Ed. 100 - NewsLab
Ed. 100 - NewsLab
Ed. 100 - NewsLab
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
timicrobianos, no período estudado,<br />
pode estar associado ao trabalho que<br />
vem sendo realizado pelo Serviço<br />
de Controle de Infecção Hospitalar<br />
(SCIH), como o uso criterioso de antimicrobianos<br />
e a implementação de<br />
programas educacionais associados<br />
à prevenção e controle de infecção<br />
hospitalar no HC/UFG (24).<br />
Existe uma variação do padrão<br />
de sensibilidade de S. aureus aos<br />
antimicrobianos quando se comparam<br />
estudos de diferentes países.<br />
Por exemplo, De La Parte-Pérez et al.<br />
(25) analisaram a sensibilidade de S.<br />
aureus em hospitais da Venezuela no<br />
período de 1995 a 2002 e observaram<br />
entre os anos <strong>100</strong>% de sensibilidade<br />
à vancomicina, e uma variação entre<br />
os anos de 98% a 67% à gentamicina,<br />
<br />
a 71% à eritromicina, 99% a 87%<br />
à associação do trimetoprim/sulfametoxazol<br />
e 97% a 67% à oxacilina.<br />
Já Trucco et al. (26) encontraram<br />
em diferentes hospitais do Chile,<br />
aproximadamente 47% de S. aureus<br />
nosocomiais sensíveis à oxacilina,<br />
<strong>100</strong>% sensíveis à vancomicina,<br />
50% sensíveis à ciprofloxacina e<br />
aproximadamente 82% sensíveis<br />
à clindamicina. Enquanto neste<br />
estudo <strong>100</strong>% das amostras foram<br />
sensíveis à vancomicina, 53,4% foram<br />
sensíveis à gentamicina, 54,4%<br />
sensíveis à ciprofloxacina, 44,6%<br />
sensíveis à eritromicina, 64,2% sensíveis<br />
à associação do trimetoprim/<br />
sulfametoxazol, 52,4% sensíveis à<br />
oxacilina e 49,8% sensíveis à clindamicina.<br />
Portanto, ambos os estudos<br />
assemelham-se a este em relação à<br />
ausência de resistência do S. aureus<br />
para a vancomicina.<br />
Estudos realizados no Brasil mostraram<br />
também variações da sensibilidade<br />
de S. aureus a antimicrobianos<br />
quando se analisa o país como um<br />
todo e em estudos que avaliam as<br />
suas diferentes regiões.<br />
Por exemplo, ao investigar hospitais<br />
do Brasil, Sader et al. (8)<br />
observaram que 66% dos isolados<br />
de S. aureus apresentaram-se suscetíveis<br />
às cefalosporinas (cefazolina<br />
e ceftriaxona); 66%, 9,9%, 9,2%,<br />
68,1% das amostras demonstraram<br />
sensibilidade à outros betalactâmicos,<br />
respectivamente à oxacilina,<br />
ampicilina, penicilina e à associação<br />
da amoxacilina/ácido clavulânico;<br />
65,6% e 89,3%, respectivamente,<br />
<br />
<br />
99,8% e 68%, respectivamente, às<br />
associações de dalfopristina/quinupristina<br />
e do trimetoprim/sulfametoxazol;<br />
64,8% à gentamicina, 71,1%<br />
à rifampicina e <strong>100</strong>% à vancomicina.<br />
Ao passo que Moura et al. (14),<br />
em hospital público de ensino de<br />
Teresina, revelaram o seguinte<br />
perfil de suscetibilidade do S. aureus<br />
à betalactâmicos: ampicilina<br />
(27,12%), ceftriaxona (54,24%),<br />
ciprofloxacina (55,93%), cefazolina<br />
(45,76%), oxacilina (33,90%), penicilina<br />
(15,25%); e a outros antimicrobianos:<br />
clindamicina (49,15%),<br />
gentamicina (57,63%) e vancomicina<br />
(93,22%). Já neste estudo, foram<br />
obtidos como resultados: amoxacilina/ácido<br />
clavulânico (51,8%), ampicilina<br />
e penicilina ambas com 4,7%,<br />
cefazolina e ceftriaxona ambas com<br />
51,1%, ciprofloxacina (54,4%),<br />
clindamicina (49,8%), gatifloxacina<br />
e tetraciclina ambas apresentando<br />
73,0%, gentamicina (53,4%), oxacilina<br />
(52,4%), rifampicina (90,5%),<br />
vancomicina (<strong>100</strong>%) e as associações<br />
da dalfopristina/quinupristina<br />
(88,9%) e do trimetoprim/sulfametoxazol<br />
(64,2%).<br />
Quando comparamos os estudos<br />
mencionados com o presente estudo,<br />
observamos que os baixos percentuais<br />
de sensibilidade de S. aureus à penicilina<br />
e à ampicilina e o <strong>100</strong>% de sensibilidade<br />
de S. aureus a vancomicina,<br />
apresentados no primeiro estudo, são<br />
análogos a este estudo. E o segundo<br />
estudo demonstra percentuais de<br />
S. aureus suscetíveis à ceftriaxona,<br />
<br />
gentamicina semelhantes aos vistos<br />
neste estudo.<br />
O presente estudo demonstrou<br />
que o S. aureus é um dos patógenos<br />
mais frequentes no HC/UFG, sendo<br />
encontrado em todas as unidades do<br />
hospital e em espécimes clínicos como<br />
em secreções, sangue e secreção de<br />
ferida operatória, com metade dos<br />
isolados resistente à oxacilina.<br />
O conhecimento da prevalência<br />
deste agente no hospital e de seu per-<br />
<br />
instrumento de vigilância epidemiológica,<br />
orientação terapêutica, medidas<br />
preventivas e de controle. Notou-se<br />
um aumento da suscetibilidade de S.<br />
aureus à maioria dos antimicrobianos<br />
no decorrer do período avaliado,<br />
indicando uma evolução nas práticas<br />
de medidas de prevenção de infecção<br />
hospitalar no HC/UFG, como o controle<br />
na prescrição de antimicrobianos<br />
(pressão seletiva).<br />
Tal fato demonstra a necessidade<br />
da realização de estudos de vigilân-<br />
gressão<br />
da resistência de S. aureus à<br />
oxacilina e a outros antimicrobianos,<br />
<br />
<br />
favorecendo as intervenções de prevenção<br />
e controle.<br />
Correspondências para:<br />
Prof. Geraldo Sadoyama<br />
sadoyama@iptsp.ufg.br<br />
128<br />
<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>100</strong> - 2010