CAPA PNEUS NACIONAIS: DESCUBRA POR QUE VALE A PENA UTILIZÁ-LOS 18 | <strong>Pneus</strong> & <strong>Cia</strong>.
por Priscila Silva O que é preciso levar em conta na hora de escolher um pneu? Qualidade, durabilidade e garantia de procedência são apenas alguns dos itens que devem ser avaliados na hora da compra. Isso porque é preciso lembrar que o pneu não é apenas mais um componente importante do seu veículo, ele é essencial para proporcionar segurança e estabilidade aos condutores, passageiros e terceiros no trânsito. Ao considerar esses fatores, surge a dúvida entre optar por um pneu nacional ou importado. No entanto, por diversas questões, não é difícil perceber que adquirir pneus nacionais é um bom negócio. Para o especialista em pneus, Pércio Schneider, o mais importante na hora de adquirir esse componente é ter a garantia do fabricante e a possibilidade de contato com as áreas de assistência técnica e atendimento ao consumidor. “Isso se torna muito mais fácil de ser feito com empresas instaladas no país”, garante. Além desse cuidado, é preciso ficar atento também quanto à garantia oferecida – que no Brasil é de cinco anos contra defeito de fabricação – e se o pneu é certificado, o que no país é atestado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro. O gerente regional de vendas da Goodyear em Belo Horizonte, Augusto César Oliveira, acredita que os produtos nacionais oferecem várias vantagens. Garantia, redes de revendas oficiais que disponibilizam assistência, ampla gama de serviços com cobertura em todo o território nacional e profissionais qualificados são algumas delas. Entretanto, o executivo atenta para o fato de o cenário mercadológico ser livre e passível de concorrência, desde que ela seja leal. “Vivemos em um mercado de competição e se os pneus importados estiverem de acordo com a legislação, com os testes de certificação e com os devidos impostos pagos, a importação faz parte deste cenário. Fora disso, os pneus importados prejudicam, sobretudo, se vierem em condições desleais de preços para competir com os fabricantes nacionais. Além disso, podem afetar o consumidor, quando produtos inadequados que põem em risco a segurança dos usuários são comercializados. Temos visto muitas aberrações no mercado”, alerta Oliveira. Além da preocupação com os requisitos que atestam a qualidade de um pneu, outro fator que precisa ser levado em consideração é o econômico. Com a entrada de pneus importados no Brasil, principalmente de forma ilegal e desleal, o país perde financeiramente, pois envia suas riquezas para outros países e deixa de abrir novos postos de trabalho que movimentariam a economia nacional. “Qualquer produto importado irá disputar mercado com similares fabricados no país, o que resulta em geração de empregos em seu país de origem e remessa de divisas para o exterior”, analisa Pércio Schneider. Mesmo com preços mais atraentes, é preciso ficar atento ao adquirir os pneus importados, pois nem sempre eles oferecem as garantias aos usuários. Augusto César Oliveira alerta que o baixo investimento pode se tornar um gasto a mais no futuro se o pneu adquirido for de má qualidade. “Podemos citar a questão do desgaste dos pneus, que podem ser menos resistentes e obrigar o consumidor a trocá-los com mais frequência. É preciso pensar também nas condições de nossas cidades, como qualidade das rodovias e temperatura. Isso pode mudar o pneu se não for levado em consideração. Portanto, comprar um produto nacional é sinônimo de menos dor de cabeça e maior retorno a longo prazo”, garante o executivo. Concorrência desleal Além do consumidor, os pneus importados também preocupam o setor de pneumáticos nacional. Os fabricantes e revendedores de pneus enfrentaram problemas com a importação do componente nos últimos anos, principalmente os de origem chinesa. Os baixos preços e a concorrência desleal com o mercado nacional foram comprovados e a Câmara de Comércio Exterior – Camex publicou, no dia 9 de setembro, a Resolução 49, que aplica direito antidumping definitivo, por um prazo de até cinco anos, no valor de US$0,75 por quilo, sobre as importações de pneus para automóveis de passageiros das séries 65 e 70, aros 13” e 14”, das bandas 165, 175 e 185, originários da China. A prática de dumping, ou a exportação de bens para outros mercados com preços inferiores ao praticado no mercado de origem, é considerada desleal pela Organização Mundial do Comércio – OMC. O direito antidumping é uma medida de defesa comercial utilizada para evitar que produtores nacionais sejam prejudicados por importações desleais. A investigação da prática de dumping nas exportações chinesas de pneus para o Brasil foi iniciada em 19 | <strong>Pneus</strong> & <strong>Cia</strong>.