Revista Pneus e Cia nº20 - Sindipneus
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por Priscila Silva<br />
O<br />
que é preciso levar em conta na hora de escolher<br />
um pneu? Qualidade, durabilidade e<br />
garantia de procedência são apenas alguns<br />
dos itens que devem ser avaliados na hora da compra.<br />
Isso porque é preciso lembrar que o pneu não<br />
é apenas mais um componente importante do seu<br />
veículo, ele é essencial para proporcionar segurança<br />
e estabilidade aos condutores, passageiros e terceiros<br />
no trânsito.<br />
Ao considerar esses fatores, surge a dúvida entre<br />
optar por um pneu nacional ou importado. No entanto,<br />
por diversas questões, não é difícil perceber<br />
que adquirir pneus nacionais é um bom negócio.<br />
Para o especialista em pneus, Pércio Schneider, o<br />
mais importante na hora de adquirir esse componente<br />
é ter a garantia do fabricante e a possibilidade<br />
de contato com as áreas de assistência técnica<br />
e atendimento ao consumidor. “Isso se torna muito<br />
mais fácil de ser feito com empresas instaladas no<br />
país”, garante.<br />
Além desse cuidado, é preciso ficar atento também<br />
quanto à garantia oferecida – que no Brasil é de<br />
cinco anos contra defeito de fabricação – e se o<br />
pneu é certificado, o que no país é atestado pelo<br />
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e<br />
Qualidade Industrial – Inmetro.<br />
O gerente regional de vendas da Goodyear em<br />
Belo Horizonte, Augusto César Oliveira, acredita<br />
que os produtos nacionais oferecem várias vantagens.<br />
Garantia, redes de revendas oficiais que<br />
disponibilizam assistência, ampla gama de serviços<br />
com cobertura em todo o território nacional e profissionais<br />
qualificados são algumas delas.<br />
Entretanto, o executivo atenta para o fato de o cenário<br />
mercadológico ser livre e passível de concorrência,<br />
desde que ela seja leal. “Vivemos em um<br />
mercado de competição e se os pneus importados<br />
estiverem de acordo com a legislação, com os testes<br />
de certificação e com os devidos impostos pagos, a<br />
importação faz parte deste cenário. Fora disso, os<br />
pneus importados prejudicam, sobretudo, se vierem<br />
em condições desleais de preços para competir<br />
com os fabricantes nacionais. Além disso, podem<br />
afetar o consumidor, quando produtos inadequados<br />
que põem em risco a segurança dos usuários<br />
são comercializados. Temos visto muitas aberrações<br />
no mercado”, alerta Oliveira.<br />
Além da preocupação com os requisitos que atestam<br />
a qualidade de um pneu, outro fator que precisa ser<br />
levado em consideração é o econômico. Com a entrada<br />
de pneus importados no Brasil, principalmente<br />
de forma ilegal e desleal, o país perde financeiramente,<br />
pois envia suas riquezas para outros países<br />
e deixa de abrir novos postos de trabalho que movimentariam<br />
a economia nacional. “Qualquer produto<br />
importado irá disputar mercado com similares<br />
fabricados no país, o que resulta em geração de empregos<br />
em seu país de origem e remessa de divisas<br />
para o exterior”, analisa Pércio Schneider.<br />
Mesmo com preços mais atraentes, é preciso ficar<br />
atento ao adquirir os pneus importados, pois nem<br />
sempre eles oferecem as garantias aos usuários.<br />
Augusto César Oliveira alerta que o baixo investimento<br />
pode se tornar um gasto a mais no futuro se<br />
o pneu adquirido for de má qualidade. “Podemos<br />
citar a questão do desgaste dos pneus, que podem<br />
ser menos resistentes e obrigar o consumidor<br />
a trocá-los com mais frequência. É preciso pensar<br />
também nas condições de nossas cidades, como<br />
qualidade das rodovias e temperatura. Isso pode<br />
mudar o pneu se não for levado em consideração.<br />
Portanto, comprar um produto nacional é sinônimo<br />
de menos dor de cabeça e maior retorno a longo<br />
prazo”, garante o executivo.<br />
Concorrência desleal<br />
Além do consumidor, os pneus importados também<br />
preocupam o setor de pneumáticos nacional. Os<br />
fabricantes e revendedores de pneus enfrentaram<br />
problemas com a importação do componente nos<br />
últimos anos, principalmente os de origem chinesa.<br />
Os baixos preços e a concorrência desleal com o<br />
mercado nacional foram comprovados e a Câmara<br />
de Comércio Exterior – Camex publicou, no dia<br />
9 de setembro, a Resolução 49, que aplica direito<br />
antidumping definitivo, por um prazo de até cinco<br />
anos, no valor de US$0,75 por quilo, sobre as importações<br />
de pneus para automóveis de passageiros<br />
das séries 65 e 70, aros 13” e 14”, das bandas<br />
165, 175 e 185, originários da China.<br />
A prática de dumping, ou a exportação de bens<br />
para outros mercados com preços inferiores ao praticado<br />
no mercado de origem, é considerada desleal<br />
pela Organização Mundial do Comércio – OMC.<br />
O direito antidumping é uma medida de defesa comercial<br />
utilizada para evitar que produtores nacionais<br />
sejam prejudicados por importações desleais.<br />
A investigação da prática de dumping nas exportações<br />
chinesas de pneus para o Brasil foi iniciada em<br />
19 | <strong>Pneus</strong> & <strong>Cia</strong>.