Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAPreocupação com a coberturaSindicato dos Jornalistas de Santa Catarina em 15/07/2004NOTA OFICIALOs jornalistas e a cobertura das manifestaçõescontra o aumento das tarifas de ônibus07/07 - As manifestações populares ocorridasa partir do aumento das tarifas de ônibus urbanosem Florianópolis trouxeram duas preocupaçõespara o Sindicato dos Jornalistas de SantaCatarina.A primeira diz respeito ao trabalho dos profis sionais do jornalismo que estão cobrindo as manifestações.Diversos jornalistas, principalmenterepórteres fotográfi c os e cinematográficos, vemtendo seu trabalho cerceado por policiais militaresou manifestantes. Nesse sentido o SJSC enviouhoje, ao comandante-geral da Polícia Militare ao Secretário de Segurança estadual, um ofíciono qual solicita que garantam o pleno exercício daprofi s são, uma necessidade básica à livre circulaçãoda informação na sociedade, o que é princípionuma democracia.A segunda preocupação diz respeito à linhaeditorial adotada pelas empresas na cobertura dessesepisódios. Há uma grande carência de investigaçãojornalística, principalmente em fatos comoagressões ou depredações. Nota-se, também, umgrande distanciamento entre o que ocorre nasmanifestações populares e o que é divulgado.Os jornalistas não podem aceitar o cerceamentopor parte dos veículos. Querem cumpriro seu dever de atender o direito de informação dasociedade. Afi n al, esta é a função do jornalismodemocrático, ético, plural e cidadão, que a categoriadefende.O SJSC, por fi m , une-se à população fl o -rianopolitana na luta pela redução das tarifas dotransporte coletivo, reivindicação que considerajusta face aos repetidos aumentos realizados e àperda de poder aquisitivo dos trabalhadores.http://www.univali.br/monitor 104
Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAPor aqui pouco espaçoEquipe do MONITOR DE MÍDIA em 31/08/2004Os principais jornais do Estado quase nemligaram para a polêmica do CFJ, concedendopoucos centímetros de suas páginas e alguns artigosou editoriais. Nos dez dias analisados - de 6a 16 de agosto -, o Diário Catarinense não investiuno tema, dando apenas notas sobre a criaçãodo Conselho. Nos dias 6 e 10, pequenos textosressaltaram o posicionamento favorável da entãopresidenta da Fenaj, Beth Costa, e do ministroda Justiça, Márcio Thomaz Bastos. No dia 11, ojornal trouxe o assunto à tona apenas para citara declaração do ministro da Comunicação LuizGushiken. Mais informações o leitor encontrouna coluna de Cacau Menezes, assinada interinamentepor Marcos Spíndola, onde o jornalistaponderou detalhes do projeto, atentando parapossível intervencionismo estatal. Quatro diasdepois, no dia 15, o DC faz novamente pequenareferência ao assunto, mas sem trazer esclarecimentosou opiniões a respeito do conselho.O Jornal de Santa Catarina, apesar de mencionara criação do Conselho Federal de Jornalismoem apenas três dias no período analisado,apresenta uma cobertura mais crítica do assunto evisivelmente contrária. No dia 13, veio com notaintitulada “Oposição se une contra Conselho deJornalismo”, ressaltando declarações dos senadoresJorge Bornhausen e José Agripino, líderes doPFL, sem esclarecer a função do CFJ, preferindodar destaque às alfinetadas da oposição.Na edição conjunta de 14 e 15, o “OpiniãoRBS” faz sérias críticas à criação do Conselhoe ao Governo Lula. Segundo o jornal,“a criação do Conselho Federal de Jornalismo,da Agência Nacional de Cinema e do Audio-Visual e o estabelecimento da Lei da Mordaçacomeçam a se transformar num conjunto deepisódios que se encadeia numa lógica assustadorae inadmissível”.No dia seguinte, o jornal voltou a mencionaro assunto de forma mais esclarecedorae abrangente, no entanto, sem abandonar seuposicionamento. A matéria intitulada “Liberdadede expressão volta a provocar debate”ressalta a discussão causada pelo projetode criação do Conselho, trazendo várias declarações.O Santa destaca que “as propostassão vistas com reservas até mesmo por aliadosdo governo”. O jornalista Carlos Alberto DiFranco, e o presidente do Sindicato dos JornalistasProfissionais do Estado de São Paulo,Fred Ghedini, opinam sobre o Conselho.A matéria traz ainda um box esclarecendo ofuncionamento do Conselho Federal de Jornalismo,Lei da “Mordaça”, Agência Nacionalde Cinema e AudioVisual e Código de Éticado servidor público federal, com um tópicoem cada um intitulado “Porque é polêmico”,onde o jornal apresenta pontos contrários eadversos dos projetos.Tom polêmico e contestador foi usado porA Notícia nos textos sobre o tema. Aliás, textosapenas opinativos (editoriais e notas na colunade Moacir Pereira), já que em nenhum momentonos dez dias analisados o diário joinvillensetrouxe matéria informando o seu leitor.http://www.univali.br/monitor105