28.02.2015 Views

Revista Pneus e Cia nº20 - Sindipneus

Revista Pneus e Cia nº20 - Sindipneus

Revista Pneus e Cia nº20 - Sindipneus

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

julho de 2008, atendendo solicitação da Associação<br />

Nacional da Indústria de Pneumáticos – Anip.<br />

Os pneus chineses estavam sendo vendidos no Brasil<br />

– segundo levantamento realizado pela Anip em<br />

2009 – por preços que chegavam a ser 30% inferiores<br />

ao preço dos pneus fabricados no país.<br />

Para averiguar a pertinência da solicitação da Anip<br />

e decidir sobre a aplicação do direito antidumping<br />

aos importados chineses, a Secretaria de Comércio<br />

Exterior – Secex fez uma pesquisa de mercado,<br />

com dados retroativos de cinco anos, concluindo<br />

que as importações de pneus da China realmente<br />

causaram dano à indústria local. Conforme o relatório<br />

da Camex, que integrou as justificativas para<br />

a decisão, “as importações chinesas provocaram o<br />

deslocamento da parcela de mercado ocupada pela<br />

indústria doméstica”.<br />

que poderiam ser reinvestidos no próprio país. Isso<br />

encoraja importadores desleais que não se preocupam<br />

com a qualidade e segurança que seu produto<br />

oferece aos consumidores. Certamente, são<br />

pneus que possuem como único atrativo o preço<br />

inferior”, alerta Campos.<br />

O baixo investimento é uma das vantagens do<br />

subfaturamento de pneus via Uruguai. De acordo<br />

com informações da Abidipa, para adquirir um lote<br />

inicial de seis a oito contêineres, seria necessário desembolsar<br />

cerca de US$50 mil em Porto Livre. Em<br />

um porto brasileiro, esse valor subiria para US$90<br />

mil. Cada contêiner tem capacidade para transportar<br />

entre 1000 e 1200 pneus. Depois de passar pelo<br />

Uruguai, os pneus poderiam chegar ao país por navio,<br />

sendo reexportados sem o pagamento de taxas,<br />

ou em caminhões, entrando no país pelo Rio Grande<br />

do Sul.<br />

20 | <strong>Pneus</strong> & <strong>Cia</strong>.<br />

O relatório diz ainda que “a indústria doméstica,<br />

buscando evitar perda mais acentuada de sua participação,<br />

deprimiu seus preços, o que gerou efeitos<br />

negativos em suas margens”. “Nos últimos anos,<br />

perdemos mais de 20% do mercado doméstico devido<br />

aos preços baixos do custo dos pneus chineses<br />

importados. No entendimento do setor de pneumáticos,<br />

a concorrência externa é bem-vinda, mas ela<br />

tem que ser justa. O trabalho de investigação da Camex<br />

foi minucioso e mostrou que os pneus chineses<br />

estavam chegando com preços dumpings” , ressalta<br />

o presidente da Anip, Eugênio Deliberato.<br />

Subfaturamento de pneus<br />

A Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores<br />

de Produtos Automotivos – Abidipa denunciou<br />

recentemente ao Jornal Estado de Minas<br />

um esquema de subfaturamento de pneus, principalmente<br />

de origem asiática, no Porto Livre de<br />

Montevidéu (Uruguai), Argentina e Paraguai e<br />

apontou a necessidade de o Governo Federal rever<br />

a tabela de parametrização de preços para concessão<br />

de licença de importação de pneus.<br />

A importação ilegal estaria causando um prejuízo<br />

de R$350 milhões todos os anos aos cofres da Receita<br />

Federal. A denúncia foi protocolada na Superintendência<br />

da Polícia Federal do Distrito Federal,<br />

Receita Federal e Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio Exterior – Mdic.<br />

Para o presidente da Abidipa, Rinaldo Siqueira<br />

Campos, o contrabando de pneus importados de<br />

origem coreana, indonésia, chinesa e japonesa,<br />

vem afetando a economia e o setor pneumático<br />

nacional de diversas formas. “O governo deixa<br />

de arrecadar mais de R$300 milhões em impostos<br />

Outros países apontados como possíveis rotas seriam<br />

Argentina e Paraguai. Somente em 2010, quase<br />

dois milhões de pneus subfaturados foram importados<br />

em território paraguaio.<br />

Rinaldo Siqueira Campos cita como exemplo de<br />

subfaturamento o preço de um pneu aro 13 importado<br />

com e sem nota fiscal adulterada. “A prática<br />

tem possibilitado que a medida, muito utilizada<br />

em carros mais simples, chegue ao Brasil por até<br />

US$17,80. Entretanto, o preço mínimo de mercado<br />

deste tipo de pneu é US$26,00, uma diferença de<br />

cerca de 30%”.<br />

A desigualdade é ainda mais evidente entre os<br />

pneus de aros 15 a 24, que chegam a custar a metade<br />

nas notas fiscais. “Principalmente nos pneus<br />

de alta performance, a partir do aro 17, a discrepância<br />

entre o preço real e o subfaturado alcança<br />

100%”, afirma o presidente.<br />

A Abidipa ressaltou, ainda, que os importadores<br />

que cumprem obrigações fiscais e os fabricantes de<br />

pneus instalados no país têm sido prejudicados com<br />

o subfaturamento.<br />

Segundo informações da Associação, a solução é<br />

que a tabela de preços para concessão de licença de<br />

importação, emitida pelo Departamento de Operações<br />

de Comércio Exterior – Decex, órgão do Mdic,<br />

deixe de considerar apenas o quesito peso, que não<br />

leva em conta uma série de fatores, como o aro de<br />

cada pneu. “Queremos que o governo investigue<br />

nossa denúncia e promova ações rápidas para frear<br />

esse contrabando que é prejudicial ao setor de<br />

pneus e ao país. E isso só será possível revendo a<br />

tabela de preços e intensificando, o quanto antes, a<br />

fiscalização”, finaliza Campos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!