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Caderno 0.p65 - Ministério do Esporte

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Victor Andrade de Melo & Maurício Drumond<br />

honesto, antidemagógico (...) mostran<strong>do</strong> apenas a verdade sobre<br />

um povo alegre, talvez por tonteria, mas mesmo assim alegre,<br />

o que, afinal, é a melhor arma que se possa ter na vida.<br />

(Moraes, 1963, p.12)<br />

Em contrapartida, houve críticas contundentes, algumas mesmo<br />

cruéis. Antônio Moniz Viana, por exemplo, ataca em o Correio<br />

da Manhã (Rio de Janeiro), de 2 de setembro de 1963:<br />

E é uma decepção completa este filme que não consegue dar<br />

uma aceitável dimensão psicológica, sociológica e mesmo<br />

esportivo-cinematográfica ao futebol e a um de seus í<strong>do</strong>los<br />

autênticos. A claque precisa re<strong>do</strong>brar seus esforços, se o intuito<br />

é convencer os mais influenciáveis de que Garrincha,<br />

Alegria <strong>do</strong> Povo vale alguma coisa (p.27).<br />

Segun<strong>do</strong> Joaquim Pedro, Moniz Viana teria afirma<strong>do</strong> inclusive<br />

que ele teria se vendi<strong>do</strong> ao banco Nacional, patrocina<strong>do</strong>r <strong>do</strong> filme,<br />

o que não corresponderia à verdade, inclusive porque tinha,<br />

de fato, apenas recebi<strong>do</strong> um empréstimo, pago a “duríssimas penas,<br />

com juros e tu<strong>do</strong>” (Viany, 1999, p.260). Levantaram-se ainda<br />

boatos de que o referi<strong>do</strong> Banco teria fica<strong>do</strong> descontente com o<br />

resulta<strong>do</strong> final. Sobre tal questão, vale a pena ouvir as palavras <strong>do</strong><br />

próprio cineasta:<br />

Quem financiava os filmes, mesmo o Banco Nacional, não<br />

impunha absolutamente nenhuma restrição em relação ao<br />

que você estava filman<strong>do</strong>, como estava filman<strong>do</strong>. Era um<br />

projeto de criação livre. Isto se fazia junto com uma grande<br />

falta de treino, a nível artesanal, <strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>res – o que<br />

era muito bom porque implicava falta de vício, de<br />

compromisso.(Viany, 1999, p. 260)<br />

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8/2/2009, 19:48

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