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Revista n.° 31 - APPOA - Associação Psicanalítica de Porto Alegre

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TEXTOScategorização. Para “categoria” temos: “conceito <strong>de</strong> alto grau <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong>que <strong>de</strong>fine, em perspectivas e níveis diversos, domínios do conhecimento e daação; cada um dos conceitos fundamentais do entendimento puro, que confereunida<strong>de</strong> aos juízos” 8 . Generalização e categorização mostram-se, por <strong>de</strong>finição,como prerrogativas lógicas da ativida<strong>de</strong> do eu unificador. A elas soma-se a doprocessamento das sínteses pelas quais se concluem e se relançam seus processosdialéticos.Persistimos em propor que a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> uma cisão do eu. Defato, a partir das características da <strong>de</strong>cisão do eu, enten<strong>de</strong>mos, ao pé da letra,que ela consiste na negação <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> cisão. Nossa atenção concentrase,por isso, na dita cisão do eu. Trata-se <strong>de</strong> uma cisão dita pela negativa ou<strong>de</strong>sdita, nos mol<strong>de</strong>s da <strong>de</strong>negação ou do <strong>de</strong>sdito 9 . Uma das figuras <strong>de</strong>ssa cisãoencontra-se nos ditos estados <strong>de</strong> crise. Nesses estados, embora em crise, o eucontinua pressionado pela pulsão. Evocamos, como quadro <strong>de</strong> tal pressão, afigura da expectativa social quanto aos mínimos indícios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> do eu.Em períodos <strong>de</strong> crise, e para efeitos <strong>de</strong>cisórios, o eu conta com umaespécie <strong>de</strong> arsenal lógico para formação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s; unida<strong>de</strong>s, estas, <strong>de</strong>stinadasa articulações. Em consi<strong>de</strong>ração a isso lembramos, com uma citação <strong>de</strong>Lacan, alguns avatares da pulsão verificáveis, em geral, nas sínteses do eu e,em especial, na forma dada ao que o autor chama <strong>de</strong> traços imperceptíveis nosprocessos dialéticos.“É ainda mais significativo reconhecê-la [a forma dos traços imperceptíveisno processo dialético] na sucessão das crises – <strong>de</strong>smame,intrusão, Édipo, puberda<strong>de</strong>, adolescência – que reformulam,cada uma <strong>de</strong>las, uma nova síntese dos aparelhos do eu, numaforma cada vez mais alienante para as pulsões que ali são frustradas,e cada vez menos i<strong>de</strong>al para as que ali encontram sua normalização.Essa forma é produzida pelo fenômeno psíquico mais fundamental,talvez, que a psicanálise <strong>de</strong>scobriu: a i<strong>de</strong>ntificação, cujopo<strong>de</strong>r formativo verifica-se mesmo em biologia. E cada um doschamados períodos <strong>de</strong> latência pulsional [...] é caracterizado pelopredomínio <strong>de</strong> uma estrutura típica dos objetos do <strong>de</strong>sejo” (1950,p.143).8Cf. Novo Aurélio, Dicionário Eletrônico, versão 3.0, Nova Fronteira, verbete “categoria”.9Verneinung ou Versagung, nos termos <strong>de</strong> Freud.100

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