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segredo-l-marie-adeline

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se aproximava da cobertura, eu ouvia música abafada e vozerio. Asportas se abriram para dezenas de pessoas bem-vestidas,aglomeradas em um saguão escuro, mais escuro ainda no bar queficava além das portas de vidro. Precisei de uma força sobre-humanapara soltar os dedos do corrimão, deixar os limites seguros doelevador e lançar-me no meio da multidão.Cada pessoa segurava uma taça de champanhe e estavaenvolvida no que parecia ser uma conversa interessante. Algumasmulheres olharam para mim por sobre os ombros do mesmo modoque se olha para um adversário em potencial. Seus companheirostambém me avaliaram. Aqueles olhares eram de... interesse? Não.Não poderiam ser. De jeito nenhum. Eu me movia devagar por entrea multidão, mantendo meus olhos baixos, ainda me perguntando oque diabos eu estava fazendo em um lugar tão chique. Vi algumascelebridades locais, como Kay Ladoucer, do conselho da cidade, quetambém presidia várias instituições de caridade proeminentes. Elaestava em uma animada conversa com Pierre Castille, o bilionáriobonito, construtor, conhecido por ser um solteirão recluso. Ele olhoupara mim, e desviei o olhar. Então, percebi o que ele estavarealmente olhando. Ao meu lado estavam reunidas várias jovensalegres, filhas da nobreza do Sul, garotas cujas fotos se veem naspáginas de celebridades do Times-Picayune.A banda The Smoking Time Jazz Club iria tocar nessa noite,mas ainda não havia subido ao palco. Eu tinha ido escutá-los antesno Blue Nile. Amei a vocalista, uma menina peculiar com a cabeçaraspada e uma voz poderosa e hipnótica. Mas eu não estava aliapenas para apreciar a música. Quem eu iria encontrar, e como ascoisas se desenrolariam? Apesar de meu nervosismo, não conseguideixar de notar um homem alto, atraente, falando com uma mulherde pernas longas que usava um vestido vermelho ousado. Enquantoeu olhava (discretamente, suponho), ele se despediu dela e caminhouem direção a mim. Todo o ar abandonou meu corpo quando ele secolocou em meu caminho até o bar.“Olá”, disse ele, sorrindo. Com seus olhos verdes e cabeloslouros, parecia saído de uma revista. Usava um terno cinza muitobem cortado sobre uma camisa branca. A gravata era fina e negra.Eu daria a ele uns trinta anos, um pouco mais jovem do que o74

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