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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAPelo seu direito de decidirValquíria Michela John em 14/10/2005Eu poderia iniciar este artigo de muitasmaneiras e tentar convencer você, leitor, da importânciade votar SIM no referendo do próximodia 23. Embora um artigo seja um textopessoal, focado justamente na opinião de seuautor, como jornalista acredito que, mesmo defendendonossas idéias, não temos o direito deimpô-las. Sim, direito, esta tem sido a principalpalavra ou argumento pelo voto do Não. Aoproibir o comércio de armas, estaríamos supostamenteperdendo um direito. Mas, caro leitor,eu lhe pergunto: que direito seria esse?Nós temos sim o direito à Segurança Públicacomo um dever do Estado. Se cada um denós pode comprar uma arma, qual a necessidadedeste serviço? Se todos podemos prover nossaprópria segurança (afinal, este é o principalargumento da frente pelo Não - o de que armado,o cidadão consegue “vencer os bandidos”),não há motivos para cobramos do Estado a garantiado direito à Segurança Pública. Seremosos próprios juízes e executores da lei. Aliás,para quê lei? Para quê poder judiciário? Cadaum de nós poderá ser seu próprio juiz e aplicara lei, conforme achar mais conveniente, certo?E voltamos todos ao “olho por olho, dente pordente”.Mas, se este é o seu desejo, caro leitor, ésim seu direito votar pelo Não. O que mais mepreocupa em toda a repercussão do referendoé a atitude de alguns meios de comunicação.Estes sim estão lhe negando um direito fundamental:o da liberdade de opinião.Como definir a edição da revista Veja dodia 05 de outubro, que estampou em sua capa os“7 motivos para votar não”? O exercício ético dojornalismo é o de levar ao cidadão as informaçõesde que necessita para compreender e posicionar-sequanto ao mundo a sua volta, mas nunca o de determinaressa posição. Que os jornalistas, editores,donos da revista Veja e do grupo Abril tenham oseu posicionamento, não é o caso, cada um de nóso tem, o problema é a parcialidade, impor umaopinião a todo país, ignorando o princípio básicodo jornalismo - ouvir e narrar as várias versões dofato. A Veja é indiscutivelmente a principal revistasemanal brasileira, portanto, seu compromissosocial é ainda maior.Não há de ser mero acaso, caro leitor, que arevista Veja posicione-se favorável ao Não, vistoque esta frente é “encabeçada” pelo PFL. Há interessespolíticos e econômicos por trás do referendo?Certamente que sim, em ambas as frentes,cabe a você leitor, analisar de modo crítico os doisposicionamentos e não permitir que lhe imponhamo seu voto. Analise os argumentos, leia otexto da Lei do Desarmamento, pois ao contráriodo que argumenta a frente pelo Não, você nãoestará perdendo um direito ao apoiar a proibiçãodo comércio de armas, ao contrário, estará dandoimportante passo para exigir do Estado que estesim não deixe de lhe garantir o seu direito à segurançapública.Leia a Declaração Universal dos DireitosHumanos, leia a Constituição Brasileira e verifiq ue se nesses documentos, algum artigo noshttp://www.univali.br/monitor 44

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