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segredo-l-marie-adeline

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pescoço, decidindo-me, afinal, a vesti-lo em volta da cabeça. Umarápida olhadela no espelho, e eu tive que admitir que parecia umpouco aristocrática. Mesmo Dixie, estendida a meus pés, parecia meconferir sua aprovação. Mas nunca vou esquecer o olhar no rosto deAnna, aquela mulher nascida e criada em Bayou, quando retirei umguarda-chuva dobrável do suporte no foyer.“Se a tempestade desabar, você vai se dar melhor se usar umdesses guarda-chuvinhas que vêm em bebidas chiques”, bufou ela.Eu me perguntei se deveria lhe dizer algo, inventar umnamorado rico, só para impedir que a curiosidade dela sobre alimusine se transformasse em algo maior e menos inofensivo. Não vaiser hoje, decidi. Não há tempo.“Bom dia, Cassie”, disse o motorista, segurando a porta.“Bom dia”, respondi, tentando não parecer muito acostumada aser apanhada por uma limusine preta no meio de Marigny.“Você não vai precisar disto no lugar para onde a estoulevando”, disse ele, balançando a cabeça em direção ao meu pequenoguarda-chuva. “Estamos deixando este tempo cinzento para trás.”Emocionante, pensei. Havia pouco tráfego naquela manhã, e, sehouvesse algum, deveria estar na direção oposta à do lago para ondenos dirigíamos. Perto da praia de Pontchartrain, mantivemos adireita e passamos pela enseada de South Harbor, que abraçava acosta violenta, o que, de vez em quando, eu conseguia enxergar porentre as lacunas da barragem que fora erguida. A água estavaagitada, furiosa mesmo, embora não tivesse caído nem uma gota dechuva. Na estrada Paris, o motorista se manteve à esquerda e dirigiuao longo da via de cascalho acidentado, com a lagoa a nossa direita.Cinco minutos depois, viramos outra vez à direita e descemos outraestrada de cascalho. Apertei o assento de couro, o medo crescendodentro de mim. Chegamos a uma clareira na mata, onde a hélice deum helicóptero azul-escuro fazia círculos lentos, ameaçadores, antesde acelerar.“Huummm, aquilo é um helicóptero?” Uma pergunta estúpida;melhor teria sido: “Você espera que eu suba naquela coisa?”. Mas asegunda pergunta ficou entalada em minha garganta.“Você vai partir em uma viagem muito especial.”122

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