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renato russo em dose dupla na telona: somos tão ... - Roteiro Brasília

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BRASILIENSE dE CORAÇÃO<br />

O rei da<br />

viola caipira<br />

30<br />

Por Vicente Sá<br />

FOTOS GADELHA NETO<br />

Ele é casado, mas é considerado o<br />

maior “violeiro solteiro” do Brasil.<br />

Pós-graduado <strong>em</strong> Física, é professor<br />

de viola caipira <strong>na</strong> Escola de Música.<br />

T<strong>em</strong> um jeitão meio tímido, mas vive <strong>em</strong><br />

cima de um palco a encantar plateias do<br />

mundo inteiro. Um poço de contradições?<br />

Não. Talvez uma estrada cheia de<br />

surpresas. Este é o brasiliense de coração<br />

da vez: Roberto Corrêa, um mineiro apaixo<strong>na</strong>do<br />

por Brasília e por viola caipira.<br />

Nascido <strong>em</strong> 1957, <strong>em</strong> Campi<strong>na</strong> Verde,<br />

Mi<strong>na</strong>s Gerais, primeiro de quatro filhos,<br />

Roberto herdou do pai fazendeiro<br />

o respeito pela terra e pela língua tupi<br />

que seu Avai falava <strong>em</strong> ocasiões especiais.<br />

Da mãe, Eleusa, funcionária da coletoria,<br />

a persistência que s<strong>em</strong>pre o ajudou<br />

<strong>na</strong>s muitas horas de estudo que teve<br />

<strong>na</strong> vida. Ainda menino, apaixonou-se pela<br />

música da bandinha da cidade e, <strong>na</strong><br />

ausência de um instrumento, subia no<br />

telhado de casa para tocar a mangueira<br />

de regar plantas como se fosse um trompete.<br />

Tirava um som tão bonito que um<br />

tio chamou o maestro para vê-lo tocar,<br />

mas a audição foi complicada pela timidez<br />

do garoto de oito anos, que exigiu<br />

que a plateia – àquela altura já acrescida<br />

de alguns curiosos – não pudesse vê-lo.<br />

Assim, sua primeira apresentação foi escondido<br />

<strong>em</strong> cima do telhado.<br />

Os tios eram muito presentes <strong>na</strong> vida<br />

das pessoas <strong>na</strong>quela época, pelo menos<br />

<strong>na</strong> de Roberto. Sua tia Nali, ao visitar a<br />

família, o encontrou tocando o violão da<br />

irmã e insistiu para que a mãe o colocasse<br />

para estudar o instrumento. E o pequeno<br />

Roberto teve a sorte de uma ótima iniciação<br />

musical com o seresteiro José da Conceição,<br />

que tinha acabado de voltar de<br />

São Paulo, depois de tentar a carreira artística<br />

e gravar dois LPs. Com as aulas,<br />

Roberto ganhou técnica, confiança e, da<br />

avó, um violão que o acompanhou por<br />

muitos anos. Por essa época, chega a<br />

Campi<strong>na</strong> Verde, de férias, um garoto<br />

bom de violão. Mais novo que Roberto,<br />

mas dono de uma técnica especial. “Ele<br />

tocava diferente de todo mundo que eu<br />

conhecia. Era outra forma, bonita de-

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