Ed. 100 - NewsLab
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Introdução<br />
A<br />
infecção do trato urinário<br />
(ITU) é uma infecção muito<br />
comum e responde por<br />
grande parte dos processos infecciosos,<br />
comunitários e hospitalares.<br />
Caracteriza-se pela presença de<br />
micro-organismos nas vias urinárias,<br />
habitualmente bactérias, seja na bexiga,<br />
sistema coletor ou rins.<br />
Essa patologia ocupa o segundo<br />
lugar em incidência, depois das infecções<br />
do trato respiratório e está<br />
presente em todas as idades, do neonato<br />
ao idoso. Mas, durante o primeiro<br />
ano de vida, devido ao maior número<br />
de malformações congênitas, especialmente<br />
válvula de uretra posterior,<br />
acomete preferencialmente o sexo<br />
masculino. A partir deste período, durante<br />
toda a infância e principalmente<br />
na fase pré-escolar, as meninas são<br />
acometidas 10 a 20 vezes mais do<br />
que os meninos.<br />
Na vida adulta, a incidência de ITU<br />
se eleva e o predomínio no sexo feminino<br />
se mantém, com picos de maior<br />
acometimento no início ou relacionado<br />
à atividade sexual, durante a gestação<br />
ou na menopausa, de forma que 48%<br />
das mulheres apresentam pelo menos<br />
um episódio desta infecção ao longo<br />
da vida. Na mulher, a suscetibilidade<br />
a esta patologia se deve à uretra mais<br />
curta e à maior proximidade do ânus<br />
com o vestíbulo vaginal e uretra. No<br />
homem, o maior comprimento uretral,<br />
teriano<br />
prostático são protetores.<br />
<br />
complicada e complicada. A “nãocomplicada”<br />
ocorre em pacientes que<br />
apresentam ausência de anormalidades<br />
anatômicas e se caracteriza por<br />
cistite, uretrite e bacteriúria assintomática.<br />
A “ITU complicada” aparece<br />
em pacientes com anormalidades<br />
estruturais do trato urinário, incluindo<br />
cálculos, obstrução ou cateteres,<br />
sendo clinicamente importante devido<br />
à alta probabilidade de sua disseminação<br />
para o rim (pielonefrite) e para<br />
a corrente sanguínea (sepse).<br />
As características clínicas destas<br />
infecções compreendem sintomas<br />
como disúria, polaciúria ou aumento<br />
da frequência urinária, urgência miccional,<br />
dor em baixo ventre, calafrios,<br />
com presença ou não de dor lombar,<br />
podendo fazer parte desse quadro<br />
clínico mal-estar geral e indisposição.<br />
A frequência das bactérias causadoras<br />
de ITU varia na dependência de onde<br />
foi adquirida a infecção, intra ou extrahospitalar<br />
e também difere em cada<br />
ambiente hospitalar considerado.<br />
Os maiores responsáveis pela ITU<br />
são as bactérias gram negativas entéricas,<br />
especialmente a Escherichia<br />
coli, que é a mais frequente, seguida<br />
das demais gram negativas como Klebsiella,<br />
Enterobacter, Acinetobacter,<br />
Proteus e Pseudomonas. Além destas,<br />
o Staphylococcus saprophyticus, bactéria<br />
gram positiva, tem sido apontada<br />
como segunda causa mais frequente<br />
de ITU não complicada. Nas ITUs complicadas,<br />
a incidência de Pseudomonas<br />
é maior dentre as gram negativas e no<br />
grupo das gram positivas essa maior<br />
frequência é dos Enterococcus.<br />
O diagnóstico laboratorial consiste<br />
na realização de exames como o<br />
sumário de urina e da urocultura. A<br />
presença de esterase leucocitária (enzima<br />
encontrada em certos leucócitos)<br />
cidade,<br />
principalmente se associada<br />
a sinais e/ou sintomas atribuíveis ao<br />
trato urinário, e é muito útil enquanto<br />
se aguarda a cultura.<br />
sicoquímico<br />
da urina indica a atividade<br />
redutora de nitrato-redutase presente<br />
nas enterobactérias, enquanto que a<br />
presença de hematúria associada a<br />
outras alterações urinárias, especialmente<br />
a proteinúria, sugere comprometimento<br />
do trato urinário e merece<br />
investigação, sendo a morfologia das<br />
hemácias um indicativo do local do<br />
sangramento: se glomerular ou nãoglomerular.<br />
O tratamento deve ser feito de<br />
acordo com a localização e a presença<br />
de fatores complicantes, sendo a escolha<br />
do antibiótico baseado na urocultura,<br />
além de alta ingestão de líquidos e<br />
cuidados com a higiene. Este tem por<br />
objetivo tratar a infecção bacteriana,<br />
aliviar os sintomas agudos e evitar o<br />
aparecimento de lesões renais.<br />
O emprego de esquemas curtos<br />
ou dose única não é aconselhado<br />
no tratamento da infecção do trato<br />
urinário, pois poderá induzir a resistência<br />
bacteriana. Habitualmente<br />
são utilizados esquemas terapêuticos<br />
com 7 a 10 dias de duração, nos<br />
quais os antibióticos mais prescritos<br />
são sulfametoxazol-trimetoprima,<br />
nolonas,<br />
amoxicilina, nitrofurantoína,<br />
cefalexina, ampicilina e gentamicina.<br />
De acordo com o exposto, abordaremos<br />
neste trabalho um amplo<br />
conhecimento sobre infecção do trato<br />
urinário e uma correlação entre nitrato,<br />
leucócitos e hemácias presentes<br />
na urina com urocultura positiva, de<br />
pacientes atendidos no Laboratório de<br />
Análises Clínicas e Toxicológicas da<br />
Universidade Potiguar.<br />
Metodologia<br />
Trata-se de uma pesquisa descritiva,<br />
na qual os fatos são observados,<br />
<br />
e interpretados sem a interferência<br />
do pesquisador. A pesquisa também<br />
-<br />
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<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>100</strong> - 2010