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Mai-Jun - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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EDITORIAL147Simulador cirúrgico e realida<strong>de</strong> virtualno ensino <strong>de</strong> cirurgia <strong>de</strong> catarataArealida<strong>de</strong> virtual é o uso <strong>de</strong> diversas tecnologias digitais para criar a ilusão <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong>que não existe <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, fazendo a pessoa mergulhar em mundos criados por umcomputador. Ela começou a se <strong>de</strong>senvolver em áreas diversas a partir dos anos 70. Dentreas suas primeiras aplicações, <strong>de</strong>stacam-se os simuladores <strong>de</strong> voo, instrumentos fundamentais notreinamento <strong>de</strong> futuros pilotos. Ainda hoje, muitos acreditam que a realida<strong>de</strong> virtual só tem aplicaçãono entretenimento, em jogos eletrônicos e parques <strong>de</strong> diversão. Na verda<strong>de</strong>, ela tem aplicaçõespráticas importantes e vem se expandindo em diferentes áreas como educação, com ensino à distância,indústria, no treinamento <strong>de</strong> pessoas para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> risco, e, principalmente, na Medicina,on<strong>de</strong> já é utilizada em tratamentos <strong>de</strong> transtorno do pânico e outras fobias, em teleconferências e,mais recentemente, no aprimoramento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas técnicas cirúrgicas.A realida<strong>de</strong> virtual tem potencial <strong>de</strong> aplicação em qualquer circunstância na qual ensaiosrepetidos são necessários para aquisição <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s. Na oftalmologia, o uso <strong>de</strong> simulador comrealida<strong>de</strong> virtual para ensino <strong>de</strong> cirurgias intraoculares já é REAL.Na última edição da Revista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong>foi publicado o artigo <strong>de</strong> revisão “<strong>Oftalmologia</strong>e realida<strong>de</strong> virtual” (1) , que abordou aspectos importantes da realida<strong>de</strong> virtual e suasdiversas aplicações na área médica, e gostaríamos <strong>de</strong> acrescentar como o uso <strong>de</strong> simuladores temsido utilizado no ensino <strong>de</strong> cirurgia intraocular em diversos centros <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> ensino domundo, tendo recentemente chegado ao Brasil. Dentre os simuladores mais conhecidos estão: Eyesi,produzido por VRmagic, Alemanha, e PhacoVision, produzido por Melerit, Suécia, além <strong>de</strong> outrosprotótipos que estão em <strong>de</strong>senvolvimento por centros <strong>de</strong> pesquisa, como, por exemplo, “Computerbasedtraining system for cataract surgery”, em pesquisa no Instituto Nacional <strong>de</strong> Investigación enInformática y Automática <strong>de</strong> Francia (INRIA) e <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> da Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> Lille, França.O simulador Eyesi, por exemplo, é utilizado em mais <strong>de</strong> 50 instituições <strong>de</strong> ensino na Américado Norte e Europa para treinamento <strong>de</strong> seus resi<strong>de</strong>ntes em cirurgia <strong>de</strong> catarata por facoemulsificação,previamente ao início das ativida<strong>de</strong>s cirúrgicas em pacientes e olhos reais. Os resultados <strong>de</strong>stetreinamento já estão na literatura, <strong>de</strong>monstrando, por exemplo, a redução <strong>de</strong> tempo e potência <strong>de</strong>faco nas cirurgias realizadas por resi<strong>de</strong>ntes que realizaram o treinamento, uma curva <strong>de</strong> aprendizadoda técnica cirúrgica mais acelerada e menos complicações (2) .O aparelho consiste <strong>de</strong> um sistema com microscópio binocular montado em mesa com cabeçae olho artificiais acoplados a computador, pedal do microscópio e do facoemulsificador, reproduzindomuito fielmente o equipamento cirúrgico. A elasticida<strong>de</strong> e resistência dos tecidos intraocularesna realida<strong>de</strong> virtual (córnea, íris, cápsula, núcleo, córtex) têm semelhança <strong>de</strong> comportamento comos tecidos reais sufuciente para possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento e aprimoramento das habilida<strong>de</strong>snecessárias à realização da cirurgia “in vivo”. O equipamento possui critérios <strong>de</strong> avaliação do <strong>de</strong>sempenhodo aluno com feedback imediato e sequência <strong>de</strong> exercícios com graus <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>crescentes.Des<strong>de</strong> 2003 há artigos na literatura científica <strong>de</strong>screvendo o seu uso no treinamento e <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> vitrectomia via pars plana e <strong>de</strong> cirurgia <strong>de</strong> catarata (3-6) . Sua aplicaçãocomo método <strong>de</strong> ensino para facoemulsificação inclui as etapas <strong>de</strong> capsulorrexe, hidrodissecção e<strong>de</strong>lineação, emulsificação do núcleo e aspiração do córtex e já foi documentado e validado (7-11) .O treinamento prático com simuladores cirúrgicos (que vem sendo <strong>de</strong>nominado “Dry-lab”,em oposição ao tradicional “Wet-lab”, on<strong>de</strong> são utilizados olhos <strong>de</strong> animais para o treinamento ex-Rev Bras Oftalmol. 2012; 71 (3): 147-8

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