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segredo-l-marie-adeline

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um pequeno banheiro perto do hall da escada, a prefeitura paralisouas licenças. Ele jogou um colchão no chão, e, se não dormia na casade Tracina, era ali que eu às vezes o encontrava, planejando,ruminando ou simplesmente fazendo beicinho. Por enquanto, eletinha que se contentar em transportar para o lixo a sucata quecostumava ficar lá em cima desde que o estabelecimento fora umafranquia de café PJ.“O altruísmo é ótima publicidade, Will”, eu disse. “Dar é bompara a alma.” Tive um flashback da cena do mês anterior na cozinhada Mansão, quando aprendi os benefícios inerentes à doação. Houvetantas mudanças em tão pouco tempo!Ao me oferecer como voluntária na barraquinha, pela primeiravez na vida eu me atirava em um dos passatempos mais popularesde New Orleans: participar das coisas. Nunca havia pensado napossibilidade de entrar em clubes ou participar de grupos ouinstituições de caridade, ou qualquer coisa do gênero. E, embora leras páginas sobre celebridades no jornal não me fizesse desejardinheiro ou prestígio, tinha a sensação de que existia todo ummundo lá fora, no qual a comunidade importava e a camaradagem ea folia poderiam ser divertidas. Eu vivia na cidade havia quase seisanos. Certa vez, um dos frequentadores do Café me disse que NewOrleans “chama você às sete”. Eu começava a entender o que elequeria dizer com aquilo. Aquele lugar finalmente era parecido comuma casa para mim. Contei isso a Matilda, quando a encontrei emum de nossos papos pós-Passo no Tracey’s.“Leva-se sete anos para se construir uma casa”, disse Matilda.Ela mesma fora transferida havia décadas, embora fosse do Sul. Elaofereceu as mais profundas desculpas pelo transbordamento do iatee o pavor que causara. “Aquilo não fazia parte do cenário. Nósiríamos fingir que o motor havia morrido, no momento em que Jakedeveria encontrá-la, sem imaginar que, de fato, aconteceria umafalha. Muito menos durante uma tempestade tropical!”“Tempestade tropical? Foi um furacão, Matilda”, disse eu, assobrancelhas para cima.“Sinto muito. Mas você mereceu esse talismã do Quinto Passo”,disse ela, apontando para minha pulseira lindamente desarrumada.Segurei o ouro pálido contra a luz e vi os talismãs cintilando. Ao138

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