12.07.2015 Views

Revista n.° 36 - APPOA - Associação Psicanalítica de Porto Alegre

Revista n.° 36 - APPOA - Associação Psicanalítica de Porto Alegre

Revista n.° 36 - APPOA - Associação Psicanalítica de Porto Alegre

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Robson <strong>de</strong> Freitas Pereirauma outra coisa, ao passo que, no contexto <strong>de</strong> uma certa cultura,parece não ter relação com o sexo? (Lacan, [1962-63], 2005, p.251) 16 .Lacan aponta esse como um fato característico, <strong>de</strong> nossa cultura, diriaeu. Po<strong>de</strong>ríamos recorrer a mais uma citação que encerra o seminário e preparaOs nomes do pai, interrompido após uma única aula 17 . “O que faz <strong>de</strong> uma análiseuma aventura singular é a busca do ágalma no campo do Outro” (Lacan,[1962-63] 2005, p. <strong>36</strong>6) 18 .Para nomear, sempre parcialmente, o objeto que se situa no campo doOutro, é necessário o engano da transferência. Para ultrapassar o momento <strong>de</strong>angústia é necessário o <strong>de</strong>sejo do analista. Complementando a primeira citação:“Interroguei-os diversas vezes sobre o que convém que seja o <strong>de</strong>sejo doanalista, a fim <strong>de</strong> que seja possível o trabalho ali on<strong>de</strong> tentamos levar as coisasalém do limite da angústia” (Ibid., p. <strong>36</strong>6) 19 .No trabalho <strong>de</strong> elaboração das interrogações é que se articulam transferência,nominação, corte, para levar a análise além do limite da angústia. Certamenteque esse <strong>de</strong>sejo do analista se articula com o ato. Um ato <strong>de</strong> palavra, <strong>de</strong>corte que atualiza 20 a realida<strong>de</strong> do inconsciente – via transferência, como vimosno Seminário 11 (Lacan [1964] 1979) – que é sempre sexual, nesse sentido doque falha, da impossibilida<strong>de</strong> que faz interrogação na vida amorosa/sexual <strong>de</strong>cada um, analista incluído. Daí termos que nos haver com o horror ao ato: peloque se diz e por suportar suas consequências, indo além do sofrimento narcísico.A superação do engano/equívoco amoroso da transferência pelo que se escuta eprovoca angústia e aturdição; pois que se diga fica esquecido atrás do que se diz,16“Quelle est la fonction <strong>de</strong> la castration dans ce fait étrange que l’object du type le plusémouvant, pour être à la fois notre image e autre chose, puisse apparaitre à ce niveau, dansum certain contexte, dans une certain culture comme sans rapport avec le sexe” (Lacan,[1962-63], leçon du 08/05/1963, p. 264).17A interrupção dos seminários acontece no contexto citado anteriormente. Lacan, e seugrupo da SFP, seria aceito na IPA se renunciasse à coor<strong>de</strong>nação da transmissão e à condução<strong>de</strong> análises visando à formação <strong>de</strong> analistas.18“Ce qui fait d’une psychanalyse une aventure unique est cette recherche <strong>de</strong> l’ágalma dan lechamp <strong>de</strong> l’Autre” (Lacan, [1962-63], leçon du 03/07/1963, p.384).19“Je vous ai plusiers fois interrogé sur ce que convient que soit le désir <strong>de</strong> l’analyste pourque, là où nous essayons <strong>de</strong> pousser les choses au-<strong>de</strong>là <strong>de</strong> la limite <strong>de</strong> l’angoisse, le travailsoit possible” (Lacan, [1962-63], leçon du 03/07/63 , p. 384).20Insistimos nesta con<strong>de</strong>nsação <strong>de</strong> ato, atualida<strong>de</strong> e atual, para <strong>de</strong>monstrar que os atos<strong>de</strong>terminam a atualida<strong>de</strong> e estão articulados à realida<strong>de</strong> psíquica.16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!