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Medicina

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Como poeta algum ousara escrever.<br />

Eu quero pintar um soneto escuro,<br />

seco, abafado, difícil de ler.<br />

Quero que meu soneto, no futuro,<br />

Não desperte em ninguém nenhum prazer.<br />

E que, no seu maligno ar imaturo,<br />

ao mesmo tempo saiba ler, não ser.<br />

Este meu verbo antipático e impuro<br />

há de pungir, há de fazer sofrer,<br />

tendão de Vênus sob o pedicuro.<br />

Ninguém o lembrará: tiro no muro<br />

Cão mijando no caos, enquanto Arcturo<br />

Claro enigma, se deixa surpreender.<br />

A clara oposição ao Parnasianismo SÓ N Ã O encontra<br />

apoio na seguinte opção:<br />

( A ) Busca do perfeccionismo na Arte, na Beleza.<br />

( B ) Concepção do soneto como forma elitista de<br />

composição.<br />

( C ) Uso de vocabulário raro e da linguagem elaborada.<br />

( D ) Valorização e detalhismo estético no fazer poético.<br />

1 9 .Considere este poema:<br />

Museu da inconfidência<br />

São palavras no chão<br />

e memória não autos.<br />

Como casas, mais não.<br />

xx<br />

E restam poucas roupas,<br />

sobrepeliz de pároco,<br />

a vara de um juiz,<br />

Anjos, púrpuras, ecos.<br />

xx<br />

Macia flor de olvido,<br />

Sem aromas governa<br />

O tempo ingovernável.<br />

Muros pranteiam. Só.<br />

xXx<br />

Toda história é remorso.<br />

É tema central do Poema:<br />

( A ) A lembrança atroz da tortura e da agonia.<br />

( B )A ausência do amor e dos amantes.<br />

( C ) A solidez das Construções barrocas.<br />

( D ) A desgovernança da província lusitana.<br />

2 0 .Em "Claro Enigma", uma metalinguagem é recurso no<br />

fazer poético.<br />

Em "Poesia e estilo de Carlos Drummond de Andrade"<br />

Antônio Houaiss evoca uma atitude metalinguística do<br />

poeta: "esse debruçar-se do autor sobre o próprio texto à<br />

medida que o elabora, inquirindo-lhe do cabimento da<br />

legitimidade, da propriedade das palavras e sintagmas que<br />

vai empregando..."<br />

Atente como passagens seguintes:<br />

I . ”imaginação, falsa demente, / Já te desprezo. E tu,<br />

palavra. / No mundo, perene trânsito, calamo-nos.”<br />

I I .”... e nada resta, mesmo do que escreves / e te forçou<br />

ao exílio das palavras, / senão contentamento de<br />

escrever ...”<br />

I I I. "Que metro serve / para medir-nos? / Que forma é<br />

nossa / e que conteúdo? "<br />

I V . "Triste é não ter um verso maior que os literários, / é<br />

não compor um verso novo, desorbitado, / para envolver<br />

tua efígie lunar, ó quimera ... "<br />

V . Não amei bastante meu semelhante / não catei o verme<br />

nem curei a sarna. / Só proferi algumas palavras ... "<br />

Exemplificam o enunciado da questão os itens:<br />

( A ) III e IV<br />

( B ) II, III e V<br />

( C ) I, II e IV<br />

( D ) I e I<br />

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