“É muito perigoso, Cassie. Você ficará mais segura no barco.Ele se move rapidamente. Ele vai tirá-la da tempestade. Vá lá parabaixo agora e não saia até que alguém apareça para buscar você. Enão se preocupe”, disse ele, dando um beijo em minha testa.“Mas alguém sabe que estou aqui?”“Não se preocupe, está tudo bem, minha querida!”Apertei mais a toalha em torno de mim, enquanto ele punha ahélice em movimento. Quando o helicóptero decolou da pista, apoucos metros, uma súbita rajada de vento fez com que ele desse umpequeno giro. Eu me abaixei na cabine e vi com espanto e horrorcomo ele habilmente pilotou pela tormenta, e eu só tinha a agradecerpor não estar a bordo e por não vomitar sobre seus sapatos. Ouvi omotor do iate ser ligado e percebi suas vibrações passeando pormeus pés, fazendo com que meus dentes batessem — ou, quem sabe,fosse apenas o medo. Em seguida, o iate parou subitamente. Ondeestava todo mundo? Se uma equipe pilotava o barco, onde estava?Dentro da cabine vesti minhas roupas, atravessei o bar e subi osdegraus que conduziam, supus, até a ala do capitão. Quando abri aporta do convés, ouvi a chuva, que batia na madeira dura eprovocava ecos fortes.Vi o céu negro acima de mim.“Isto não é nada bom”, murmurei, fechando a porta. As janelasvigiaestavam embaçadas por causa da chuva. Mas eu precisavaencontrar alguém da tripulação, dizer a eles que eu estava ali edescobrir qual era o plano, se é que havia um. Dei um soco na porta,que estava aberta novamente, e me segurei contra a chuva, queagora atacava de lado e espetava minha pele. Eu estava prestes a ir àponte, quando ouvi uma voz. Pensei que viesse do alto-falante doiate, mas vinha do convés de um rebocador da Guarda Costeira queengatara ao lado do iate. Do convés, um homem alto, de camisetabranca e calça jeans, gritou meu nome pelo megafone.“Cassie! Meu nome é Jake! Você deve desembarcar agora!Precisamos que você saia desse barco imediatamente, antes que atempestade piore. Venha, vou pegar sua mão. Mandaram-me aquipara salvá-la.”128
Salvar-me? Se não fosse pelo mau tempo, que causava pânicomuito real, eu teria pensado que esta era, de fato, minha fantasia deresgate. Mas havia uma tempestade a que eu precisava sobreviver, ea expressão tensa daquele homem deixava claro que isso não faziamesmo parte da fantasia. Eu estava em perigo. Agarrei um corrimão,e minha túnica estava colada à pele. Era mais seguro no barcopequeno do que no iate enorme e sólido? Nada fazia sentido.“Cassie! Aproxime-se e pegue minha mão!”Saí para o convés e vi o mar revolto em torno de mim. Ondaspor cima de ondas quebravam altas sobre o convés, batendo contraminhas pernas, enviando galões de água sobre o piso de madeirapolida e a piscina azul. Outra onda bateu, dessa vez tirando-me dochão e acertando meu quadril com um estrondo. Caí ali, de pernasabertas, e congelei, como acontece em momentos de pânico. Nãoconseguia mais ouvir a voz de Jake, apenas o som do mar, negro eirritado. Segurei em um corrimão inferior, com medo de ficar em pé.Eu tinha a sensação miserável de que, se largasse dali, seriaarrastada para fora do barco pela água. Antes que eu percebesse oque estava acontecendo, um braço forte como um tronco de árvoreme agarrou pela cintura e me levantou do chão.“Temos que sair deste barco agora!”, gritou Jake.“Ok, então!”O que mais eu poderia dizer? Eu me debati feito um gatoassustado, molhada da chuva. Agarrei onde pude, mas a camisetadele estava escorregadia, e eu não conseguia segurá-la. Fui para olado do barco, sentindo a dor aguda da água. Por um segundo, fiqueisubmersa e só pude ver a agitação acima da minha cabeça. Griteidebaixo d’água, sem fazer barulho, e senti meu corpo fustigado pelasondas, até que finalmente minha cabeça emergiu e meu gritoperfurou meus ouvidos. Puxei uma respiração rápida e tive apenasum segundo para ver que, se os barcos se aproximassem um poucomais um do outro, eu seria esmagada. Antes que eu pudesse terideia do que fazer, vi Jake lutando com as ondas para chegar atémim.“Cassie! Calma!”, gritou Jake, nadando até onde eu estava.“Você vai ficar bem, mas precisa relaxar.”129
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Sem Julgamentos.Sem Limites.Sem Ver
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“Ah, me desculpe, é claro que me
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e croissants. O almoço também nun
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Mentira. Eu simplesmente não podia
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“Que nada, Cassie. Você tem que
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apartamentos, nos anos 1960, tornou
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liberador, delicioso como o sexo a
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“Volto logo com o seu chá verde
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“Você trabalha com Pauline?”
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estudo de contrastes. Bairros ricos
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“Aquela é a Mansão. Apenas memb
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verá. Para que o S.E.G.R.E.D.O. po
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me levou a procurar um dicionário
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chamada Daphne, e outra com cachos
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“É aqui que você entra, Cassie
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Capítulo 4Eu vibrava dos pés à c
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Eu quero ficar com alguém famoso.
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“O Primeiro Passo, é claro. Rend
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Ele colocou suas grandes mãos quen
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Fiz isso e comecei a relaxar com a
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“Cassie, eu amo o seu gosto.”S
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precisava enfrentar qualquer coisa.
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Meu coração batia mais rápido en
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massagista, e mais musculoso també
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noite de inverno intenso, ele jogou
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“Não”, eu disse, descansando s
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“Você está dizendo adeus a nós