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Revista n.° 36 - APPOA - Associação Psicanalítica de Porto Alegre

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Robson <strong>de</strong> Freitas Pereiraangústia 12 . Dessa forma, o momento <strong>de</strong> surpresa, <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> queestávamos enganados, junto com o outro a quem escutamos, é fundamental.Tanto para ser ultrapassado (dando uma chance ao <strong>de</strong>sejo), quanto para nãoficar preso na frustração, ou na crítica superegoica que atinge o narcisismo doanalista. Essa ultrapassagem da angústia dá-se pela realização <strong>de</strong> que nomearo Outro é também sustentar o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que a análise esteja em pauta, sigaseu curso, uma vez que, no trabalho com a angústia, apren<strong>de</strong>mos que o Outrofunciona como espelho.O Outro como espelho, nas palavras <strong>de</strong> Lacan:Há, no estágio oral, uma certa relação da <strong>de</strong>manda com o <strong>de</strong>sejovelado da mãe. No estágio anal, há para o <strong>de</strong>sejo, a entrada emjogo da <strong>de</strong>manda da mãe. No estágio da castração fálica, há omenos-falo (menos fi), a entrada da negativida<strong>de</strong> quanto ao instrumentodo <strong>de</strong>sejo, no momento do surgimento do <strong>de</strong>sejo sexualcomo tal no campo do Outro. Mas, nessas três etapas, o processonão se <strong>de</strong>tém, uma vez que, em seu limite,<strong>de</strong>veremos encontrara estrutura do a como separado.Não foi à toa que hoje lhes falei <strong>de</strong> um espelho, não o do estádiodo espelho, da experiência narcísica, da imagem do corpo emsua totalida<strong>de</strong>, mas o espelho como campo do Outro em que <strong>de</strong>veaparecer pela primeira vez, se não o a, pelo menos seu lugar – emsuma, a mola radical que faz passar do nível da castração para amiragem do objeto do <strong>de</strong>sejo (Lacan, [1962-63] 2005, p. 251) 13 .Assim, o objeto do <strong>de</strong>sejo po<strong>de</strong> ser sustentado não somente como frutoda relação especular, como simples jogo <strong>de</strong> espelhos côncavos, convexos, ou12Vi<strong>de</strong> textos do Correio da <strong>APPOA</strong> – O seminário da angústia, n. 173, <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>, out. 2008.13“Il y a, au sta<strong>de</strong> oral, um certain rapport <strong>de</strong> la <strong>de</strong>man<strong>de</strong> au désir voilé <strong>de</strong> la mère; Il y a austa<strong>de</strong> anal, l’entrée en jeu pour le désir <strong>de</strong> La <strong>de</strong>man<strong>de</strong> <strong>de</strong> la mère; Il y a au sta<strong>de</strong> <strong>de</strong> lacastration phallique, le moins-phallus –Φ, l’entrée <strong>de</strong> la négativité quant à l’instrument dudésir, au moment du surgissement du désir sexuel comme tel dans le champ <strong>de</strong> l’autre. Maislà, à ces trois étapes, ne s’arrête pas pour nous la limite ou nous <strong>de</strong>vons retrouver lastructure du a comme separe. Mais ce n’est pás pour rien qu’aujourd’hui jê vous ai parléd’un miroir, non pas du miroir au sta<strong>de</strong> du miroir, <strong>de</strong> l’expérience narcisique, <strong>de</strong> l’image ducorps dans son tout, mais du miroir, em tant qu’il est ce champ <strong>de</strong> l’Autre ou doit apparaîtrepour la première fois, sinon le α, δυ moins sa place, bref le ressort radical qui fait passer duniveau <strong>de</strong> la castration au mirage <strong>de</strong> l’object du <strong>de</strong>sir” (Lacan, [1962-63], leçon du 8/05/63, p.264).14

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