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Revista Pneus e Cia nº20 - Sindipneus

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CENÁRIO<br />

NÃO JOGUE O<br />

PNEU NO RIO<br />

16 | <strong>Pneus</strong> & <strong>Cia</strong>.<br />

A<br />

ausência de regras para o tratamento do lixo<br />

criou um gigantesco problema ambiental, principalmente<br />

nas grandes cidades, onde os aterros<br />

estão esgotados. A gravidade da situação fez o governo<br />

federal finalmente sancionar a Política Nacional<br />

de Resíduos Sólidos – PNRS, que estava em discussão<br />

havia 20 anos. Os setores que primeiro deverão seguir<br />

a regulamentação são os de pneus, pilhas, baterias,<br />

eletroeletrônicos e agrotóxicos. Nos próximos quatro<br />

anos, terão de resolver como será feita a coleta, acondicionamento,<br />

tratamento e destinação final dos produtos<br />

descartados. Um desafio e tanto.<br />

Mas quais serão os papéis específicos de empresas,<br />

governos e consumidores? Afinal, a partir de agora<br />

todos passam a dividir a responsabilidade pelo ciclo<br />

de vida dos produtos. Sobram desafios para todos. Os<br />

municípios precisarão criar soluções para gerir melhor<br />

os resíduos e melhorar a reciclagem. Já as empresas<br />

terão de aperfeiçoar o gerenciamento de resíduos e<br />

exigir postura semelhante dos seus fornecedores. Por<br />

fim, toda a sociedade precisará ser reeducada, pois<br />

um ponto crucial da nova política é a logística reversa,<br />

pela qual o consumidor precisará devolver o produto<br />

usado para que seja reciclado.<br />

Diante deste cenário, o modelo adotado pela indústria<br />

pneumática pode ser visto como benchmarking, pois há<br />

mais de uma década o setor investe no recolhimento<br />

e destinação ecologicamente correta dos pneus inservíveis<br />

e praticamente liquidou seu passivo ambiental.<br />

Desde que a resolução 258 do Conselho Nacional do<br />

Meio Ambiente – Conama entrou em vigor, em 1999,<br />

determinando a coleta e destinação final de pneus<br />

como obrigação das empresas fabricantes, a Anip –<br />

Associação Nacional da Indústria Pneumática instituiu<br />

o Programa Nacional de Coleta e Destinação de<br />

<strong>Pneus</strong> Inservíveis. Parcerias com distribuidores, revendedores<br />

e prefeituras em todo o país já permitiram a<br />

implementação de mais de 460 pontos de coleta.<br />

Somente em 2009 foram coletadas e destinadas adequadamente<br />

250 mil toneladas de pneus inservíveis,<br />

o que representou mais de 1/4 do total recolhido nos<br />

dez anos anteriores e, em 2010, a previsão é ampliar<br />

este volume em 20%.<br />

Do total coletado, 67% é reaproveitado como combustível<br />

alternativo para as indústrias de cimento<br />

(co-processamento), que, além de eliminarem um<br />

resíduo que poderia ser descartado no meio ambiente,<br />

deixam de usar óleo diesel.<br />

Os demais 33% são reutilizados na fabricação de<br />

asfalto borracha, solados de sapato, dutos pluviais,<br />

pisos industriais e tapetes para automóveis.<br />

Todas essas destinações são aprovadas pelo Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos<br />

Naturais Renováveis – Ibama, como ambientalmente<br />

adequadas.<br />

Há ainda um importante trabalho a ser desenvolvido,<br />

o da educação e conscientização da população,<br />

pois, a partir de agora, o consumidor também terá<br />

obrigações. Por isso, precisará ser orientado sobre<br />

a forma correta de fazer o descarte. Neste sentido,<br />

os fabricantes deverão promover ações educativas<br />

de pós-consumo.<br />

Uma dessas ações é a orientação quanto à reconstrução<br />

dos pneus de caminhão e ônibus, o que<br />

prolonga sua vida útil. Pode-se reconstruir até três<br />

vezes a banda de rodagem desses produtos, desde<br />

que apresentem as condições necessárias para a reforma.<br />

O processo colabora para a diminuição do<br />

acúmulo de resíduos sólidos no meio ambiente, além<br />

de proporcionar redução de custos aos frotistas.<br />

Reaproveitar resíduos sólidos significa dar um tratamento<br />

para que eles sejam reabsorvidos em alguma<br />

parte da cadeia produtiva. Isto requer tecnologias,<br />

incentivos, mobilização, responsabilidades,<br />

novos paradigmas. Este cenário novo pode representar<br />

problemas para alguns e oportunidades para<br />

outros, mas o maior beneficiado, sem sombra de<br />

dúvida, será o meio ambiente e, portanto, a população,<br />

com a decorrente melhoria da sua qualidade<br />

de vida.<br />

Roberto Falkenstein – engenheiro mecânico e diretor<br />

de Pesquisa e Desenvolvimento da Pirelli na América<br />

Latina<br />

Site: www.pirelli.com.br

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