12.07.2015 Views

Mai-Jun - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Mai-Jun - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Mai-Jun - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Diplopia após injeção <strong>de</strong> toxina botulínica tipo A para rejuvenescimento facial187explicação para a paresia do músculo oblíquo inferiorseria a migração da toxina aplicada na glabela, vistoque a inserção do músculo oblíquo inferior ocorre emuma pequena <strong>de</strong>pressão logo atrás da rima orbitária lateralao ducto lacrimal. Já para a paresia do músculoreto lateral, a explicação seria a migração da toxinaaplicada nas rugas periorbitárias (pés-<strong>de</strong>-galinha) vistoa proximida<strong>de</strong> anatômica <strong>de</strong>ste músculo com a regiãotratada com a toxina.Nenhum dos médicos oftalmologistas que nos encaminharamestas pacientes atribuíram o diagnósticoetiológico à complicação do uso da TxBA, entretantotrês pacientes suspeitavam <strong>de</strong>ssa relação e, uma, confirmoua intervenção estética somente após ter sido perguntadana anamnese.As duas pacientes entrevistadas afirmaram tersido a primeira aplicação <strong>de</strong> toxina botulínica que receberam.A visão dupla iniciou cinco dias após as injeções,não massagearam o local e a diplopia <strong>de</strong>sapareceu aos29 e 25 dias, respectivamente.Não po<strong>de</strong>mos precisar as causas da diplopia comocomplicação da injeção da toxina para rejuvenescimentofacial. Dentre as causas possíveis estão: local errado<strong>de</strong> aplicação, volumes aplicados acima do necessário queleva a uma maior difusão da toxina, ou <strong>de</strong>feito do septoorbitário que permitiria a toxina <strong>de</strong> alcançar os músculosextraoculares (3) ou ainda a falta <strong>de</strong> orientação dadaao paciente quanto aos cuidados nas primeiras quatrohoras após a injeção (não massagear o local, para evitara migração da toxina para lugares in<strong>de</strong>sejáveis).Observamos que tanto os médicos que fazem usoda TxBA, como aqueles que recebem o paciente com aqueixa <strong>de</strong> “visão dupla” têm pouco conhecimento <strong>de</strong>stacomplicação no uso da TxBA para fins estéticos. Baseadonisto, pensamos que o pequeno número <strong>de</strong> pacientesapresentados neste estudo não represente a realfrequência <strong>de</strong>sta complicação.Ao escolher o melhor método para o alívio dadiplopia, <strong>de</strong>vemos levar em consi<strong>de</strong>ração o incômodoque a queixa visual está causando na rotina do paciente.Observando que o <strong>de</strong>saparecimento da diplopia se <strong>de</strong>uem menos <strong>de</strong> 30 dias, sugerimos que a oclusão é maisindicada que os prismas.Baseados nos casos <strong>de</strong>scritos acima aconselha-seaos profissionais que fazem uso <strong>de</strong>sta toxina para finsestéticos que consi<strong>de</strong>rem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta complicação,e que no termo <strong>de</strong> consentimento assinado pelopaciente seja incluída a diplopia como um possível efeitocolateral (3) . Aos profissionais oftalmologistas e neurologistasque avaliam pacientes adultos saudáveis, do sexofeminino, acima <strong>de</strong> 35 anos, com queixa <strong>de</strong> visão dupla,<strong>de</strong> origem súbita e sem estrabismo aparente, envolvendoparesia <strong>de</strong> músculos reto lateral e/ou oblíquo inferior,sem que possa <strong>de</strong>terminar a causa, sugere-se que fiquematentos à historia recente <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> TxBA parafins <strong>de</strong> rejuvenescimento facial. Cabe a ele fazer todosos exames necessários para <strong>de</strong>terminar a causa dadiplopia, e uma vez que esta esteja relacionada ao usoda TxBA, tranqüilizar o paciente quanto à duração dossintomas.CONCLUSÃOBaseados nos casos <strong>de</strong>scritos acima, aconselhamosaos profissionais que fazem uso <strong>de</strong>sta toxina parafins <strong>de</strong> rejuvenescimento que estejam atentos para adiplopia como efeito colateral. Ressaltamos aqui a necessida<strong>de</strong>futura <strong>de</strong> uma investigação mais ampla, inclusivecom uma casuística maior, para que possamos <strong>de</strong>terminarcom precisão as verda<strong>de</strong>iras causas da diplopiaquando associada à TxBA para fins estéticos, evitandoseassim esta complicação.REFERÊNCIAS1. Klein AW. Complications, adverse reactions, and insights withthe use of botulinum toxin. Dermatol Surg. 2003;29(5):549-56; discussion 556.2. Vartanian AJ, Dayan SH. Complications of botulinum toxinA use in facial rejuvenation. Facial Plast Surg Clin North Am.2005;13(1):1-10.3. Aristo<strong>de</strong>mou P, Watt L, Baldwin C, Hugkulstone C. Diplopiaassociated with the cosmetic use of botulinum toxin A forfacial rejuvenation. Ophthal Plast Reconstr Surg.2006;22(2):134-6.4. Wutthiphan S, Kowal L, O´Day J, Jones S, Price J. Diplopiafollowing subcutaneous injections of botulinum A toxin forfacial spasms. J Pediatr Ophthalmol Strabismus.1997;34(4):229-34.Autor para correspondênciaDr. Lucas Henrique Barbosa dos SantosAvenida Americano do Brasil, nº 260, Setor MaristaCEP 74180-010 – Goiania (GO), BrasilFax: (62) 3096-9696Email: lucashbs@hotmail.comRev Bras Oftalmol. 2012; 71 (3): 184-7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!