Caderno 0.p65 - Ministério do Esporte
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<strong>Esporte</strong> e Cinema: Novos Olhares<br />
modernidade, podem ser identificadas nas películas que representaram,<br />
ora de forma mais ora de forma menos explícita, tal<br />
esporte?<br />
Ressaltamos que as obras de arte não são por nós utilizadas<br />
como ilustrações, mas como fontes propriamente ditas.<br />
Alinhamo-nos assim à perspectiva historiográfica de T. J. Clark:<br />
Clark ambiciona esclarecer as determinações históricas pelo<br />
prisma <strong>do</strong> artista, em lugar de enxergá-lo como suporte de<br />
determinações que lhe são exteriores, as quais, supostamente,<br />
sempre encontrariam meios de incidir na modelagem de<br />
suas práticas e linguagens. O objeto por excelência da história<br />
social da arte é o exame das condições peculiares dessa<br />
interação entre o artista e o contexto, ou melhor, o desvelar<br />
de como um conteú<strong>do</strong> de experiência se transmuta em forma,<br />
como um da<strong>do</strong> acontecimento se congela numa imagem,<br />
de que maneira certa estrutura de sentimentos se<br />
condensa numa representação, fazen<strong>do</strong> com que o desespero<br />
seja nomea<strong>do</strong> como spleen, por Baudelaire, num emaranha<strong>do</strong><br />
de tensões que se convertem em valências de uma<br />
linguagem formal. (Miceli, 2004, p.16)<br />
Com isso queremos dizer que não nos alinhamos diretamente<br />
com as perspectivas abertas pela iconografia e iconologia, ainda<br />
que de forma nenhuma estejamos a negar suas contribuições.<br />
Estamos mais próximos da posição de Peter Burke (2004), que<br />
propõe uma “terceira via”:<br />
É este enfoque que, na minha visão, promete ser o de maior<br />
valor nos próximos anos. Ele poderia ser descrito como “a<br />
história cultural da imagem”, ou ainda a “antropologia histórica<br />
da imagem”, uma vez que pretende reconstruir as re-<br />
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8/2/2009, 19:48