renato russo em dose dupla na telona: somos tão ... - Roteiro BrasÃlia
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Como era sua relação com a música da<br />
Legião <strong>na</strong> adolescência? Chegou a ir <strong>em</strong><br />
algum show da banda? Por acaso você<br />
foi ao fatídico show de 1988 no Mané<br />
Garrincha?<br />
Conheci a Legião com o disco Dois, <strong>em</strong><br />
1986, quando tinha 12 anos. Quando<br />
ouvi Faroeste, tinha uns 13 anos e foi minha<br />
música predileta do LP Que país é este.<br />
Sonhei imediatamente <strong>em</strong> fazer esse<br />
filme e, anos depois, estamos aqui falando<br />
sobre o assunto. Não fui ao show de<br />
1988. Era uma noite fria e eu estava trabalhando<br />
numa barraca de festa juni<strong>na</strong><br />
do colégio, tomando um chocolate quente<br />
e pensando “putz, deve estar massa<br />
lá”. De repente, alguns amigos que foram<br />
voltaram super assustados e contaram<br />
o que tinha acontecido. A Legião<br />
nunca mais voltou a tocar <strong>em</strong> Brasília.<br />
Eu tive que ir a Santos, anos depois, pra<br />
conseguir ver um show da banda. Aliás,<br />
foi o último show deles.<br />
Como foi equilibrar inovação e fidelidade<br />
no caso de uma canção tão conhecida?<br />
A trilha (feita por Philippe Seabra, da<br />
Plebe Rude) e o filme são origi<strong>na</strong>is como<br />
dev<strong>em</strong> ser obras artísticas. Principalmente<br />
nesse caso, <strong>em</strong> que se trata de um filme<br />
inspirado numa obra de um dos mais<br />
autênticos e inventivos autores da música<br />
brasileira. Faroeste caboclo dura nove<br />
minutos e respeita a métrica. O filme<br />
t<strong>em</strong> quase duas horas e respeita o drama.<br />
Acho que qu<strong>em</strong> for ver o filme vai perceber<br />
que t<strong>em</strong>os nele os principais eventos,<br />
a essência e os sentimentos que a música<br />
desperta. Faroeste caboclo – o filme – é uma<br />
obra de ficção, e não um clipe da música.<br />
Você acha que Brasília t<strong>em</strong> sido b<strong>em</strong><br />
apresentada no cin<strong>em</strong>a nos últimos<br />
anos? Acredita que a Brasília do seu filme<br />
é uma Brasília que ainda não apareceu<br />
<strong>na</strong> tela de cin<strong>em</strong>a?<br />
Acho que o Belmonte, o Mauro Giuntini,<br />
o Vladimir Carvalho, entre tantos<br />
outros diretores da cidade, já fizeram excelentes<br />
obras que nos orgulham muito<br />
como brasilienses. Cada um a seu modo<br />
representa b<strong>em</strong> a capital. Vejo também o<br />
florescimento de novos talentos como<br />
Denilson Félix e Iberê Carvalho. Este último<br />
vai rodar um longa interessantíssimo<br />
sobre o Cine Drive-In que também<br />
é mais um olhar particular sobre a cidade.<br />
T<strong>em</strong>os um cin<strong>em</strong>a local forte, com<br />
um jeito de olhar a realidade que vai<br />
O diretor Renê<br />
Sampaio <strong>em</strong> ação:<br />
acima, ao lado da<br />
atriz Ísis Valverde,<br />
que faz o papel da<br />
principal perso<strong>na</strong>g<strong>em</strong><br />
f<strong>em</strong>ini<strong>na</strong> do filme,<br />
Maria Lúcia; abaixo,<br />
com Fabrício Boliveira,<br />
intérprete de João<br />
de Santo Cristo.<br />
Fotos: Hugo Santarém<br />
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