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renato russo em dose dupla na telona: somos tão ... - Roteiro Brasília

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PÃO & VINHO<br />

ALEXANDRE FRANCO<br />

pao&vinho@agenciaalo.com.br<br />

Olé!<br />

A expressão é certamente uma marca registrada das<br />

paragens espanholas. Lá estive, pela primeira vez, nestas<br />

últimas duas s<strong>em</strong>a<strong>na</strong>s e, é claro, entre outros passeios,<br />

visitando a principal região vinícola do país e duas bodegas<br />

extraordinárias no coração de Ribera del Duero. E posso<br />

garantir que, se não pude aplicar o famoso “olé” às<br />

tradicio<strong>na</strong>is touradas, pois nestas não tive a oportunidade<br />

de estar, muito o fiz ao degustar os seus maravilhosos<br />

caldos, não só da fantástica Ribera del Duero, mas também<br />

de Rioja, Bierzo, Rias Baixas e tantas outras.<br />

Iniciei os trabalhos, logo no dia de minha chegada, com<br />

um almoço no melhor e mais antigo restaurante de Segóvia,<br />

uma cidade com construções roma<strong>na</strong>s, <strong>em</strong> especial um<br />

belíssimo aqueduto, ao pé do qual ficava o Meson Casa<br />

Cândido. Foi onde comi um tradicio<strong>na</strong>l Cocinillo, um leitão<br />

de leite assado de modo s<strong>em</strong>elhante ao da Bairrada, <strong>em</strong><br />

Portugal, muito saboroso e ótimo para acompanhar a<br />

garrafa de Viña Ardanza Reserva, um dos melhores Rioja Alta<br />

que conheço. Estava tudo excelente, e aí foi o primeiro olé!<br />

Os dias seguintes foram <strong>em</strong> Valladolid, a capital de<br />

Castella y Leon, aliás a primeira capital de Espanha, onde<br />

os reis católicos realizaram sua unificação. O coração de<br />

Ribera Del Duero, já pelo que representa, <strong>em</strong>polga qualquer<br />

enófilo que por lá passe. Rodar por suas estradas é observar<br />

por toda sua extensão vinhedos e bodegas a prometer<br />

muitos e ótimos vinhos. Foram três as bodegas visitadas:<br />

Arzuaga, Aalto e Cepa 21. Todas de alta qualidade, com<br />

instalações novas ou renovadas, com toda a tecnologia<br />

necessária para a perfeita vinificação das suas melhores<br />

uvas, <strong>na</strong> sua grande maioria T<strong>em</strong>pranillo.<br />

A Aalto t<strong>em</strong> sua bodega recém-construída nos melhores<br />

padrões definidos pelo seu enólogo, que por muito anos<br />

vinificou <strong>na</strong> Vega Sicília, certamente o maior nome do<br />

mundo do vinho espanhol. Produz ape<strong>na</strong>s dois vinhos,<br />

ambos excelentes: o Aalto e seu top, o Aalto PS. Ambos<br />

100% T<strong>em</strong>pranillo de vinhedos de mais de 80 anos<br />

localizados a uns 100 km dali, enquanto aguardam a<br />

produção de seus novos vinhedos plantados no local. O<br />

Aalto já mais pronto e o PS pedindo mais t<strong>em</strong>po de garrafa,<br />

ambos da safra 2010, pois a vinícola comercializa 100% das<br />

suas safras e não dispõe, portanto, de garrafas de safras<br />

anteriores. Ambos de cor ruby intenso com reflexos violetas,<br />

<strong>na</strong>riz de frutas negras maduras com toques de baunilha,<br />

chocolate e café e boca b<strong>em</strong> estruturada de bons taninos<br />

e acidez gastronômica. No PS acrescenta-se notas de coco,<br />

um elegante tostado, húmus e uma certa mineralidade.<br />

Na Cepa 21, moderníssima bodega à qual se integra um<br />

restaurante de primeiríssimo nível, preferimos degustar seu<br />

vinho top, o Malabrigo 2009, junto ao menu degustación.<br />

100% T<strong>em</strong>pranillo, de cor ruby intenso e notas de frutas<br />

negras confitadas com notas de torrefação e uma boca<br />

b<strong>em</strong> estruturada e já bastante redonda.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, <strong>na</strong> Arzuaga fiz<strong>em</strong>os a festa. Olé <strong>em</strong> dobro<br />

por ali. Visitamos seus vinhedos <strong>em</strong> altitude superior aos<br />

900 metros, seus campos de caça com criação de javalis e<br />

cervos, sua casa-sede, habitada pelos proprietários, <strong>na</strong> qual<br />

se preserva uma árvore de mais de 1.000 anos no jardim,<br />

além da bodega <strong>em</strong> sí, do hotel e do restaurante.<br />

Degustamos por lá mais de dez vinhos, todos muito bons,<br />

dos quais realço um magnífico Chardon<strong>na</strong>y e seu Gran<br />

Reserva 2001. Este último exuberante, digno de seu título<br />

de Gran Reserva. S<strong>em</strong> ostentar o título de top da casa,<br />

é, <strong>na</strong> minha opinião, seu melhor caldo. Neste, além da<br />

T<strong>em</strong>pranillo cab<strong>em</strong> 10% de Cabernet Sauvignon. De cor<br />

ruby profundo, mas já com leves toques acastanhados,<br />

<strong>na</strong>riz complexo com certa mineralidade, frutas negras<br />

maduras, toque amadeirado e nuances de tabaco,<br />

chocolate e baunilha. Na boca explode os sentidos<br />

com maciez e elegância. Vinho extraordinário.<br />

De fato, para fechar sou obrigado a repetir: olé!<br />

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