br />
biofísicos apenas para parte destes serviços, aqueles<br />
para os quais as “funções produtivas” ecológicas são<br />
relativamente bem entendi<strong>da</strong>s e para os quais existem<br />
<strong>da</strong><strong>dos</strong> suficientes disponíveis. Devido à limitação de nossas<br />
ferramentas, apenas uma pequena parte desses serviços<br />
pode ser valora<strong>da</strong> em termos monetários.<br />
Portanto, é importante não limitar as avaliações a valores<br />
monetários, mas incluir a análise qualitativa, assim como,<br />
de indicadores físicos. O diagrama <strong>da</strong> “pirâmide” na figura<br />
3.2 ilustra este ponto importante.<br />
As abor<strong>da</strong>gens de mensuração variam dependendo <strong>da</strong><br />
medi<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong>. Para os serviços de abastecimento,<br />
(combustível, fibra, comi<strong>da</strong>, plantas medicinais, etc) medir<br />
os valores econômicos é relativamente direto, uma vez<br />
que estes serviços são amplamente comercializa<strong>dos</strong> no<br />
mercado. O preço de mercado <strong>da</strong>s commodities, assim<br />
como <strong>da</strong> madeira, <strong>dos</strong> produtos agrícolas ou do pescado<br />
fornece uma base tangível para a valoração econômica,<br />
muito embora possa estar significativamente distorci<strong>da</strong><br />
devido a externali<strong>da</strong>des ou intervenções do governo e<br />
talvez requeira alguns ajustes no momento de fazer comparações<br />
internacionais.<br />
Para os serviços de regulação e culturais, que geralmente<br />
não possuem nenhum preço de mercado (com exceções<br />
como é o caso do sequestro de carbono) a valoração<br />
econômica é mais difícil. Entretanto, um conjunto de<br />
técnicas vem sendo utilizado por déca<strong>da</strong>s para estimar<br />
o valor de não-mercado <strong>dos</strong> bens ambientais, baseado<br />
ou em alguma informação de mercado que está indiretamente<br />
relaciona<strong>da</strong> aos serviços (méto<strong>dos</strong> de preferência<br />
revela<strong>da</strong>) ou em merca<strong>dos</strong> simula<strong>dos</strong> (méto<strong>dos</strong> de preferência<br />
declara<strong>da</strong>). Estas técnicas estão sendo aplica<strong>da</strong>s<br />
de forma convincente a muitos componentes <strong>dos</strong><br />
serviços ecossistêmicos e <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de (uma visão<br />
geral <strong>da</strong> adequabili<strong>da</strong>de destes méto<strong>dos</strong> para valorar os<br />
serviços ecossistêmicos é a Avaliação Ecossistêmica do<br />
Milênio (Millennium Ecosystem Assessment, 2005b), mas<br />
o tema é controverso.<br />
Fun<strong>da</strong>mentalmente, existe a pergunta ética sobre até<br />
que ponto algumas funções <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de que dão<br />
apoio à vi<strong>da</strong> podem ser totalmente abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela valo-<br />
36 A <strong>economia</strong> <strong>dos</strong> <strong>ecossistemas</strong> e <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de