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segredo-l-marie-adeline

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em uma. Esquiar foi, no entanto, a única coisa que ele meapresentou de que eu realmente gostava e em que me tornei muitoboa.No início, esquiávamos juntos, porém Scott nunca eratotalmente ele mesmo quando me dizia ou me mostrava como fazerdeterminada coisa. Mas eu era uma parceira cheia de vontade,queria tanto que aquilo funcionasse, para que estabelecêssemos umvínculo, que houvesse aquele “clique” entre nós, que cheguei a correro risco de quebrar o pescoço depois de apenas três dias de aula. Eutinha um talento natural para esquiar, o que agradou Scott no inícioe depois, aos poucos, começou a incomodá-lo. No fim das contas,enquanto eu ia para as encostas pela manhã, Scott ficava para trás,esquentando um sofá em frente à lareira, com um conhaque prontopara quando eu voltasse. Ao esquiar sozinha, eu tinha a sensação deindependência e aquele frêmito que surge quando se perseguemacessos de adrenalina. Eu amava ir rápido demais, e também o modocomo os músculos de minhas coxas faziam força contra o frio. Masaquele hobby que eu assumira recentemente durou pouco. Uma vezque Scott percebeu que eu estava me divertindo de verdade e quevinha ganhando um pouco de atenção masculina pelo caminho,paramos de esquiar totalmente.Agora, marchando com minha nova roupa de esqui em meio àprincipal praça de Whistler, lotada, tive um déjà-vu ruim, mastambém senti algo de bom. Antes de Scott piorar, tenho que admitir,alguns de nossos dias mais felizes como casal foram passados emviagens de fim de semana para a península Superior, em Michigan.Talvez fosse a sensação de começar a perdoar Scott, de abandonarmeu ressentimento em relação a ele e a suas decisões egoístas, asque me deixaram viúva aos 29 anos — eu esperava que fosse isso.Estava cansada de culpá-lo pela minha solidão, farta de me sentirtriste por causa daquilo. E, em dias como hoje, quando o sol brilhavae a neve era cintilante, eu podia até dizer que amava ainda maisminha vida, porque era, enfim, completamente minha. Olhei para amontanha. Eu nunca faria pouco de tamanha beleza, mesmo quemorasse aqui e visse aquilo todos os dias. Não foi apenas a gratidãoque inundou meu coração naquele momento, mas a mais puraalegria.178

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